Violência

Advogado foi morto no RJ por atrapalhar quadrilha de apostas online, diz MP

A justiça aceitou a denúncia do Ministério Público contra três suspeitos pelo crime que já estão presos

Rodrigo atuou em ações de resgate de investimentos de criptomoedas. Em um dos processos, o advogado conseguiu o bloqueio de contas de algumas pessoas envolvidas em esquemas de pirâmide. -  (crédito: Rodrigo Marinho Crespo/LinkedIn)
Rodrigo atuou em ações de resgate de investimentos de criptomoedas. Em um dos processos, o advogado conseguiu o bloqueio de contas de algumas pessoas envolvidas em esquemas de pirâmide. - (crédito: Rodrigo Marinho Crespo/LinkedIn)

O advogado Rodrigo Marinho Crespo foi executado após deixar o prédio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no centro do Rio de Janeiro, pois “vinha incomodando interesses” de uma organização criminosa que explorava jogos de apostas online. A afirmação está na denúncia do Ministério Público, enviada para a justiça nesta segunda-feira (29/4), dois meses após o assassinato.

Com base nas informações investigadas, o MP decretou a prisão preventiva dos três denunciados: Leandro Machado Da Silva (vulgos “Cara De Pedra” e “Machado”), Cezar Daniel Mondêgo De Souza (vulgo “Russo”) e Eduardo Sobreira De Moraes. De acordo com o processo, Cezar e Eduardo vigiaram e monitoraram a vítima durante dias seguidos para realizar o crime. Leandro, policial militar da ativa, foi o responsável por alugar o carro usado pelo grupo. Eles já estão presos.

O advogado Rodrigo Marinho Crespo, sem aparente ligação com atividades ilícitas, foi executado com tiros pelas costas com uma pistola 9mm, de calibre de uso , “em típico ato de execução sumária”. Rodrigo foi morto para assegurar a execução e vantagem de outros crimes praticados pelos denunciados e seus aliados, interligados a jogos de azar. O juiz Cariel Bezerra Patriota ainda afirma no processo que o crime praticado demonstra uma falta de medo da atuação da justiça

“Esses fatos sugerem fortemente que o grupo responsável pela execução tinha a intenção de enviar uma mensagem clara, um "recado" significativo aos concorrentes, bem como de afronta ao próprio Estado Democrático de Direito”, escreveu o juiz que proferiu a decisão.

A vítima era especialista em causas cíveis e empresariais, formou-se na Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ), em 2005, e especializou-se em em direito civil empresarial, em 2008, na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Além disso, Rodrigo era sócio-fundador do escritório Marinho & Lima Advogados.

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postado em 01/05/2024 00:36
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