OBITUÁRIO

Morre a pioneira Jovina Teodoro, aos 85 anos

Em Brasília, desde a construção, Jovina chegou a trabalhar no hospital Juscelino Kubitschek, o primeiro construído na capital federal

Natural de Formosa, no Entorno, Jovina completaria 86 anos nesta quarta-feira -  (crédito: Matheus Alves)
Natural de Formosa, no Entorno, Jovina completaria 86 anos nesta quarta-feira - (crédito: Matheus Alves)

Jovina Teodoro, uma das pioneiras de Brasília, morreu, nesta segunda-feira (3/3), aos 85 anos. Ela estava internada no Hospital Sírio Libanês. Jovina deixa dois filhos e dois netos.

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Natural de Formosa, no Entorno, Jovina completaria 86 anos nesta quarta-feira (5/3). A pioneira formou-se em enfermagem em Goiânia. Em Brasília, desde sua construção, Jovina chegou a trabalhar no hospital Juscelino Kubitschek, o primeiro a ser erguido na capital federal. Na área da saúde, Jovina atou, especialmente, na promoção da saúde da mulher, como relata a irmã da pioneira, Lourdes Teodoro.

Para Lourdes, a principal contribuição social para o DF foi a introdução do parto humanizado em um hospital da rede pública onde trabalhou. "Sinto que foi uma contribuição muito relevante, visto que importante para mim quando fui ter o meus filhos, e isso estava muito ligado as leituras de Jovina como mulher e como feminista", afirmou Lourdes ao Correio.

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Segundo a amiga Renata Parreira, "o legado que Jovina deixa para o patrimônio imaterial para a capital federal é imenso, imensurável, indizível e incalculável". Renata conta que a pioneira era enfermeira aposentada do Ministério da Saúde e que Jovira era era uma multiartista, escrevia poemas, cantava. Ela também que Jovina participou do primeiro grupo feminista de Brasília, o "Brasília Mulher", nos anos 1970.

Além de sua atuação na saúde, a paixão pelas artes marcou a trajetória. Jovina teve experiência amadora no teatro, participando de peças como O cigano, de Martins Pena; Gênio e cultura, de Umberto Boccini; e Assim é se lhe parece, de Luigi Pirandello. Na literatura, a escritora publicou três opúsculos de poesia e participou das edições 39, 40 e 41 dos Cadernos negros, uma importante publicação de literatura afro-brasileira.

Lembrada pelos familiares pela alegria, Jovina, era "uma mulher muito autêntica e contribuiu muito culturalmente para Brasília com sua poesia e também no teatro", pontua Thaís Teodoro, sobrinha-neta de Jovina. Ela também descreve a tia como muito revolucionária para a idade dela.

O velório ocorre até as 16h30 desta terça-feira (4/3) na Capela 6 do Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul. O sepultamento está previsto para as 17h.

Raphaela Peixoto
postado em 04/03/2025 15:10 / atualizado em 05/03/2025 11:58
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