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PANDEMIA

Para GDF e especialistas, pico da ômicron ocorrerá em fevereiro

Mesmo com queda no número diário de casos e na taxa de transmissão de ontem, Executivo local e especialistas preveem que o DF deve ter o ápice de infecções nas próximas semanas. Ibaneis não pensa em adotar mais medidas restritivas

Samara Schwingel
postado em 27/01/2022 06:00
 (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Apesar dos recordes registrados ao longo do mês de casos diários de covid-19, os números do Distrito Federal caíram nesta quarta-feira (26/1). Foram 5.485 infectados pelo novo coronavírus em um intervalo de 24 horas, e a taxa de transmissão ficou abaixo de 2 pela primeira vez nos últimos 12 dias. Apesar disso, o Governo do Distrito Federal (GDF) espera que o pico de infecções causadas pela variante ômicron ocorra até 15 de fevereiro. Segundo o governador Ibaneis Rocha (MDB), apesar do prognóstico, o Executivo local não pensa em adotar mais medidas restritivas. "Por enquanto, não", reforçou Ibaneis.

Para a infectologista Ana Helena Germoglio, a onda de alta de casos ainda não foi superada. "Isso reflete a dificuldade de o à testagem. Hospitais cheios, laboratórios cheios e com insumos s. Isso gera mais demora na testagem e, consequentemente, desestímulo à população", explicou. A médica ainda afirmou que algumas pessoas que têm contato com um infectado não buscam realizar os testes. "Ou dificuldade de o ou, quando uma pessoa no núcleo familiar testa positivo, os demais sintomáticos já estão se considerando positivos também", considerou.

Ana explicou que, apesar da queda de casos, a expectativa de que o pico ocorra nas próximas duas semanas se mantém. "Todas as previsões indicam isso. E, se tomarmos como base o que houve nos Estados Unidos, também temos esse indicativo", confirmou.

Em relação aos testes, a Secretaria de Saúde informou que a testagem ocorre nas Unidades Básicas de Saúde do DF, no Aeroporto de Brasília, para ageiros que desembarcam na capital federal, e na Rodoviária do Plano Piloto. Segundo a pasta, em algumas UBSs, a distribuição de senhas foi adotada como medida de organização das filas, além de controle da capacidade de atendimento de cada unidade. "A secretaria destaca que não há desassistência à população, mas o atendimento em todas as unidades de saúde é realizado por pessoas, e essas pessoas adoecem e se afastam também para cuidar da própria saúde", afirmou a pasta, em nota.

Recordes

Em janeiro, apenas os três primeiros dias úteis registraram menos de 1 mil casos. Ontem, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde, foram 5.485 casos e cinco mortes — o recorde de óbitos do ano. Desde o início da pandemia, a capital do país registrou 584.615 infectados e 11.152 mortos.

Com as atualizações, a média móvel de casos chegou a 6.125,40, valor 121,55% maior do que o de 14 dias atrás. Já a mediana de mortes está em 3,40, o que indica um aumento de 112,50% quando comparado com o mesmo período.

A taxa de transmissão da doença está em 1,87, ou seja, um grupo de 100 pessoas transmite a doença para outros 187. É a primeira vez em 12 dias que o índice está abaixo de 2. Porém, segue acima de 1, que é o número considerado seguro pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

De acordo com um levantamento feito pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), a capital federal a pela pior onda da pandemia. A primeira fase teve um recorde de 3.172 infecções diárias, com 55 mortes e taxa de transmissão em 2,61. Ainda segundo o informe, em janeiro deste ano, o DF registrou o recorde de casos ativos desde o início da pandemia. O valor foi de 39.745, notificado na última terça-feira. Além disso, os casos ativos tiveram uma alta de 2.755% durante o mês. Em 3 de janeiro, o valor era de 2.028.

 

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UTIs

A taxa de ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) para covid-19 da rede pública de saúde caiu para 95,59%, após ar as primeiras horas desta quarta-feira (26/1) em 98%. Por volta das 16h30, das 74 UTIs, 65 estavam com pacientes, três vagas e seis bloqueadas aguardando liberação. Na rede privada, a taxa estava em 57,85%, sendo que 71 dos 137 leitos estavam ocupados.

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