Recentemente, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou a intenção de solicitar a suspensão da antecipação de até R$ 450 do benefício pago aos segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A medida foi motivada por suspeitas de irregularidades cometidas por algumas instituições financeiras. A informação foi divulgada por Ivo Mósca, representante da Febraban, durante uma reunião do Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS).
O objetivo da suspensão é garantir que os aposentados e pensionistas não sejam prejudicados por tarifas de adiantamento consideradas abusivas. De acordo com Mósca, poucas instituições estão atuando nesse mercado, e algumas delas estão cobrando taxas que não condizem com a realidade dos beneficiários do INSS.
Como funciona a antecipação de benefícios do INSS?
No segundo semestre de 2024, o governo lançou o cartão Meu INSS Vale, que permite a antecipação de até R$ 150 do benefício mensal para aposentados, pensionistas e beneficiários de auxílios permanentes. Em fevereiro de 2025, esse valor foi ampliado para R$ 450. A antecipação é descontada no mês seguinte diretamente na folha de pagamento, sem cobrança de juros ou taxas adicionais.
O cartão foi criado com o intuito de fornecer recursos imediatos para a compra de itens essenciais, como medicamentos, alimentos, gás e transporte, sem comprometer a renda dos beneficiários por um longo período. A medida é destinada a beneficiários cujo valor do benefício não ultrae um salário mínimo, atualmente fixado em R$ 1.518.

Quais são as preocupações da Febraban?
A principal preocupação da Febraban é que as tarifas cobradas por algumas instituições financeiras estão fora de contexto e podem prejudicar os aposentados. As taxas de adiantamento, quando cobradas mensalmente, equivalem a cerca de 5% do valor do benefício do INSS. Isso representa um ônus significativo para aqueles que já possuem uma renda limitada.
Além disso, a Febraban destaca que o produto, como está sendo oferecido atualmente, não segue o teto dos juros e apresenta riscos adicionais. Por isso, a federação enviou um ofício ao Ministério da Previdência Social solicitando a suspensão imediata do produto até que ele seja devidamente avaliado pelas autoridades competentes, incluindo o INSS e o Banco Central.
O que esperar do futuro da antecipação de benefícios?
O ministro da Previdência, Carlos Lupi, pediu à Febraban que apresente provas das denúncias feitas. Segundo o ministro, a intenção original do adiantamento era aliviar a pressão financeira sobre aposentados e pensionistas. A expectativa é que, após uma avaliação detalhada, medidas sejam tomadas para garantir que o produto atenda aos interesses dos beneficiários sem comprometer sua segurança financeira.
Enquanto isso, os beneficiários devem ficar atentos às condições oferecidas pelas instituições financeiras e buscar informações junto ao INSS e outras fontes confiáveis para evitar surpresas desagradáveis. A transparência e a proteção dos direitos dos aposentados devem ser prioridades na discussão sobre a antecipação de benefícios.