Correio Braziliense
postado em 10/03/2020 19:00

"É como se nunca tivesse saído", afirmou o secretário de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, Bartolomeu Rodrigues, sobre Charles Cosac. Na última sexta-feira (6/3), Cosac, que estava à frente da direção do Museu Nacional da República, havia enviado uma mensagem de despedida a amigos e pegou o gestor da pasta de surpresa.
A saída do diretor, contudo, ainda não havia sido publicado no Diário Oficial do Distrito Federal. "Segurei", explicou Bartolomeu. Ao Correio, o secretário afirmou que Cosac fica no cargo. O secretário esclareceu que não houve acordos. "amos a borracha. Todos nós temos nossos momentos ruins. Foi um momento ruim, que já ou. Sem ressentimento". Após repercussão da notícia, Charles voltou atrás da decisão.
Despedida
Na sexta-feira (6/3), Cosac encaminhou uma nota, na qual compartilha a tristeza em deixar a cidade. "É com dor que me despeço de vocês. É com muita amargura, que deixo a Capital, mas fica aqui expresso todo meu afeto por cada um de vocês, minha gratidão, votos de muito sucesso", escreveu.
Questionado pela reportagem, na segunda-feira (9/3), sobre quem assumiria a direção do Museu, Bartolomeu não quis entrar em detalhes. O secretário informou, apenas, que o assunto ainda não tinha se esgotado. Durante esse tempo, a servidora que assessorava Cosac, Marcela Mota, assumiu a gestão da instituição interinamente.
Nota de despedida de Charles Cosac enviada aos amigos:
Eu fiz uma linda viagem de quase quatorze meses.
Desde menino, sonhei morar em Brasília. Sempre me fascinou sua beleza e opulência. Os traços de Lúcio Costa dialogam sobremaneira com a sinuosidade da arquitetura de Oscar Niemeyer.
Das oito cidades em que residi, Brasília foi a que mais me acolheu, a que mais me impressionou. Talvez, a que mais sentirei saudades.
Da Asa Sul ao centro, eu vivi momentos de encanto sob um sol esmagadoramente belo e envolvente.
Por quatorze meses, o eixo Monumental foi o meu pulmão e as asas sul e norte, meus braços.
No início, Brasília me veio como uma ave languida e lépida – muito feminina. Com o tempo, fui me incorporando tanto à cidade a ponto de acreditar que o plano-piloto era a minha silueta e o Museu
o meu coração.
É com dor que me despeço de vocês. É com muita amargura, que deixo a Capital, mas fica aqui expresso todo meu afeto por cada um de vocês, minha gratidão, votos de muito sucesso.
Com sinceridade,
Charles
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail [email protected].