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Por Luciana Yeung* —</strong> Recentemente, foi realizado em João Pessoa o Encontro Nacional da Associação Brasileira de Direito e Economia (ABDE). Esse evento anual tem se consolidado como uma plataforma fundamental para o debate sobre Análise Econômica do Direito, reunindo juristas e economistas, que refletem sobre a relação entre o mundo jurídico e o econômico.<br /></p> <p class="texto">Quando analisamos dados empíricos sobre o Judiciário brasileiro, e comparamos com outros sistemas judiciais, observamos algo surpreendente. Em 2022, nosso Judiciário registrou mais de 81 milhões de processos, o que representa cerca de 40 mil casos para cada 100 mil habitantes. Esse volume sobrecarregado de casos, que consome 1,5% do PIB nacional, torna a Justiça brasileira uma das mais custosas, mesmo comparada aos países desenvolvidos.</p> <p class="texto">Contribuindo diretamente com a sobrecarga do Judiciário, observa-se que a concessão da gratuidade de Justiça acontece de maneira indiscriminada no país. Segundo uma pesquisa recente do Conselho Nacional de Justiça, 35,3% dos litigantes que solicitam gratuidade têm renda acima de dez salários-mínimos, o que evidencia um viés regressivo do sistema e uma carência de critérios rigorosos. Esse cenário acaba prejudicando a população realmente de baixa renda.</p> <p class="texto">Outros pontos são as demandas que envolvem contratos empresariais e a falta de incentivos à resolução consensual dos litígios, especialmente na Justiça do Trabalho (JT), que se debruça sobre casos que originariamente não são de sua competência, e as condições do sistema atual não favorecem a realização de acordos entre as partes. Essa realidade contribui para o ajuizamento desenfreado e prolongamento dos processos - não só na JT, mas também no STF, onde mais da metade das Reclamações Constitucionais em curso decorrem de decisões proferidas pela JT - afetando a eficiência judicial.</p> <p class="texto">Finalmente, a discussão sobre o que de fato está acontecendo nos tribunais brasileiros - com dados e evidências, e não somente em idealismos - é fundamental para reforçar a importância de ajustes que precisam ser feitos no Judiciário e no processo, que vão além da informatização ou do aumento de orçamento, e que busque critérios claros de o e incentivos para promover acordos judiciais.</p> <p class="texto"><strong>*P<span id="docs-internal-guid-045119b7-7fff-61c8-9382-e297877647fa">rofessora associada do Insper. Membro-fundadora e ex-presidente da Associação Brasileira de Direito e Economia (ABDE), diretora da Associação Latino-americana de Direito e Economia (ALACDE)</span></strong><br /></p> <p class="texto"><strong><div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> <li> <a href="/direito-e-justica/2024/11/6993294-judicializacao-predatoria-e-reputacao-no-setor-financeiro-o-papel-da-colaboracao.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/11/21/d___j_3-41944700.jpg?20241121004209" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Direito e Justiça</strong> <span>Judicialização predatória e reputação no setor financeiro: o papel da colaboração</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/direito-e-justica/2024/11/6993287-o-seguro-r-w-vai-pegar-no-brasil.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/11/21/d_j_2-41944588.jpg?20241121002215" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Direito e Justiça</strong> <span>O seguro R&W vai pegar no Brasil?

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    Visão do Direito

    Judiciário e Economia: uma relação sensível 4j3v60

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    Por Luciana Yeung* — Recentemente, foi realizado em João Pessoa o Encontro Nacional da Associação Brasileira de Direito e Economia (ABDE). Esse evento anual tem se consolidado como uma plataforma fundamental para o debate sobre Análise Econômica do Direito, reunindo juristas e economistas, que refletem sobre a relação entre o mundo jurídico e o econômico.

    Quando analisamos dados empíricos sobre o Judiciário brasileiro, e comparamos com outros sistemas judiciais, observamos algo surpreendente. Em 2022, nosso Judiciário registrou mais de 81 milhões de processos, o que representa cerca de 40 mil casos para cada 100 mil habitantes. Esse volume sobrecarregado de casos, que consome 1,5% do PIB nacional, torna a Justiça brasileira uma das mais custosas, mesmo comparada aos países desenvolvidos.

    Contribuindo diretamente com a sobrecarga do Judiciário, observa-se que a concessão da gratuidade de Justiça acontece de maneira indiscriminada no país. Segundo uma pesquisa recente do Conselho Nacional de Justiça, 35,3% dos litigantes que solicitam gratuidade têm renda acima de dez salários-mínimos, o que evidencia um viés regressivo do sistema e uma carência de critérios rigorosos. Esse cenário acaba prejudicando a população realmente de baixa renda.

    Outros pontos são as demandas que envolvem contratos empresariais e a falta de incentivos à resolução consensual dos litígios, especialmente na Justiça do Trabalho (JT), que se debruça sobre casos que originariamente não são de sua competência, e as condições do sistema atual não favorecem a realização de acordos entre as partes. Essa realidade contribui para o ajuizamento desenfreado e prolongamento dos processos - não só na JT, mas também no STF, onde mais da metade das Reclamações Constitucionais em curso decorrem de decisões proferidas pela JT - afetando a eficiência judicial.

    Finalmente, a discussão sobre o que de fato está acontecendo nos tribunais brasileiros - com dados e evidências, e não somente em idealismos - é fundamental para reforçar a importância de ajustes que precisam ser feitos no Judiciário e no processo, que vão além da informatização ou do aumento de orçamento, e que busque critérios claros de o e incentivos para promover acordos judiciais.

    *Professora associada do Insper. Membro-fundadora e ex-presidente da Associação Brasileira de Direito e Economia (ABDE), diretora da Associação Latino-americana de Direito e Economia (ALACDE)

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