
Em 2025, completam-se 17 anos de um crime que tirou a vida de um homem dedicado à educação, pai de três filhos e marido da servidora pública Rita de Cássia Mota. O diretor da escola pública do Lago Oeste, Carlos Ramos Mota, foi morto aos 44 anos, em 20 de junho de 2008, por dois estudantes – Alessandro José de Souza e Carlos do Nascimento – e por Benedito Alexandre do Nascimento, ex-aluno da instituição e responsável por disparar o tiro fatal.
O Ministério Público apontou Gilson de Oliveira como o mentor do crime. Gilson, traficante da região, teve suas atividades de tráfico interrompidas por Mota, que impediu a comercialização de entorpecentes dentro do Centro de Ensino Fundamental no núcleo rural, que mais tarde foi renomeado como Centro Educacional Carlos Ramos Mota (CED Carlos Mota).
A investigação policial revelou que a motivação do homicídio surgiu após uma discussão entre Mota e Gilson, que, na época, tinha 31 anos. Gilson teria ido até o colégio para cobrar dívidas de tráfico de drogas de alguns estudantes, sendo advertido pelo diretor a não retornar mais ao local. Para vingar-se, ele convenceu os ex-alunos Carlos Lima do Nascimento, 22 anos, e Benedito Alexandre do Nascimento, 19, além do aluno Alessandro José de Souza 19, a participarem do crime. Os quatro foram presos e condenados.
Na época do crime, Otavio Mota, filho de Carlos, tinha apenas 8 anos. Hoje com 25 anos, Otavio é o autor do documentário Carlos Mota - Entre Arquivos e Lembranças, que resgata a trajetória do educador e denuncia a luta por mais segurança nas escolas.
O crime
De acordo com relatos de familiares e amigos de Mota, às 4h10 da madrugada de 20 de junho de 2008, o diretor ouviu barulhos no quintal de sua casa. Ele fez uma ligação para a polícia, informando sobre a situação. No entanto, antes da chegada da viatura, Mota saiu da residência e foi até a garagem, onde foi atingido por um tiro fatal. Quando a polícia chegou ao local, o diretor foi encontrado caído, baleado perto do coração.