Na inclusiva e criativa Malmö, no sul da Suécia, a experiência de “ler” foi levada a um novo nível. Em vez de livros, a biblioteca pública empresta pessoas reais — com histórias de vida únicas, prontas para serem ouvidas. Esse projeto inovador, chamado “The Human Library” (Biblioteca Humana), convida os visitantes a conversar com “livros humanos” por um tempo determinado, quebrando estereótipos, promovendo empatia e ampliando horizontes.
É uma leitura sem papel, mas carregada de profundidade, emoção e humanidade.
Como funciona a Biblioteca Humana em Malmö?
O funcionamento é simples e poderoso:
- A pessoa chega à biblioteca e escolhe um “livro humano” disponível no catálogo — que pode ser, por exemplo: “Refugiado Sírio”, “Ex-policial”, “Pessoa com Deficiência”, “Sobrevivente do Câncer”, “Muçulmana Feminista”, entre outros
- A “leitura” acontece em formato de conversa de 30 a 60 minutos, em um espaço reservado
- O leitor pode fazer perguntas livres, ouvir histórias pessoais e compartilhar experiências
- As regras são de respeito mútuo, escuta ativa e não julgamento
A biblioteca mantém uma agenda de eventos e sessões especiais, onde novos “títulos humanos” são apresentados.

Por que Malmö criou uma biblioteca de pessoas?
O projeto nasceu com o objetivo de:
- Combater preconceitos e estigmas sociais por meio do contato direto com a realidade do outro
- Criar espaços de diálogo e empatia em uma sociedade multicultural
- Transformar a biblioteca em um espaço vivo de troca e aprendizado humano
- Fortalecer a comunidade e reduzir a distância entre grupos diversos
A ideia original surgiu na Dinamarca nos anos 2000, mas Malmö foi uma das primeiras cidades a implementar como política pública contínua.
Curiosidades sobre a Biblioteca Humana em Malmö
- Cada “livro humano” a por treinamento de mediação e escuta ativa
- O projeto já foi expandido para escolas, hospitais e empresas locais
- As conversas são confidenciais, e não há gravações — tudo acontece no tempo presente
- Visitantes podem “reservar” pessoas por tema, curiosidade ou identificação pessoal
- A biblioteca já recebeu mais de 10 mil “leituras humanas” desde sua implantação
Malmö mostra que as histórias mais impactantes não estão nas páginas — estão nas pessoas ao nosso redor. E que, ao ouvir o outro com atenção, a gente escreve juntos um capítulo mais humano da cidade.