
Só quem já conviveu com um bichinho de estimação sabe o poder que eles têm de alegrar a vida dos tutores, tornando-se companheiros fiéis. Com Jorge Soares, 74 anos, não é diferente. Internado há quase 30 dias na Unidade de Internação Oncológica do Hospital Regional de Taguatinga (HRT), o paciente nunca esteve sozinho, contando sempre com a presença de algum dos sete filhos. Querido pela equipe médica, o idoso também desfruta da companhia de enfermeiros e técnicos. Mesmo assim, ele sentia que faltava algo, uma visita especial.
Diagnosticado com câncer de pulmão em março, Jorge aguardava a quimioterapia quando foi surpreendido pela visita da sua cachorrinha de estimação Mel no último dia 30. A poodle Toy, que tem seis anos, chegou na família com apenas 45 dias de vida.
A impossibilidade de oferecer as pernas para que o animal pudesse dormir, como costumava fazer em casa, preocupava o tutor enquanto esteve internado nesses últimos dias. O encontro serviu de alívio à angústia e de preenchimento da saudade. “Ela é o meu xodó!”, descreve, com sorrisos e olhos marejados.
As visitas de animais de estimação a pacientes da unidade oncológica do HRT começaram há cerca de cinco anos, por meio da iniciativa denominada OncoPet. Coordenado pelo psicólogo Fernando Cabral, o projeto busca corresponder ao interesse do paciente junto à adesão de toda a equipe. “Sem uma equipe multiprofissional, não seria possível realizar isso. Todas as especialidades estão interrelacionadas para a promoção do cuidado”, comenta o psicólogo.
Profissionais de enfermagem e de serviço social ficaram encarregados de verificar as características e cuidados de higiene do animal, incluindo o histórico de vacinação. “A gente busca oferecer sempre mais para o bem-estar do paciente. Para além do cuidado biológico, buscamos promover também uma saúde que envolve aspectos emocionais e psicológicos”, indica o psicólogo José Antônio, que viabilizou o encontro de Jorge e Mel.
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No contexto das redes de atenção à saúde, a Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) busca fortalecer o atendimento humanizado por meio da padronização de fluxos de atendimento e de processos de trabalho, cuja estruturação favorece uma oferta eficaz e qualitativa, que repercute diretamente na saúde do cidadão, conforme explica o assessor da Política Nacional de Humanização na SES-DF, Rodrigo Valim “A humanização aplicada a um ambiente de assistência em saúde reduz o tempo de internação e contribui para uma melhora ainda mais rápida do paciente assistido”, explica.
*Com informações da SES-DF.