
A Avenida do Sol, que atravessa condomínios na região istrativa do Jardim Botânico, tem, atualmente, um movimento inusitado em suas pistas. Moradores da região lamentam os congestionamentos dos últimos meses e a quantidade de buracos no asfalto. Eles apontam culpados: caminhões de grande porte que aram a utilizar a via.
Em 23 de setembro deste ano, o Governo do Distrito Federal (GDF) publicou o Decreto nº 46.287, que proíbe o trânsito de caminhões na rodovia DF-463, avenida principal de São Sebastião. O Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF) sugeriu uma rota alternativa pela DF-251, que aumenta em cerca de 20km o percurso, partindo do balão do Mangueiral, na DF-001, até o primeiro o a São Sebastião.
Segundo moradores do Jardim Botânico, em vez disso, muitos caminhoneiros têm cortado por dentro da região istrativa, pela Avenida do Sol, uma pista de mão simples e estreita. Isso tem gerado trânsito pesado e lento, pois só há uma pista para sair e outra para entrar, sem acostamentos. O Correio foi até o local e conversou com comerciantes e moradores aobre como essa mudança tem afetado o tráfego de veículos da região.
Reclamações
Morador da região, Paulo Suero denunciou os impactos negativos causados pela mudança no tráfego após o fechamento da estrada que dava o a São Sebastião. Com o aumento do fluxo de caminhões de diversos portes pela Avenida do Sol, o advogado observou um crescimento nos riscos de acidentes para os motoristas. Ele também ressalta a piora no trânsito, que já era intenso, e alerta que a infraestrutura da via não é adequada para ar o tráfego pesado.
O barbeiro Samuel Ferraz também se incomodou com os veículos de grande porte. O jovem de 21 anos destaca os riscos constantes de acidentes devido ao fato de a pista ser muito estreita, especialmente nas curvas que descem para São Sebastião. Ele afirma que já esteve próximo de colidir com ônibus e carretas. "Aqui tá uma bagunça. Piorou muito mais depois da proibição lá na avenida de São Sebastião. Agora, a incidência de problemas está muito maior, aumentou demais a quantidade de caminhões que am na avenida. A rua não é necessariamente feita para ar caminhão, principalmente agora, com a chuva. Nessa descida aqui, há vários buracos", realça o barbeiro.
Por outro lado, o comerciante Josafá Feliciano Moreira, de 53 anos, afirma que o constante tráfego de caminhões em sua área não é um problema para ele, pois é necessário para o funcionamento de seu negócio. Ele destaca que os órgãos responsáveis não tomam medidas eficazes para resolver a situação, mas, para ele, não há outra alternativa, pois os caminhões são essenciais ao comércio local.
"Para mim, não é uma coisa que atrapalha muito. Até porque a caminhão por aqui, porque a loja precisa. Tem um grupo aqui que critica bastante esse excesso de movimentação dos caminhões, porque acaba sendo inconveniente para eles, mas não tem outra opção. A gente precisa (dos caminhões)", desabafa o comerciante.
Riscos
De dentro de uma farmácia no comércio local, Jorge Luiz vê o aumento de problemas no tráfego da avenida. Ele aponta que a nova via, por não ter área de escape e acostamento, dificulta a circulação de pedestres e ciclistas e torna a pista, já perigosa por conta das descidas e curvas, ainda mais arriscada.
"Além de atrapalhar o trânsito, danifica mais a pista. Tentaram achar uma solução para um problema e criaram dois problemas diferentes. Porque lá na outra via provavelmente tinha área de escape, mas aqui não tem nenhum e, não tem acostamento", reclama o farmacêutico.
Medidas
Em nota, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) reforçou que os caminhões que estiverem na DF-001 (Estrada Parque Contorno) e quiserem entrar em São Sebastião podem continuar até o balão que dá o à DF-140, entrando na cidade pela DF-473. A outra rota alternativa é pela BR-251. A fiscalização na DF-463 é realizada pelos agentes de trânsito rodoviário.
Sobre a avenida de São Sebastião, o DER informou que os estudos técnicos foram concluídos e as adequações propostas estão em andamento, assim como a implantação dos elementos de segurança necessários para que a rodovia seja liberada para que os caminhões voltem a trafegar, isso tão logo os serviços sejam concluídos.
A istração Regional do Jardim Botânico esclareceu que ainda não há confirmação de que os acidentes mais recentes ocorridos na Avenida do Sol tenham sido causados por caminhões. A entidade informou também que os buracos no asfalto, agravados pelas chuvas, estão sendo reparados com uma operação tapa-buraco realizada ao longo da semana. Quanto à descida dos caminhões, ela está buscando alternativas e garantiu que comunicará à população sobre novas decisões em parceria com os órgãos responsáveis.
*Estagiário sob supervisão de Adriana Bernardes
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