Nova ômicron pode ser mais infecciosa

Correio Braziliense
postado em 27/01/2022 06:00

Um relatório divulgado pelo governo da Dinamarca intensifica a preocupação em torno de uma subvariante da ômicron, a BA.2. No país, 98% dos casos de infectados são por essa nova versão do coronavírus, e, ontem, o ministro da saúde, Magnus Heunicke, disse que há sinais de que ela é mais contagiosa do que o subtipo anterior, o BA.1. O alerta veio um dia depois de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter defendido um maior monitoramento da linhagem que foi identificada, pela primeira vez, na Austrália.

No mesmo documento, elaborado pelo centro de pesquisa Statens Serum Institut (SSI), os autores relatam que cálculos preliminares sugerem que a BA.2 pode ser 1,5 vez mais infecciosa do que a BA.1. Uma análise anterior da mesma instituição não mostrou diferenças nos riscos de internação entre as duas linhagens. "Há também alguma indicação de que ela é mais contagiosa especialmente para os não vacinados, mas também pode infectar pessoas que foram imunizadas em maior extensão", afirmou a diretora técnica da SSI, Tyra Grove Krause, durante a apresentação do relatório.

Casos provocados pela variante BA.2 também foram registrados em outras regiões europeias — Grã-Bretanha, Suécia, Noruega e França —, mas com um número menor de infectados do que na Dinamarca. Na terça-feira, o ministro da Saúde da França, Olivier Véran, também declarou que a BA.2 "é tão contagiosa como a ômicron, mas não mais perigosa". O país contabiliza 60 casos de covid-19 provocados pela cepa descendente da ômicron.

No mesmo dia, a OMS fez um apelo para que os países priorizassem investigações sobre a BA.2, a fim de entender como ela age no sistema imunológico. "Casos de covid-19 provocados pela linhagem descendente BA.2, que difere de BA.1 em algumas das mutações, inclusive na proteína spike, estão aumentando em muitos países. Investigações sobre as características da BA.2, incluindo propriedades de escape imunológico e virulência, devem ser priorizadas independentemente (e comparativamente) à BA.1", recomendou a agência, em um comunicado.

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