Localizado a quase 1,4 quilômetros de profundidade, o Axial Seamount é um vulcão submarino que desperta a curiosidade de cientistas ao redor do mundo. Situado na crista Juan de Fuca, este vulcão está em uma zona de intensa atividade geológica, onde as placas tectônicas do Pacífico e Juan de Fuca se afastam continuamente. Essa movimentação gera uma pressão constante sob a crosta terrestre, criando condições propícias para erupções vulcânicas.
Recentemente, a frequência de terremotos na região aumentou significativamente, sugerindo que uma erupção pode estar próxima. De acordo com pesquisadores da Ocean Observatories Initiative, a atividade sísmica intensa é um indicativo de que o vulcão está se preparando para liberar magma acumulado.
O que acontece durante uma erupção vulcânica submarina?
Durante a última erupção do Axial Seamount, em 2015, foram registrados cerca de 10.000 pequenos terremotos em apenas 24 horas. O magma, que é a rocha derretida sob a superfície da Terra, emergiu do vulcão e se espalhou por aproximadamente 40 quilômetros no fundo do mar. Esse processo não apenas altera a paisagem submarina, mas também afeta os ecossistemas locais.
O colapso da câmara magmática do vulcão pode criar uma caldeira, onde a vida marinha prospera graças aos gases ricos em minerais que emanam das fontes hidrotermais. Esses ambientes extremos são habitados por uma variedade de organismos que se adaptaram a condições que seriam inóspitas para a maioria das formas de vida.
Como as erupções afetam a vida marinha?
Embora as erupções possam ser devastadoras para a vida marinha que habita as fontes hidrotermais, a recuperação desses ecossistemas é surpreendentemente rápida. Apenas três meses após a erupção de 2015, a vida marinha já havia retornado e florescido novamente. Isso demonstra a resiliência dos organismos que habitam essas áreas.
Os animais marinhos nas proximidades, como peixes e polvos, podem sentir o calor e as vibrações sísmicas, mas geralmente não são prejudicados. As erupções submarinas, ao contrário das terrestres, não produzem nuvens de cinzas visíveis acima da água, tornando-as menos perceptíveis para as populações humanas.

Por que o Axial Seamount é importante para a ciência?
O Axial Seamount oferece uma oportunidade única para a observação direta de erupções vulcânicas submarinas. Graças à sua relativa ibilidade e à tecnologia avançada de monitoramento, os cientistas podem estudar em tempo real como o planeta é moldado por atividades vulcânicas no fundo do mar. A próxima erupção do Axial Seamount poderá ser transmitida ao vivo, permitindo que o público acompanhe este fenômeno natural.
Além disso, a observação contínua do vulcão revelou que suas erupções estão correlacionadas com a posição da Terra em relação ao Sol. As erupções anteriores ocorreram entre janeiro e abril, sugerindo que forças gravitacionais, possivelmente influenciadas pela Lua, desempenham um papel na atividade vulcânica.
Como monitorar o Axial Seamount?
O monitoramento do Axial Seamount é realizado por meio de uma rede de cabos submarinos que transmitem dados em tempo real para os cientistas. Essa infraestrutura permite a detecção de terremotos e a medição de mudanças na pressão e temperatura ao redor do vulcão. Com essas informações, os pesquisadores podem prever erupções e estudar os processos geológicos que ocorrem nas profundezas do oceano.
O estudo do Axial Seamount não apenas amplia o conhecimento sobre vulcões submarinos, mas também oferece insights sobre a formação e evolução do nosso planeta. À medida que a tecnologia avança, espera-se que novas descobertas continuem a emergir das profundezas do oceano.