
A Mata Atlântica registrou, no período 2023-2024, um total de 14.366 hectares de mata desmatada, uma redução de apenas 2% em relação ao período anterior (2022-2023), segundo dados do Atlas da Mata Atlântica, divulgados nesta segunda-feira (12/5). O bioma é considerado o mais ameaçado do país, mas abriga cerca de 70% da população brasileira e sustenta mais de 80% do PIB nacional.
O Atlas analisa o desmatamento de matas maduras — os fragmentos maiores, melhor conservados, que possuem a maior biodiversidade e o maior estoque de carbono — e registrou que, o total desmatado entre 2023 e 2024 equivale a 39,3 hectares de mata desmatada por dia.
Luís Fernando Guedes, diretor-executivo da Fundação SOS Mata Atlântica, que produz o Atlas em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), vê a redução como interessante, porém pequena e menor que o esperado. Ele atribui a queda à inversão da trajetória que, no governo de Jair Bolsonaro, era de alta no desmatamento e negação da importância do meio ambiente e da ciência.
“Enquanto, no governo atual, existe um compromisso com o fim do desmatamento, mais recursos nos órgãos ambientais, no Ministério do Meio Ambiente e no IBAMA, ainda muito menos do que o necessário, mas um aumento da fiscalização”, destacou.
Mesmo tendo apresentado uma queda em relação ao período de 2022-2023 (14.697 hectares desmatados), o valor registrado ainda é 26% superior ao menor valor da série histórica do Atlas — no período 2017-2018, foram registrados 11.399 hectares desmatados. O desmatamento causou a emissão de 6,9 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente na atmosfera — comparável às emissões anuais do país africano Camarões ou do Distrito Federal.
*Estagiário sob a supervisão de Carlos Alexandre de Souza
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