Os entusiastas da astronomia aguardam ansiosamente o ressurgimento de uma “nova estrela” no céu noturno, um evento raro que ocorre aproximadamente a cada 80 anos. Esta estrela, conhecida como T Coronae Borealis, ou T CrB, faz parte de um sistema estelar binário localizado na constelação de Corona Borealis, a cerca de três mil anos-luz da Terra. Este fenômeno, apelidado de “Blaze Star“, é resultado de uma explosão nuclear que faz com que a estrela brilhe intensamente por alguns dias.
O sistema T CrB é composto por uma anã branca e uma gigante vermelha. A anã branca, um remanescente estelar denso e quente, atrai material da gigante vermelha, sua companheira maior e mais fria. Este processo pode desencadear uma fusão nuclear na superfície da anã branca, resultando em uma explosão de brilho que transforma temporariamente a magnitude da estrela, tornando-a visível a olho nu.
Como ocorre a explosão de T Coronae Borealis?
A cada 78 a 80 anos, a anã branca acumula material suficiente da gigante vermelha para provocar uma explosão termonuclear. Este evento aumenta significativamente o brilho da estrela, que a de uma magnitude de 10.0 para 2.0. Durante este período, T CrB se destaca no céu como uma “nova estrela”, antes de retornar à sua luminosidade habitual.

O fenômeno é difícil de prever com precisão devido à escassez de registros históricos consistentes. A última explosão confirmada ocorreu em 1946, e a anterior em 1866. Embora esperasse-se que o evento ocorresse até setembro de 2024, ele ainda não se manifestou, mas especialistas afirmam que pode acontecer a qualquer momento.
Como observar T Coronae Borealis no céu noturno?
Com a constelação de Corona Borealis se tornando mais visível no céu noturno a partir de março, as chances de observar T CrB aumentam. No Brasil, a constelação pode ser vista no horizonte nordeste por volta da 1h da manhã, desaparecendo pouco antes do amanhecer. A cada mês, ela surge duas horas mais cedo, facilitando a observação.
Para localizar T CrB, uma dica é encontrar a constelação Ursa Maior e seguir o arco da alça até Arcturus, uma estrela alaranjada. Em seguida, localize Vega, uma estrela azulada na constelação de Lyra. Corona Borealis está entre elas, formando um semicírculo discreto de sete estrelas. A “Blaze Star” deverá surgir perto de Epsilon CrB, a quinta estrela mais luminosa da constelação.
Por que T Coronae Borealis é importante para a astronomia?
T Coronae Borealis oferece uma oportunidade única para os astrônomos estudarem as dinâmicas de sistemas binários e os processos de fusão nuclear em anãs brancas. Além disso, eventos como este ajudam a compreender melhor a evolução estelar e a interação entre estrelas em sistemas binários.
Para aqueles que desejam observar o fenômeno, aplicativos de orientação celeste, como Star Walk, Stellarium ou SkySafari, podem ser ferramentas úteis para localizar rapidamente T CrB e outras estrelas no céu noturno. Estes aplicativos fornecem informações em tempo real sobre a posição de estrelas e constelações, tornando a experiência de observação mais ível e enriquecedora.