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Gosto de pensar no conceito de Consciência Negra a partir de uma frase de Steve Biko, um dos mártires da luta de libertação do povo negro sul-africano: “...a Consciência Negra toma conhecimento de que o plano de Deus deliberadamente criou o negro, negro...”. Essa dimensão metafísica, me leva a refletir nas nossas características físicas. Somos assim: cabelos crespos, lábios grossos, narizes largos, pernas rápidas no rabo de arraia a desfilar como nossa roupa de gala, nossa pele preta. E assim somos lindos. Esse “ tornar-se negro” na essência, para mim, é uma extensão do que significa Consciência Negra. Pois há ainda o aspecto político-social. Nossos corpos são os que mais morrem, o olhar desconfiado sempre nos encontra, a bala perdida nos acha, o desemprego é certo nos momento de crise, a violência policial é rotina. E como essas duas dimensões se comunicam? Nos levando a conhecer nossa história, nossos anteados, nossa colaboração para construção do Brasil por meio do sangue de nossos anteados, criando ritmos, luta, danças, concebendo tecnologias para sobreviver ao racismo disfarçado de “democracia racial”. Consciência Negra é a nossa percepção histórica e a afirmação de nosso lugar como atores no ado, para construir um presente justo (ainda não queremos vingança), em direção a um futuro de emancipação, reconhecendo nossas heroínas pretas e nossos heróis pretos. Viva Dandara, viva Zumbi.


Marcelo Café, compositor e Produtor Cultural