O diretor Brady Corbet trouxe uma abordagem interessante ao incluir um intervalo de 15 minutos em seu filme “O Brutalista“. Essa decisão não foi apenas uma questão de duração, mas também uma homenagem aos anos 1950, quando pausas em filmes eram comuns. O filme, indicado a 10 categorias no Oscar, incluindo melhor filme e melhor diretor, destaca-se não apenas por sua narrativa, mas também por essa escolha estilística.
Os intervalos em filmes, conhecidos como “intermissions“, eram uma prática comum em produções mais longas no ado. Eles permitiam que o público tivesse um momento para descansar, discutir o que havia assistido até então e se preparar para a continuação da história. Com o tempo, essa prática foi sendo abandonada, mas há quem defenda seu retorno, especialmente em filmes que ultraam duas horas de duração.
Por que os intervalos desapareceram?
Com o avanço da tecnologia e a mudança nos hábitos de consumo de entretenimento, os intervalos em filmes tornaram-se cada vez mais raros. A indústria cinematográfica ou a focar em experiências contínuas, sem interrupções, para manter a atenção do público. Além disso, a logística de exibição em cinemas modernos, que prioriza a rotatividade de sessões, também contribuiu para o desaparecimento dos intervalos.

No entanto, alguns cineastas e críticos argumentam que a ausência de pausas pode impactar negativamente a experiência do espectador, especialmente em filmes mais longos. A introdução de intervalos pode oferecer um alívio necessário, permitindo que o público processe melhor a narrativa e retorne ao filme com uma nova perspectiva.
Quais são os benefícios dos intervalos em filmes?
Os intervalos em longas-metragens podem trazer diversos benefícios tanto para o público quanto para os cineastas. Aqui estão alguns deles:
- Descanso Físico: Permite que os espectadores se levantem, alonguem-se e façam uma pausa das telas, o que pode ser benéfico para a saúde ocular e física.
- Reflexão: Oferece um momento para que o público reflita sobre a primeira parte do filme, enriquecendo a compreensão da narrativa.
- Socialização: Proporciona uma oportunidade para discussões entre amigos e familiares sobre o que foi assistido, aumentando o engajamento com a obra.
- Experiência de Imersão: Ao retornar do intervalo, os espectadores podem estar mais concentrados e imersos na história.
Os intervalos deveriam voltar a ser comuns?
A questão de reintroduzir intervalos em filmes é complexa e envolve tanto preferências pessoais quanto considerações comerciais. Enquanto alguns espectadores podem apreciar a pausa, outros podem preferir uma experiência ininterrupta. Do ponto de vista dos cinemas, intervalos podem representar uma oportunidade de aumentar a venda de produtos, como pipoca e bebidas, mas também podem impactar a programação das sessões.
Em última análise, a decisão de incluir intervalos em filmes deve considerar o tipo de narrativa, a duração do filme e as preferências do público-alvo. Como Brady Corbet demonstrou com “O Brutalista”, os intervalos podem ser uma ferramenta eficaz para melhorar a experiência cinematográfica, desde que usados de forma estratégica e consciente.