A Lua, nosso satélite natural, sempre fascinou cientistas e curiosos devido às suas características únicas. Um dos aspectos mais intrigantes é a diferença marcante entre os dois lados da Lua: o lado que está sempre voltado para a Terra, conhecido como lado visível ou “nearside“, e o lado oposto, o “farside“. Pesquisas recentes revelaram que essas diferenças não são apenas superficiais, mas estão profundamente enraizadas na estrutura interna da Lua.
Estudos baseados em dados da missão GRAIL da NASA, que envolveu duas sondas robóticas, indicam que o interior da Lua é assimétrico. Essa assimetria parece ser resultado de intensa atividade vulcânica no lado visível há bilhões de anos, o que moldou significativamente suas características de superfície. A pesquisa sugere que a atividade vulcânica gerou vastas planícies de rocha derretida, conhecidas como “mare”, que se solidificaram ao longo do tempo.
Por que o lado visível da Lua é diferente do lado oculto?
Uma das principais razões para as diferenças entre os lados da Lua é a atividade vulcânica que ocorreu no lado visível. Essa atividade foi responsável por acumular elementos radioativos e geradores de calor, como tório e titânio, na crosta e no manto lunar. Como resultado, o lado visível é mais quente e geologicamente ativo em comparação com o lado oculto.
Os cientistas estimam que o manto do lado visível é, em média, 100 a 200 graus Celsius mais quente do que o lado oculto. Essa diferença térmica pode ser sustentada pelo decaimento radioativo dos elementos mencionados. Além disso, o lado visível é caracterizado por vastas planícies, enquanto o lado oculto apresenta um terreno mais acidentado e menos planícies.
Como a gravidade da terra afeta a lua?
A gravidade da Terra desempenha um papel crucial na forma como a Lua se comporta. Durante sua órbita elíptica ao redor da Terra, o lado visível da Lua experimenta uma leve flexão devido à influência gravitacional do nosso planeta, um fenômeno conhecido como deformação de maré. Isso indica que existem diferenças nas camadas internas da Lua, especialmente no manto.
Essa deformação de maré sugere que o lado visível é mais flexível e geologicamente ativo, enquanto o lado oculto é mais rígido. A deformação de maré é um fator importante para entender a dinâmica interna da Lua e como ela evoluiu ao longo do tempo.

Quais são as implicações das descobertas recentes?
As descobertas sobre a assimetria interna da Lua têm implicações significativas para futuras missões de exploração lunar. O mapa gravitacional detalhado criado a partir dos dados da missão GRAIL é fundamental para o desenvolvimento de sistemas de Posicionamento, Navegação e Tempo (PNT) na Lua. Esses sistemas são essenciais para garantir a segurança e a precisão das operações de navegação e exploração na superfície lunar.
Além disso, a abordagem utilizada para estudar a Lua pode ser aplicada a outros corpos celestes no sistema solar, como as luas de Saturno e Júpiter, que são de interesse na busca por vida além da Terra. As novas descobertas não apenas ampliam nosso conhecimento sobre a Lua, mas também abrem portas para futuras explorações e descobertas científicas.
O papel da lua na terra
A Lua desempenha um papel vital na estabilização da rotação da Terra e na geração das marés oceânicas, que influenciam sistemas naturais e ritmos diários. Apesar dos avanços significativos em nosso entendimento sobre a Lua, muitas questões sobre sua estrutura profunda e história permanecem sem resposta. Como nosso vizinho mais próximo, a Lua continua a ser um foco importante de descoberta científica, contribuindo para nossa compreensão do universo e de nosso próprio planeta.