Na internet, páginas, comunidades em redes sociais, sites e comunidades destinados ao suicídio, em que criminosos incentivam as pessoas a tirarem a própria vida, são alvos de operações policiais, como a que aconteceu na quarta-feira (29/9), quando quatro pessoas foram presas. O grupo é suspeito de induzir duas amigas, de 21 e 22 anos, moradoras do Paranoá, a se matarem ingerindo uma substância tóxica, em fevereiro e março deste ano. Os casos alertaram principalmente os pais sobre como lidar com o tema.
Larissa Polejack, professora do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB) e diretora de Atenção à Saúde da Comunidade Universitária (Dasu/DAC), destaca que com o advento da tecnologia, a criação desse tipo de grupo, até pelo WhatsApp, ficou mais fácil. Ela elenca os sinais aparentes de uma pessoa em condição de depressão. “Elas dão sinais no comportamento. Às vezes, aparecem mais irritadas, depois ficam quietas. Todas essas mudanças são um sinal de alerta”, pontuou.
A participação dos pais em estarem atentos ao que os filhos consomem na internet, especialmente adolescentes, é de suma importância. “Temos muitos grupos controlados por pessoas maldosas, que induzem ao autoextermínio. São pessoas que se dedicam a isso e, mascaradas de acolhedoras, cometem o mal. Esses criminosos são extremamente manipuladores e vão oferecer acolhimento e amizade às pessoas depressivas”, completa a psicóloga.
Para Larissa, reforçar os vínculos sociais é uma das principais formas de prevenção ao suicídio. “A depressão vai se acarretando aos poucos. Na adolescência, é comum a vítima tentar se encaixar no grupo do qual faz parte. Então, há uma pressão e a curiosidade pode trazer graves problemas”, finalizou.
Os quatro suspeitos foram alvo de uma megaoperação da Polícia Civil do DF, após sete meses de investigação. Foram expedidos e cumpridos mandados de busca e apreensão em Goiânia (GO), Aparecida de Goiânia (GO), São Paulo, São Roque (SP) e Rio de Janeiro (RJ). Todos foram presos, na quarta-feira, preventivamente por associação criminosa e indução ao suicídio e devem chegar à capital esta semana. Somadas, as penas podem chegar a 9 anos de prisão. A 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) segue com as apurações para identificar outras possíveis vítimas.