EDUCAÇÃO

Greve: Colégio Cívico-Militar, em Ceilândia, funciona parcialmente

Parte dos professores aderiu à paralisação por reajuste salarial, mas a escola manteve as portas abertas e recebeu estudantes com aulas reduzidas

Davi Cruz
postado em 02/06/2025 08:03 / atualizado em 02/06/2025 23:21
Colégio Cívico-Militar (CED 7), em Ceilândia, amanheceu com as portas abertas -  (crédito: Davi Cruz/CB/D.A Press)
Colégio Cívico-Militar (CED 7), em Ceilândia, amanheceu com as portas abertas - (crédito: Davi Cruz/CB/D.A Press)

Apesar da greve dos professores da rede pública do Distrito Federal ter sido aprovada na semana ada, o Colégio Cívico-Militar (CED 7), em Ceilândia, amanheceu com as portas abertas nesta segunda-feira (2/5).

No portão, o movimento foi tímido, mas constante. Estudantes chegaram, alguns deixados por seus responsáveis, e entraram normalmente para as aulas. Alguns professores aderiram à paralisação, mas parte do corpo docente manteve o cronograma escolar.

A greve gerou dúvidas e transtornos para os pais e responsáveis que tentam manter a rotina escolar dos filhos. O vigilante Daniel de Sousa, de 51 anos, levou pessoalmente a filha Mariana Aparecida, de 17, até a escola para verificar se haveria aulas. Ele afirmou que não recebeu nenhum comunicado oficial da direção sobre a paralisação. “A gente ficou sabendo apenas pelo noticiário. Então, vim trazer minha filha para ver se realmente teria algo”, explicou ao Correio.

O vigilante Daniel de Sousa, de 51 anos, levou pessoalmente a filha Mariana Aparecida, de 17, até a escola para verificar se haveria aulas
O vigilante Daniel de Sousa, de 51 anos, levou pessoalmente a filha Mariana Aparecida, de 17, até a escola para verificar se haveria aulas (foto: Davi Cruz/CB/D.A Press)

Com quatro aulas previstas na grade horária da aluna, Daniel decidiu levá-la pessoalmente por conta dos custos com transporte escolar. “Eu pago o transporte, mas o motorista só faria a condução com ela. Aí não achei viável, então preferi trazer ela para o colégio”, contou.

Contrário à greve, Daniel teme prejuízos no aprendizado e no calendário letivo. “Eu não sou a favor da greve por causa da perda de conteúdo. E isso com certeza vai afetar o calendário escolar, vai ter que ter reposição”, lamentou.

Segundo a diretora da unidade, Adriana Rabelo, a adesão à greve tem sido parcial. “A greve é justa, infelizmente a gente precisa lutar de alguma forma para melhoria salarial, mas alguns professores decidiram participar da greve e outros, devido a compromissos, situações familiares, não vão paralisar agora nesse momento, não vão entrar na greve nesse momento, eles vão continuar trabalhando”, explicou.

  • Centro de Ensino Médio Asa Branca (CEMAB), em Taguatinga, funciona com 90% de adesão à greve
    Centro de Ensino Médio Asa Branca (CEMAB), em Taguatinga, funciona com 90% de adesão à greve Davi Cruz
  • Centro de Ensino Médio Asa Branca (CEMAB), em Taguatinga, funciona com 90% de adesão a greve nesta segunda-feira (2/6)
    Centro de Ensino Médio Asa Branca (CEMAB), em Taguatinga, funciona com 90% de adesão a greve nesta segunda-feira (2/6) Davi Cruz
  • Mesmo com 90% de adesão à greve, o Centro de Ensino Médio Asa Branca permaneceu aberto e recebeu os alunos que compareceram
    Mesmo com 90% de adesão à greve, o Centro de Ensino Médio Asa Branca permaneceu aberto e recebeu os alunos que compareceram Davi Cruz
  • No Centro de Ensino Médio Elegante Branco, na Asa Sul, poucos alunos chegaram para assistir aula
    No Centro de Ensino Médio Elegante Branco, na Asa Sul, poucos alunos chegaram para assistir aula Ed.Alves CB/DAPress
  • André relatou que o filho, André Guimarães Paiva, de 17 anos, já enfrentou uma greve no primeiro ano e, agora, novamente precisa lidar com a interrupção das aulas
    André relatou que o filho, André Guimarães Paiva, de 17 anos, já enfrentou uma greve no primeiro ano e, agora, novamente precisa lidar com a interrupção das aulas Ed.Alves CB/DAPress
  • O Colégio Cívico-Militar (CED 7), em Ceilândia, amanheceu com as portas abertas nesta segunda-feira (2/5). Alguns professores aderiram à paralisação, mas parte do corpo docente manteve o cronograma escolar
    O Colégio Cívico-Militar (CED 7), em Ceilândia, amanheceu com as portas abertas nesta segunda-feira (2/5). Alguns professores aderiram à paralisação, mas parte do corpo docente manteve o cronograma escolar Davi Cruz/CB/D.A Press
  • O vigilante Daniel de Sousa, de 51 anos, levou pessoalmente a filha Mariana Aparecida, de 17, até a escola para verificar se haveria aulas
    O vigilante Daniel de Sousa, de 51 anos, levou pessoalmente a filha Mariana Aparecida, de 17, até a escola para verificar se haveria aulas Davi Cruz/CB/D.A Press
  • A greve dos professores foi declarada na terça-feira (27/5), durante assembleia da categoria
    A greve dos professores foi declarada na terça-feira (27/5), durante assembleia da categoria Ed Alves CB/DA Press
  • Os professores também reivindicam o dobro do percentual de titulação atualmente aplicado para professores com especialização, mestrado e doutorado. Hoje, os percentuais são, respectivamente, de 5%, 10% e 15% sobre o vencimento básico
    Os professores também reivindicam o dobro do percentual de titulação atualmente aplicado para professores com especialização, mestrado e doutorado. Hoje, os percentuais são, respectivamente, de 5%, 10% e 15% sobre o vencimento básico Ed Alves CB/DA Press
  • Os profissionais entraram em greve em nome da campanha salarial e reivindicação de 19,8% de reajuste, além da reestruturação do plano de carreira, com diminuição do tempo para chegar ao topo da tabela salarial
    Os profissionais entraram em greve em nome da campanha salarial e reivindicação de 19,8% de reajuste, além da reestruturação do plano de carreira, com diminuição do tempo para chegar ao topo da tabela salarial Ed Alves CB/DA Press

Adriana afirmou que a decisão pela adesão foi respeitada de forma democrática. “Estamos respeitando tanto quem vai participar da greve, quanto quem também não vai participar. A gente entende o lado de todos. A gente sabe que a comunidade vai ser impactada, que os pais e as mães vão ter que se reorganizar para darem conta dos seus filhos e dos seus compromissos. Mas nesse momento a gente precisa também do apoio da comunidade”, disse.

A frentista Daisy Evangelista, 38, também levou o filho à escola, mesmo com receios. “Eu já estava ciente da greve, mas, trouxe meu filho com um certo receio sim. Mais tarde ele vai sair fora do horário. Fica ruim para nós como pais. Mas eu acho que cada um tem que correr atrás do que acha melhor”, contou.

Na entrada da unidade, não havia cartazes, faixas de protesto ou comunicados oficiais. A equipe de reportagem do Correio segue acompanhando a situação em outras escolas do DF para verificar o real impacto da greve nas unidades educacionais.

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