Um estudo recente sugere que viver próximo a campos de golfe pode aumentar significativamente o risco de desenvolver a doença de Parkinson. Pesquisadores dos Estados Unidos acreditam que os pesticidas utilizados para manter os campos em condições impecáveis podem estar contribuindo para o desenvolvimento da doença. Esses produtos químicos podem contaminar o abastecimento de água ou se tornar aerotransportados, afetando a saúde dos moradores próximos.
A pesquisa, conduzida pelo Barrow Neurological Institute no Arizona, analisou dados de saúde de pessoas que vivem perto de 139 campos de golfe no sul de Minnesota e oeste de Wisconsin. Os resultados mostraram que viver a menos de uma milha de um campo de golfe estava associado a um risco 126% maior de desenvolver Parkinson em comparação com aqueles que vivem a mais de seis milhas de distância.
Como os pesticidas podem afetar a saúde?
Os pesticidas, especialmente aqueles aplicados em campos de golfe, têm sido associados a diversos riscos à saúde. Estudos anteriores já indicaram que a exposição a pesticidas como organofosforados pode aumentar o risco de Parkinson. Em 2011, o National Institutes of Health dos EUA alertou que substâncias como rotenona e paraquat podem multiplicar o risco da doença em 2,5 vezes.
Esses pesticidas podem inibir a função das mitocôndrias, estruturas responsáveis pela produção de energia nas células, além de causar estresse oxidativo que pode danificar estruturas celulares. A contaminação de águas subterrâneas por pesticidas também é uma preocupação, como demonstrado em estudos realizados em Cape Cod, Massachusetts, onde foram encontrados sete pesticidas diferentes em cursos de água próximos a campos de golfe.

Quais medidas podem reduzir o risco?
Os resultados do estudo sugerem que políticas de saúde pública que visem reduzir a contaminação de águas subterrâneas e a exposição aérea a pesticidas em campos de golfe podem ajudar a diminuir o risco de Parkinson em comunidades próximas. No Reino Unido, por exemplo, o uso de pesticidas em campos de golfe é mais do que nos EUA, e os produtos químicos mais nocivos foram recentemente banidos.
Especialistas em saúde destacam que a doença de Parkinson é complexa e suas causas são multifatoriais, envolvendo tanto fatores genéticos quanto ambientais. Embora muitos estudos tenham investigado a relação entre pesticidas e Parkinson, os resultados são variados e não são conclusivos o suficiente para afirmar que a exposição a pesticidas causa diretamente a doença.
Qual é a perspectiva futura?
Embora o risco geral de desenvolver Parkinson seja pequeno, com cerca de 0,005% das pessoas na faixa dos 30 anos sendo diagnosticadas, esse número aumenta para cerca de 1,7% entre aqueles na faixa dos 80 anos. A conscientização sobre os riscos potenciais associados aos pesticidas pode levar a uma maior regulamentação e ao desenvolvimento de alternativas mais seguras para o manejo de campos de golfe.
Em suma, a pesquisa destaca a importância de se considerar o impacto ambiental e de saúde pública dos pesticidas utilizados em campos de golfe. Medidas preventivas e políticas mais rigorosas podem ser necessárias para proteger a saúde das comunidades que vivem nas proximidades desses locais.