{ "@context": "http://www.schema.org", "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/brasil/2023/05/5095278-governo-critica-sentenca-judicial-dos-assassinos-da-travesti-laura-vermont.html", "name": "Governo critica sentença judicial dos assassinos da travesti Laura Vermont", "headline": "Governo critica sentença judicial dos assassinos da travesti Laura Vermont", "alternateName": "Dia Internacional de Luta Contra a LGBTfobia", "alternativeHeadline": "Dia Internacional de Luta Contra a LGBTfobia", "datePublished": "2023-05-17-0322:08:00-10800", "articleBody": "<p class="texto">Após o caso de assassinato brutal da travesti Laura Vermont voltar a mídia devido ao julgamento do caso, na última sexta-feira (12/5), a Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, do Ministério dos Direitos Humanos, se posicionou contra a sentença judicial do crime. Laura foi cruelmente assassinada em 2015, na cidade de São Paulo/SP.</p> <p class="texto">De acordo com a decisão, dos cinco acusados pelo homicídio de Laura, dois foram absolvidos e três foram condenados por lesão corporal leve. Os réus condenados receberam a pena de 1 ano. No entanto, considerando que o crime de lesão corporal leve deve ser, de acordo com o Código Penal, julgado em até 4 anos (prazo a partir do qual o crime torna-se prescrito), os três réus condenados não cumprirão a pena.</p> <p class="texto">Em nota, a secretária declarou que tal decisão é inaceitável, uma vez que os assassinos não serão de fato responsabilizados pelo crime. “É absolutamente inaceitável que a vida de uma mulher transgênera seja ceifada com tamanha violência e não haja a devida responsabilização dos agressores. De acordo com o Ministério Público, o grupo espancou Laura de forma deliberada, culminando em sua morte. Essa hipótese é comprovada pelo laudo do Instituto Médico Legal (IML), o qual afirma que a causa da morte deu-se em decorrência de traumatismo craniano”, disse o órgão.</p> <p class="texto">A Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ prestou solidariedade com os pais de Laura, dona Zilda Laurentino e seu Jackson de Araújo, demais familiares e amigas(e/os), opondo-se fortemente a esta decisão judicial. “Não podemos aceitar que estes crimes fiquem impunes e impliquem na violação dos direitos das pessoas LGBTQIA+. Esperamos que este crime e tantos outros sejam devidamente apurados e que quem os cometeu seja devidamente responsabilizado. Trabalharemos em conjunto para que a memória de Laura Vermont siga viva em cada uma(e) de nós e que possamos existir de forma justa, livre e sem violência”, pontuou a secretária em nota de repúdio.<br /></p> <ul> <li><a href="/brasil/2023/05/5094254-assassinos-da-travesti-laura-vermont-sao-condenados-mas-nao-serao-presos.html" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Assassinos da travesti Laura Vermont são condenados, mas não serão presos</a></li> <li><a href="/cidades-df/2022/12/5057660-cerca-de-34-da-populacao-do-df-se-autodeclara-lgbtqia-.html" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Cerca de 3,4% da população do DF se autodeclara LGBTQIA+</a></li> <li><a href="/cidades-df/2022/12/5057701-lgbtqia-transexuais-sao-o-publico-que-mais-reporta-violencia-no-df.html" target="_blank" rel="noopener noreferrer">LGBTQIA+: Transexuais são o público que mais reporta violência no DF</a></li> </ul> <h3>Brasil é o país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo</h3> <p class="texto">De acordo com pesquisas realizadas, o Brasil é o país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo, especialmente travestis e transexuais. Um estudo do Grupo Gay da Bahia (GGB), com dados de 2021, revelou que ocorre um assassinato de pessoa trans a cada 29 horas no país — no entanto, devido a subnotificação, o número real deve ser ainda maior. O levantamento foi feito em parceria com a Aliança Nacional LGBTI+. Foram 276 homicídios (92% do total) e 24 suicídios (8%) no ano ado.</p> <p class="texto">Os gays são metade das vítimas, com 153 casos (51%). Segundo o GGB, os homossexuais masculinos são, há quatro décadas, os mais atingidos pela violência. Depois, são as travestis e as transexuais com 110 casos (36,7%), lésbicas com 12 ocorrências (4%), bissexuais e homens trans com 4 casos (1,3%). Há ainda uma ocorrência de pessoa não binária (que não se identifica com o gênero masculino ou feminino) e um heterossexual, confundido com um gay.</p> <h3>Luta contra a LGBTfobia</h3> <p class="texto">A nota da secretaria foi publicada no 17 de maio, Dia Internacional de Luta Contra a LGBTfobia. 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Dia Internacional de Luta Contra a LGBTfobia

Governo critica sentença judicial dos assassinos da travesti Laura Vermont 4s6fh

No Dia Internacional contra a Homofobia e Transfobia, a Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ se posicionou contra a sentença judicial do caso do assassinato da travesti Laura Vermont 4x5g1t

Após o caso de assassinato brutal da travesti Laura Vermont voltar a mídia devido ao julgamento do caso, na última sexta-feira (12/5), a Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, do Ministério dos Direitos Humanos, se posicionou contra a sentença judicial do crime. Laura foi cruelmente assassinada em 2015, na cidade de São Paulo/SP.

De acordo com a decisão, dos cinco acusados pelo homicídio de Laura, dois foram absolvidos e três foram condenados por lesão corporal leve. Os réus condenados receberam a pena de 1 ano. No entanto, considerando que o crime de lesão corporal leve deve ser, de acordo com o Código Penal, julgado em até 4 anos (prazo a partir do qual o crime torna-se prescrito), os três réus condenados não cumprirão a pena.

Em nota, a secretária declarou que tal decisão é inaceitável, uma vez que os assassinos não serão de fato responsabilizados pelo crime. “É absolutamente inaceitável que a vida de uma mulher transgênera seja ceifada com tamanha violência e não haja a devida responsabilização dos agressores. De acordo com o Ministério Público, o grupo espancou Laura de forma deliberada, culminando em sua morte. Essa hipótese é comprovada pelo laudo do Instituto Médico Legal (IML), o qual afirma que a causa da morte deu-se em decorrência de traumatismo craniano”, disse o órgão.

A Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ prestou solidariedade com os pais de Laura, dona Zilda Laurentino e seu Jackson de Araújo, demais familiares e amigas(e/os), opondo-se fortemente a esta decisão judicial. “Não podemos aceitar que estes crimes fiquem impunes e impliquem na violação dos direitos das pessoas LGBTQIA+. Esperamos que este crime e tantos outros sejam devidamente apurados e que quem os cometeu seja devidamente responsabilizado. Trabalharemos em conjunto para que a memória de Laura Vermont siga viva em cada uma(e) de nós e que possamos existir de forma justa, livre e sem violência”, pontuou a secretária em nota de repúdio.

Brasil é o país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo 2a5h69

De acordo com pesquisas realizadas, o Brasil é o país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo, especialmente travestis e transexuais. Um estudo do Grupo Gay da Bahia (GGB), com dados de 2021, revelou que ocorre um assassinato de pessoa trans a cada 29 horas no país — no entanto, devido a subnotificação, o número real deve ser ainda maior. O levantamento foi feito em parceria com a Aliança Nacional LGBTI+. Foram 276 homicídios (92% do total) e 24 suicídios (8%) no ano ado.

Os gays são metade das vítimas, com 153 casos (51%). Segundo o GGB, os homossexuais masculinos são, há quatro décadas, os mais atingidos pela violência. Depois, são as travestis e as transexuais com 110 casos (36,7%), lésbicas com 12 ocorrências (4%), bissexuais e homens trans com 4 casos (1,3%). Há ainda uma ocorrência de pessoa não binária (que não se identifica com o gênero masculino ou feminino) e um heterossexual, confundido com um gay.

Luta contra a LGBTfobia 4c5m68

A nota da secretaria foi publicada no 17 de maio, Dia Internacional de Luta Contra a LGBTfobia. Há 33 anos, em 1990, a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a homossexualidade do Código Internacional de Doenças (CID). Publicado em 1952, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, elaborado pela Associação Americana de Psiquiatria, apontava a homossexualidade como uma doença a ser tratada.

Apenas em 1973, após uma revisão, a homossexualidade deixou de constar como transtorno mental, e somente após 17 anos saiu da classificação no CID. A data marcou um o importante para a compreensão da homossexualidade como identidade sexual — que não precisa de cura. A data de 17 de maio posteriormente se tornou um símbolo da luta contra o preconceito e violência a lésbicas, gays, transgêneros, queers, intersexos, assexuais, e a favor da diversidade sexual. 

No Brasil, a data está incluída no calendário oficial do país desde 2010, de acordo com o Decreto de 4 de junho daquele ano — assinado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.