{ "@context": "http://www.schema.org", "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/brasil/2023/04/5089748-governo-autoriza-uso-da-forca-nacional-na-terra-indigena-alto-rio-guama.html", "name": "Governo autoriza uso da Força Nacional na Terra Indígena Alto Rio Guamá", "headline": "Governo autoriza uso da Força Nacional na Terra Indígena Alto Rio Guamá", "alternateName": "Amazônia", "alternativeHeadline": "Amazônia", "datePublished": "2023-04-25-0310:31:00-10800", "articleBody": "<p class="texto">O Ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou o uso da Força Nacional na Terra Indígena Alto Rio Guamá, no Pará. A determinação, que foi publicada no<em> Diário Oficial da União</em> (DOU) desta terça-feira (25/4), dispõe sobre o uso dos militares para o apoio “nas atividades e nos serviços imprescindíveis à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio”.</p> <p class="texto">A medida tem a duração de 90 dias e prevê a atuação conjunta ao Estado do Pará e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), sob a coordenação da Polícia Federal (PF).</p> <ul> <li><a href="/brasil/2023/04/5089728-indigenas-montam-acampamento-em-brasilia-e-fazem-reivindicacoes.html" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Indígenas montam acampamento em Brasília e fazem reivindicações</a><br /></li> <li><a href="/brasil/2023/04/5089683-lula-deve-homologar-primeiras-terras-indigenas-demarcadas-do-governo-no-dia-28.html" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Lula deve homologar primeiras terras indígenas demarcadas do governo no dia 28</a><br /></li> <li><a href="/brasil/2023/04/5089573-demandas-por-demarcacao-de-territorio-indigena-am-de-mil-diz-apib.html" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Demandas por demarcação de território indígena am de mil, diz Apib</a><br /></li> <li><a href="/brasil/2023/04/5089487-alessandra-korap-a-indigena-brasileira-que-ganhou-o-nobel-do-ambientalismo.html" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Alessandra Korap: A indígena brasileira que ganhou o 'Nobel' do ambientalismo</a><br /></li> </ul> <h3>Invasões constantes</h3> <p class="texto">O território, homologado em 1993, pertence ao grupo Tembé e possui cerca de 280 mil hectares, com mais de 1,7 mil indígenas. É localizado no limite entre os estados do Pará e do Maranhão. A TI do Alto Rio Guamá sofreu invasões constantes de empresários, fazendeiros e posseiros durante o período de análise para demarcação, na década de 1970.</p> <p class="texto">Em 1974, Mejer Kabacznick tomou posse de cerca de 6 mil hectares da região e instalou a fazenda Irmãos Coragem. Dois anos depois, ele ainda abriu uma estrada para facilitar o escoamento de sua produção, o que acelerou o processo de invasão e retirada de madeira na reserva.</p> <p class="texto">Em 1996, três anos após a demarcação da TI, a Batalha do Livramento demonstrou a tensão que existia entre colonos e indígenas. Após uma grande apreensão de madeira, os Tembé do Guamá e do Gurupi se uniram e foram ao local destruir a madeira. Ao retornar, aram pela Vila do Livramento e foram mantidos presos pelos colonos por três dias. No mesmo ano, o povo Tembé veria a decisão favorável para a devolução da área da fazenda Mejer aos indígenas, que só se concretizou em dezembro de 2014. Foram devolvidos 9,2 mil hectares.</p> <p class="texto">Atualmente, o desmatamento na região ainda é uma preocupação. No primeiro ano da pandemia da covid-19, em 2020, a terra indígena foi atingida por focos de queimadas. O mês de junho daquele ano, por exemplo, registrou quase 20% mais focos de calor que no mesmo período em 2019.</p> <p class="texto">Além do desmatamento, há o registro de violência por parte de policiais militares em relação aos indígenas. Em fevereiro de 2021, Isac Tembé saiu para caçar com um grupo de indígenas e não retornou para casa. Segundo uma carta do povo Tembé, ele foi morto por um agente da corporação. O jovem de 24 anos que também era professor de história teve, como disseram seus parentes, “a crônica de uma tragédia anunciada”. De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), testemunhas relatam que Isac foi acuado em uma ilha de mato e executado à queima roupa.</p> <p class="texto"></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": { "url": "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2023/04/25/1200x800/1_povo_tembe-27896629.jpg?20230425100545?20230425100545", "@type": "ImageObject", "width": 1200, "height": 800 }, "author": [ { "@type": "Person", "name": "Ândrea Malcher", "url": "/autor?termo=andrea-malcher" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } } 6c3u1d

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Amazônia

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Decisão foi publicada no DOU desta terça-feira (25/4); território demarcado do Povo Tembé sofre com desmatamento e violência 1o4m5l

O Ministério da Justiça e Segurança Pública autorizou o uso da Força Nacional na Terra Indígena Alto Rio Guamá, no Pará. A determinação, que foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (25/4), dispõe sobre o uso dos militares para o apoio “nas atividades e nos serviços imprescindíveis à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio”.

A medida tem a duração de 90 dias e prevê a atuação conjunta ao Estado do Pará e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), sob a coordenação da Polícia Federal (PF).

Invasões constantes 5h5v

O território, homologado em 1993, pertence ao grupo Tembé e possui cerca de 280 mil hectares, com mais de 1,7 mil indígenas. É localizado no limite entre os estados do Pará e do Maranhão. A TI do Alto Rio Guamá sofreu invasões constantes de empresários, fazendeiros e posseiros durante o período de análise para demarcação, na década de 1970.

Em 1974, Mejer Kabacznick tomou posse de cerca de 6 mil hectares da região e instalou a fazenda Irmãos Coragem. Dois anos depois, ele ainda abriu uma estrada para facilitar o escoamento de sua produção, o que acelerou o processo de invasão e retirada de madeira na reserva.

Em 1996, três anos após a demarcação da TI, a Batalha do Livramento demonstrou a tensão que existia entre colonos e indígenas. Após uma grande apreensão de madeira, os Tembé do Guamá e do Gurupi se uniram e foram ao local destruir a madeira. Ao retornar, aram pela Vila do Livramento e foram mantidos presos pelos colonos por três dias. No mesmo ano, o povo Tembé veria a decisão favorável para a devolução da área da fazenda Mejer aos indígenas, que só se concretizou em dezembro de 2014. Foram devolvidos 9,2 mil hectares.

Atualmente, o desmatamento na região ainda é uma preocupação. No primeiro ano da pandemia da covid-19, em 2020, a terra indígena foi atingida por focos de queimadas. O mês de junho daquele ano, por exemplo, registrou quase 20% mais focos de calor que no mesmo período em 2019.

Além do desmatamento, há o registro de violência por parte de policiais militares em relação aos indígenas. Em fevereiro de 2021, Isac Tembé saiu para caçar com um grupo de indígenas e não retornou para casa. Segundo uma carta do povo Tembé, ele foi morto por um agente da corporação. O jovem de 24 anos que também era professor de história teve, como disseram seus parentes, “a crônica de uma tragédia anunciada”. De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), testemunhas relatam que Isac foi acuado em uma ilha de mato e executado à queima roupa.