Ao sentar na cadeira de um dentista, as perguntas mais comuns envolvem o uso do fio dental e a saúde das gengivas. Entretanto, questionamentos sobre a vida sexual do paciente podem ser um assunto importante para o especialista tratar.
Um estudo publicado no Journal of the American Dental Association sugere que perguntas relacionadas aos hábitos sexuais dos pacientes podem ser fundamentais para o dentista aprofundar o cuidado não somente com a saúde bucal da pessoa, mas com o organismo todo.
Quando discutida com o especialista dental, a vida sexual pode prevenir o câncer de orofaringe, que afeta boca, língua, palato e faringe. Isso porque a doença está relacionado ao vírus do papiloma humano (HPV), transmitida por meio do sexo oral. A pesquisa revelou que muitos dentistas não tratam sobre o assunto com os pacientes até que os sintomas fiquem visíveis.
De acordo com análise da Faculdade de Medicina e Saúde Pública da Universidade de Wisconsin (EUA), o câncer de garganta proveniente do HPV está em alta. Antes de 1990, 21% dos cânceres orofaríngeos tinham relação com a infecção sexualmente transmissível. Após 2000, o número aumentou para cerca de duas em cada três amostras.
Segundo a dentista Giovanna Zanini, da Clínica ZR Odonto e Face, a abordagem do HPV e sexo oral não se faz presente na maioria das consultas. Devido os pacientes considerarem um tabu, a pauta é discutida apenas quando há sinais clínicos da condição ou o paciente se mostra aberto com o assunto.
“É um dever do dentista indicar as formas de prevenção e cuidados (com o HPV) que podem ser tomados a fim de manter uma saúde bucal no paciente”, pontua Giovanna. “Quando se fala de educação sexual, a sociedade ainda tem muitas barreiras sobre o assunto e por muitas vezes perdem a saúde e a vida por falta de o a informação necessária.”
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Vale lembrar que o sigilo profissional é imprescindível, e nada sairá do consultório sem a autorização do paciente. A dentista destaca que é importante conversar sobre formas de contágios, vacinas e primeiros sinais de infecção para que o diagnóstico precoce seja possível.
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