O laboratório integra uma rede mundial capaz de detectar qualquer explosão nuclear com potência equivalente a, no mínimo, uma quilotonelada de trinitrotulueno — material explosivo conhecido como TNT. Com isso, a equipe de pesquisa será capaz de analisar os eventos.
O SIS/UnB opera estações com duas tecnologias da rede International Monitoring System (IMS). Uma delas detecta explosões subterrâneas (sísmicas); a outra, atmosféricas (infrassônicas). No entanto, nenhuma das localizadas em Brasília registrou a explosão, devido à distância e à energia que se dissipou.
O observatório conseguiu detectar informações provenientes de centrais de monitoramento na Alemanha, na Tusínia e na Costa do Marfim. Mesmo a mais de 2,4 mil quilômetros de Beirute, as três estações dos países detectaram o ocorrido devido à carga explosiva. A agência científica United States Geological Survey (USGS) estimou um evento semelhante a um terremoto de magnitude 3,3 na escala Richter.
No entanto, a energia foi muito maior, segundo o SIS/UnB, pelo fato de ter havido uma detonação na superfície e propagada por grandes distâncias. No caso de um terremoto, por se tratar de um abalo subterrâneo, a maior parte da energia é convertida em ondas sísmicas, não infrassônicas.
Para efeitos de comparação, uma explosão de 1 quiloton é 15 vezes menor do que a potência de uma bomba de Hiroshima. Ela é suficiente para liberar energia equivalente à de um terremoto de magnitude 4.