Pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém revelaram os princípios geométricos responsáveis pelas bordas pontiagudas das pétalas de rosa, desafiando suposições antigas sobre o desenvolvimento das formas das plantas. O estudo, publicado na revista Science, oferece novas perspectivas que podem beneficiar áreas como eletrônicos flexíveis e robótica suave, inspiradas no design natural.
Por muitos anos, acreditava-se que as formas onduladas de folhas e pétalas eram moldadas pela “incompatibilidade de Gauss”, um desajuste entre a geometria da superfície e o espaço tridimensional que produzia bordas ondulantes e curvas irregulares. No entanto, as rosas, com suas bordas de pétalas nitidamente pontiagudas, desafiam essa regra.
Como as pétalas de rosa adquirem suas bordas pontiagudas?
Utilizando simulações computacionais e modelos plásticos para replicar os padrões de crescimento das pétalas de rosa, a equipe de pesquisa identificou um mecanismo diferente. Eles explicam que “o crescimento cria um conflito geométrico”, forçando as pétalas a se formarem de maneira que o estado relaxado não pode ser realizado suavemente no espaço tridimensional sem distorção.
Esse conflito está ligado a um fenômeno geométrico chamado incompatibilidade de Mainardi-Codazzi-Peterson, que gera concentrações de estresse responsáveis pelos característicos cúspides pontiagudos das rosas. Diferente das teorias anteriores, as descobertas mostram como certos materiais respondem ao estresse formando formas nitidamente definidas em vez de ondulações suaves.

Qual é o impacto do estresse no crescimento das pétalas?
A equipe também descobriu que o estresse e o crescimento interagem em um ciclo de , onde o estresse na borda da pétala influencia como o tecido continua a crescer. Essa interação entre geometria e biologia pode permitir que futuros engenheiros desenvolvam materiais que se transformem de maneira previsível à medida que crescem ou são ativados.
Quais são as implicações futuras desta descoberta?
Os pesquisadores afirmam que “nosso trabalho mostra que até mesmo as características mais delicadas das flores seguem princípios geométricos profundos”, oferecendo novas ferramentas para o design de materiais que mudam de forma inspirados na natureza. Essa descoberta pode abrir caminho para inovações em diversas áreas tecnológicas, onde a adaptação e a transformação de materiais são essenciais.
Em suma, o estudo não apenas desafia conceitos estabelecidos sobre a formação das plantas, mas também amplia o horizonte para aplicações práticas em tecnologia e design, baseando-se em princípios naturais complexos.