CASO

Assassinato de professor que lutava contra o tráfico em escola do DF completa 17 anos

Era madrugada do dia 20 de julho de 2008 quando o diretor Carlos Mota foi alvejado no quintal de casa por ex-alunos

Crédito: Site Educarlosmota/Divulgação. Professor assassinado Carlos Mota -  (crédito: Site Educarlosmota/Divulgação)
Crédito: Site Educarlosmota/Divulgação. Professor assassinado Carlos Mota - (crédito: Site Educarlosmota/Divulgação)

Em 2025, completam-se 17 anos de um crime que tirou a vida de um homem dedicado à educação, pai de três filhos e marido da servidora pública Rita de Cássia Mota. O diretor da escola pública do Lago Oeste, Carlos Ramos Mota, foi morto aos 44 anos, em 20 de junho de 2008, por dois estudantes – Alessandro José de Souza e Carlos do Nascimento – e por Benedito Alexandre do Nascimento, ex-aluno da instituição e responsável por disparar o tiro fatal.

O Ministério Público apontou Gilson de Oliveira como o mentor do crime. Gilson, traficante da região, teve suas atividades de tráfico interrompidas por Mota, que impediu a comercialização de entorpecentes dentro do Centro de Ensino Fundamental no núcleo rural, que mais tarde foi renomeado como Centro Educacional Carlos Ramos Mota (CED Carlos Mota).

28/03/2014. Crédito: Antonio Cunha/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Violência nas escolas. Rita de Cassia Mota, viúva do professor Carlos Mota, em frente ao Centro de Ensino Fundamental Carlos Mota, no Lago Oeste.
28/03/2014. Crédito: Antonio Cunha/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Violência nas escolas. Rita de Cassia Mota, viúva do professor Carlos Mota, em frente ao Centro de Ensino Fundamental Carlos Mota, no Lago Oeste. (foto: Antonio Cunha/CB/D.A Press)

 

 A investigação policial revelou que a motivação do homicídio surgiu após uma discussão entre Mota e Gilson, que, na época, tinha 31 anos. Gilson teria ido até o colégio para cobrar dívidas de tráfico de drogas de alguns estudantes, sendo advertido pelo diretor a não retornar mais ao local. Para vingar-se, ele convenceu os ex-alunos Carlos Lima do Nascimento, 22 anos, e Benedito Alexandre do Nascimento, 19, além do aluno Alessandro José de Souza 19, a participarem do crime. Os quatro foram presos e condenados.

Na época do crime, Otavio Mota, filho de Carlos, tinha apenas 8 anos. Hoje com 25 anos, Otavio é o autor do documentário Carlos Mota - Entre Arquivos e Lembranças, que resgata a trajetória do educador e denuncia a luta por mais segurança nas escolas.

O crime

De acordo com relatos de familiares e amigos de Mota, às 4h10 da madrugada de 20 de junho de 2008, o diretor ouviu barulhos no quintal de sua casa. Ele fez uma ligação para a polícia, informando sobre a situação. No entanto, antes da chegada da viatura, Mota saiu da residência e foi até a garagem, onde foi atingido por um tiro fatal. Quando a polícia chegou ao local, o diretor foi encontrado caído, baleado perto do coração.

  • Entrada dos Alunos - Escola Carlos Mota no Lago Oeste.
    Entrada dos Alunos - Escola Carlos Mota no Lago Oeste. Foto: Ed Alves/CB
  • 28/03/2014. Crédito: Antonio Cunha/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Violência nas escolas. Rita de Cassia Mota, viúva do professor Carlos Mota, em frente ao Centro de Ensino Fundamental Carlos Mota, no Lago Oeste.
    28/03/2014. Crédito: Antonio Cunha/CB/D.A Press. Brasil. Brasília - DF. Violência nas escolas. Rita de Cassia Mota, viúva do professor Carlos Mota, em frente ao Centro de Ensino Fundamental Carlos Mota, no Lago Oeste. Foto: Antonio Cunha/CB/D.A Press
Mariana Saraiva
postado em 09/02/2025 21:42
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