Investigação

Mãe de aluno agredido em escola de Águas Claras irá recorrer à Justiça

Adolescente levou um soco na lateral do abdômen e permanece internado na unidade de terapia intensiva (UTI)

Em nota oficial, o Colégio Objetivo informou que está em contato contínuo com a família do estudante ferido  -  (crédito: Maurenilson Freire)
Em nota oficial, o Colégio Objetivo informou que está em contato contínuo com a família do estudante ferido - (crédito: Maurenilson Freire)

A mãe do adolescente de 15 anos agredido dentro de sala de aula por um colega negou que o filho tenha participado de uma briga com o suspeito e defendeu que o menor foi golpeado sem qualquer justificativa. A mulher, que preferiu não revelar a identidade, afirmou ter tomado ciência da apreensão do suspeito na tarde de ontem. A informação não foi confirmada pela Polícia Civil.

O caso ocorreu na manhã de quarta-feira, no Colégio Objetivo de Águas Claras. A mãe relata que o estudante suspeito entrou na sala já nervoso e agressivo. “Eu pedi para que meu filho me contasse tudo o que ocorreu. Ele disse que o colega chegou na sala dizendo que estava possuído de ódio e não era para ninguém mexer com ele. Como meu filho sempre estava acostumado a fazer brincadeiras com ele, o chamou de playboy”, disse.

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Foi após o comentário que o adolescente desferiu um forte golpe na lateral do abdômen do aluno. A mãe repudia a ação da escola, que, segundo ela, a informou sobre o fato às 16h, quase cinco horas após o fato. Nesse horário, a vítima já estava hospitalizada, pois, de acordo com a genitora, o menino ou mal em casa e percebeu coágulos de sangue ao urinar. “Na quinta pela manhã, um dia depois, eu fui à escola e pedi para ver as imagens, mas me foi negado. É tudo muito triste e até coloco a responsabilidade disso nos pais desse adolescente. Tem família que delega à escola a educação do filho”, desabafa.

Estado de saúde

O aluno permanece internado na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Anchieta e está sob observação da equipe médica. Por enquanto, não há previsão de alta.

“A equipe médica está monitorando esse trauma nos rins. Até ontem (sexta-feira), ele estava muito ruim, tomando morfina para dor, mas graças a Deus apresentou uma melhora”, explicou a mãe. O adolescente ficará em monitoramento por, pelo menos, sete dias e, por enquanto, não pode ser submetido à radiografia pelos efeitos fortes da radiação.

Ontem, ela afirmou ter tomado conhecimento da apreensão do estudante feita pelas equipes da Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) e da 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul). A PCDF informou que, “em razão das restrições do ECA, a DCA II não rea informações a respeito de apreensões de adolescentes.”

A mãe é enfática ao dizer que irá recorrer à Justiça e tirará o filho da escola. “Não tem cabimento. E, agora, me resta o medo. Eu tenho medo de ele ser retaliado. Será que vou precisar me mudar para ter paz? Não sei. Isso virou minha vida de cabeça para baixo”, finaliza.

O que diz a escola

Em nota oficial, o Colégio Objetivo informou que está em contato contínuo com a família do estudante ferido e que tomou providências imediatas após a ocorrência, acionando os responsáveis pelos alunos e órgãos competentes. Como medida disciplinar, o estudante que deu o soco foi transferido. 

Além disso, a equipe pedagógica intensificou ações de acompanhamento da turma por meio do Serviço de Orientação Educacional (SOE) e reforçou iniciativas voltadas à promoção de valores como respeito, empatia e tolerância, com palestras e atividades formativas. 

"Reforçamos o nosso compromisso com a segurança e o bem-estar dos estudantes e solicitamos o apoio contínuo das famílias na orientação de seus filhos, visando fortalecer a convivência harmoniosa no ambiente escolar", diz a nota.

postado em 10/05/2025 21:03
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