
Tradição cultural e religiosa, a Procissão de Fogaréu é exaltada na Semana Santa e reuniu diversos fieis, em Goiás Velho. Na madrugada desta quinta-feira (17/4), a celebração relembrou e encenou a busca de Jesus Cristo, na qual soldados romanos percorrem as ruas para capturá-lo. Ainda na encenação, Cristo é preso e encontrado por perseguidores, pronto para se sacrificar pela humanidade.
Os cristãos Renato Soares, 20 anos, e Raiane Dias, 21 marcaram presença no encontro, considerado um marco cultural da cidade. Renato explicou que o melhor momento foi presenciar a atuação e saber o simbolismo que o evento traz. “A melhor parte é a caminhada, você anda, se agita, levanta a sua lamparina. Andamos pela cidade, vamos às igrejas e assistimos ao teatro onde, com maestria, encenam de uma forma clara e objetiva os acontecidos”, disse.
Após a prisão de Cristo ser concretizada na Igreja de São Francisco — último templo religioso visitado no percurso — , o bispo reúne a população no meio da rua para uma reflexão que consiste na leitura da Campanha da Fraternidade. Ronaldo Caiado, governador de Goiás, esteve no local e presenciou a festividade.
Marco cultural da cidade
Em Goiás Velho, a Semana Santa e a Procissão de Fogaréu completam 280 anos como tradição da cidade. Segundo o vice-presidente da instituição que organiza a procissão, Marcos Jardim, o evento aglomerou muitas pessoas, sendo fieis e outras crenças. Ele disse que a expectativa para o evento era de 50 mil pessoas e surpreendeu-se positivamente com o público estimado pela Polícia Militar — 70 mil.
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A cada ano que a, mais turistas conhecem a cidade por causa do evento, de acordo com Marcos. “O evento a um simbolismo religioso, saudosista e amoroso. Muita gente vem de fora para participar, a Semana Santa aglomera muitas pessoas e elas aproveitam para conhecer nossa cidade. Fazemos isso pela cultura, pelo amor e pelo ensinamento. A procissão já virou um marco cultural da cidade”, disse.
Fantasiado de Faricoco, João Conceição, 60, interpretava a figura romana há 19 anos e se despediu em 2025. Ele afirma que foi muito gratificante ver a tradição reunindo mais e mais pessoas ao decorrer dos anos. “A emoção foi bem forte, era minha despedida. Ter ado esse tempo todo encenando foi bom ver o quanto mudou a procissão, reunindo uma multidão de gente. Foi até difícil para andar”, brincou Joao.
*Estagiário sob a supervisão de Patrick Selvatti