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A cidade americana de Centralia: O incêndio que durará séculos

Por silvana
10/06/2025
Em Turismo
Cemitério de Santo Inácio em uma Tarde de Inverno, Centralia, Pensilvânia, EUA - depositphotos.com / waltbilous

Cemitério de Santo Inácio em uma Tarde de Inverno, Centralia, Pensilvânia, EUA - depositphotos.com / waltbilous

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No interior do estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos, Centralia se tornou uma das cidades-fantasma mais conhecidas do país. O motivo do abandono de suas ruas, casas e comércio é um incêndio subterrâneo iniciado em 1962 e que, segundo especialistas, pode durar por mais de dois séculos. Atualmente, Centralia ostenta um cenário peculiar, marcado por crateras no asfalto, vapor que sai do solo e vestígios da antiga comunidade mineradora.

A história desse lugar está profundamente ligada à mineração de carvão, atividade iniciada em meados do século XIX. O declínio repentino veio quando um incêndio acidental atingiu uma mina desativada, dando origem a um desastre ambiental de grandes proporções. As tentativas de controlar as chamas custaram milhões de dólares e envolveram operações complexas, sem sucesso duradouro. Esse cenário fez Centralia perder quase toda a sua população ao longo das últimas décadas.

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depositphotos.com / waltbilous

Como começou o incêndio subterrâneo de Centralia?

O ponto de partida do incêndio eterno de Centralia foi uma iniciativa de funcionários públicos, que queimaram resíduos em um aterro local na tentativa de evitar odores incômodos durante as homenagens do Memorial Day, tradicional celebração norte-americana. Sob a superfície do lixão encontrava-se o que restava de uma mineração de carvão, abandonada em 1935. O fogo acabou alcançando túneis subterrâneos e se espalhou silenciosamente pelos veios de carvão sob a cidade.

Logo, sinais como vapor branco emergindo de buracos no solo e o aumento da temperatura do subsolo alertaram para o início de um incêndio em larga escala. O terreno instável e a rede de túneis facilitaram o avanço do fogo, tornando as primeiras intervenções ineficazes. As autoridades aplicaram muita água, argila e até tentativas de escavação para conter o incêndio, mas sem sucesso. Com o ar dos anos, as consequências se agravaram, forçando medidas mais drásticas.

Quais foram as consequências para a população local?

O impacto na comunidade de Centralia foi significativo. À medida que o fogo se expandia sob as casas, os riscos à saúde aumentaram devido à emissão de gases tóxicos, como monóxido de carbono e dióxido de enxofre. O solo começou a rachar, abrindo buracos inesperados, o que ficou evidente em 1981, quando um garoto quase foi tragado por uma cratera repentina em seu quintal. O episódio evidenciou para todos o perigo iminente de permanecer no local.

Entre 1980 e meados da década seguinte, o governo americano gastou mais de US$ 40 milhões na tentativa de combater as chamas e remover a população. Realocação e indenizações foram oferecidas, mas houve resistência de parte dos moradores, uns acreditando que o perigo era superestimado, outros apegados à história da cidade. Ao longo do tempo, a maioria aceitou as propostas e se mudou, deixando Centralia praticamente deserta. Em 2025, registra-se oficialmente apenas cinco moradores lá.

Ponte abandonada – depositphotos.com / VICTOR1973

Por que Centralia é conhecida como inspiração para “Silent Hill”?

O caso de Centralia ganhou alcance internacional ao servir de inspiração para o cenário do filme de terror “Silent Hill”, lançado em 2006 e baseado em um jogo de videogame. A cidade fictícia do filme é cercada por uma névoa densa e um ambiente de desolação, refletindo as reais consequências do incêndio subterrâneo, como as nuvens de fumaça e a atmosfera irrespirável. Elementos do enredo foram diretamente influenciados pelos relatos sobre Centralia, ampliando o fascínio do público pelo lugar.

Outro aspecto de destaque é a chamada “Graffiti Highway”, antiga estrada da Rota 61, interditada devido às rachaduras causadas pelo fogo. Nos anos seguintes, esse trecho se transformou em uma galeria a céu aberto, coberta por grafites coloridos deixados por visitantes. Embora atualmente a via esteja bloqueada por montes de terra, ainda há pessoas interessadas em explorar partes da região, seja por curiosidade ou pelo simbolismo da resistência diante de um desastre de grandes proporções.

O incêndio subterrâneo de Centralia pode ser controlado no futuro?

Até 2025, as estimativas apontam para a possibilidade de o incêndio persistir por mais de duzentos anos, em razão do volume de carvão disponível e da complexa rede de túneis subterrâneos. A dificuldade em delimitar e sufocar o fogo reside principalmente no formato irregular das minas e na profundidade dos veios, tornando inviáveis as intervenções convencionais. Segundo especialistas, intervenções pontuais tendem a ser insuficientes diante da dimensão do problema.

Apesar dos riscos, Centralia se tornou um local de interesse para turistas e estudiosos. As visitas são restritas a áreas consideradas seguras, e o município permanece como um símbolo dos desafios impostos pela mineração irresponsável e pela necessidade de políticas mais rigorosas de segurança ambiental. A história da cidade americana segue como alerta sobre os impactos de acidentes subterrâneos e a resiliência edificada por seus antigos moradores.

Tags: Centraliaincêndio subterrâneoMeio AmbientemineraçãoSilent Hill
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