
Os benefícios do baru, conhecido como castanha do Cerrado, foram tema do CB. Agro — parceria entre o Correio e a TV Brasília — de hoje(7/3), que teve como convidada, a doutora em agronomia e pesquisadora da Embrapa Cerrados, Helenice Gonçalves. Às jornalistas Carmen Souza e Mila Ferreira, ela destacou o trabalho para popularizar a castanha de Baru.
A pesquisadora da Embrapa Cerrados explicou que o baru é uma árvore da família das leguminosas, ou fabáceas, como classificam os botânicos. “Muitas pessoas a confundem com uma palmeira e chamam o fruto de "coquinho", mas pertence à mesma família do feijão e da soja”, completou.
Helenice Gonçalves salientou que, assim como existem a castanha-do-pará e a castanha-de-caju, o baru é conhecido como a castanha do Cerrado, sendo extremamente rico em proteínas. “Com o aumento do número de pessoas que consomem muita proteína, o baru tem se tornado uma alternativa nutritiva”, esclareceu.
“O fruto é totalmente aproveitável, sendo a castanha a parte mais consumida, mas a polpa também vem sendo estudada e utilizada em alimentos como bolos, farinhas e até macarrão”, explica Helenice. De acordo com ela, já há municípios, como Alto Paraíso de Goiás e alguns no Tocantins, que incluíram o baru na alimentação escolar.
Cultivo
Ela sinaliza que, atualmente, praticamente 100% dos frutos de baru são oriundos do extrativismo, e que as comunidades extrativistas fazem essa exploração de forma sustentável, com apoio de cooperativas e associações. ”Para quem deseja investir no plantio, as pesquisas das universidades e instituições como a Embrapa indicam o cultivo consorciado, ou seja, combinado com outras culturas, evitando o monocultivo. Exemplos disso são os Sistemas Agroflorestais (SAFs) e a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), que garantem maior equilíbrio ambiental e produtividade”, explicou.
A pesquisadora destacou que na Embrapa Cerrados há um plantio onde o baru é cultivado junto com café, feijão, mandioca e até abacaxi, permitindo que o produtor tenha renda enquanto o baru, que é uma espécie perene (árvore que se mantém produtiva por muitos anos), ainda não produz. “Como o ciclo produtivo do baru é longo, estamos desenvolvendo técnicas como clonagem, alporquia e enxertia para encurtar esse tempo, seguindo o modelo já aplicado ao pequi. Isso permitirá que os produtores obtenham retorno financeiro mais rápido e fortaleçam a produção do baru de forma sustentável”, ressaltou.
O GT do Baru é um grupo composto por algumas organizações não-governamentais, instituições de pesquisas, associações, cooperativas, universidades e instituições público-privadas, entre elas: Cooperativa Copabase, Central do CerradoWWF, Brasil Núcleo do PequIFNMG (Arinos-MG), Rede Combaru (UFG) e Flora do Cerrado: @floradocerrado. “Então hoje existe o GT do Baru, nós trabalhamos com vários órgãos e pessoas unidas na tentativa de popularizar o baru ”, concluiu.
Assista a entrevista completa
*Estagiário sob a supervisão de Márcia Machado