{ "@context": "http://www.schema.org", "@graph": [{ "@type": "BreadcrumbList", "@id": "", "itemListElement": [{ "@type": "ListItem", "@id": "/#listItem", "position": 1, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/", "name": "In\u00edcio", "description": "O Correio Braziliense (CB) é o mais importante canal de notícias de Brasília. Aqui você encontra as últimas notícias do DF, do Brasil e do mundo.", "url": "/" }, "nextItem": "/diversao-e-arte/#listItem" }, { "@type": "ListItem", "@id": "/diversao-e-arte/#listItem", "position": 2, "item": { "@type": "WebPage", "@id": "/diversao-e-arte/", "name": "Diversão e Arte", "description": "Celebridades — Famosos — artes — televisão — streaming ", "url": "/diversao-e-arte/" }, "previousItem": "/#listItem" } ] }, { "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/diversao-e-arte/2022/03/4993839-baile-no-df-rapper-fbc-convida-brasilienses-ao-real-hip-hop-na-sexta-18.html", "name": "Baile no DF: rapper FBC convida brasilienses ao ‘real hip-hop’ na sexta (18)", "headline": "Baile no DF: rapper FBC convida brasilienses ao ‘real hip-hop’ na sexta (18)", "description": "", "alternateName": "FESTIVAL", "alternativeHeadline": "FESTIVAL", "datePublished": "2022-03-17-0317:55:00-10800", "articleBody": "<p class="texto">Em Brasília, a cultura e produção do Hip-hop não são novidade. Mas a realização de um grande <a href="/diversao-e-arte/2022/03/4993437-festival-nova-wave-traz-rapper-fbc-a-brasilia-nesta-sexta-18-3.html">evento apenas com artistas do gênero</a> e seus desdobramentos, sim. Nesta sexta-feira (18/3), o festival Nova Wave promete trazer artistas que têm protagonizado e sido expoentes de músicas alternativas da quebrada. O rapper FBC é uma das atrações mais esperadas da noite. Em entrevista ao <strong>Correio</strong>, o artista falou sobre os últimos lançamentos, o que está produzindo e o que o público do DF pode esperar da apresentação.</p> <p class="texto">Criado nas batalhas de rima de Belo Horizonte, Fabrício Soares Teixeira, o FBC, é um rapper de 32 anos – dos quais 16 são de dedicação ao hip-hop. O artista cresceu na favela Cabana do Pai Tomás e tem cinco álbuns publicados. O último, <em>Baile</em>, vem se destacando desde o lançamento, em 2021, e já soma mais de 22,7 milhões de audições no Spotify. Das 10 faixas, a música <em>Se Tá Solteira</em> foi a que mais caiu no gosto dos jovens e estourou com protagonismo em muitos vídeos produzidos no Instagram e TikTok.</p> <p class="texto"><iframe style="border-radius: 12px;" src="https://open.spotify.com/embed/album/0PsH3WANJaTcff9FpPDE6i?utm_source=generator&theme=0" width="100%" height="380" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe></p> <p class="texto"><em>Baile</em> nasceu de uma decisão um tanto quanto arriscada. Acontece que o álbum usa, em todas as faixas, batidas do 'Miami Bass', gênero musical originário do Hip-hop e que fez sucesso no Brasil nos anos 90, embalado pelo funk carioca. O esquecido Miami Bass foi uma aposta certeira do beatmaker e produtor musical do álbum, Vhoor (Vitor Hugo de Oliveira Rodrigues para a família). “O Vhoor me ameaçou”, brinca FBC. Mais sério, Fabrício conta que a ideia dos dois era fazer algo completamente diferente do que já era produzido por ele. Entre as várias tentativas, foi o Miami Bass que encaixou perfeitamente na proposta. “Era o que estava dando mais certo, tá ligado? O que queríamos fazer.”</p> <p class="texto">Foi um tiro no escuro. FBC e Vhoor nem de longe esperavam o retorno que tiveram. “A gente tinha medo de não dar certo e não funcionar porque era algo muito diferente do que estávamos acostumados a fazer”, lembra Fabrício. “O Miami Bass é muito antigo, então a gente precisou se adequar e adequar as ferramentas que usávamos para conseguir fazer esse trabalho”, completa Vhoor sobre o processo de criação. Foi um projeto despretensioso feito com um pé atrás – mas também feito com genialidade musical. E, por isso, deu certo.</p> <h3>Miami Bass e baile funk</h3> <p class="texto">O tamborzão do Miami Bass chegou ao Brasil no início da década de 90 e logo foi incorporado nas batidas dos bailes funks do Rio. Na época, o gênero fez sucesso em faixas como <em>Rap das Armas</em>, da dupla Cidinho e Doca, ou <em>Rap do Solitário</em>, de MC Marcinho. Nos anos 2000, o Miami Bass desapareceu das rádios. Para FBC e Vhoor, o ritmo era perseguido pela polícia e pela mídia. “É um ritmo que já foi muito criticado e perseguido não só nas ruas como intelectualmente. Isso privou a liberdade de muitos produtores da época, que tiveram que se adaptar”, diz o rapper, dando como exemplo uma de suas inspirações para <em>Baile</em>, MC Marcinho.</p> <p class="texto">Já é uma marca do FBC reforçar suas raízes em letras que narram a vida na favela, a cultura da periferia e a marginalização de quem vive em comunidade. Acrescentar tudo isso a um gênero que já tem, há anos, fama de marginalizado e alcançar públicos inusitados é um trabalho para poucos. “Tocar em 2022 um beat de Miami Bass em casa de boate com ingresso a R$ 350 já diz muito. O que é bom chega em todos os lugares. O que importa é fazer música boa e causar choque, tá ligado?”, fala Fabrício. O que o rapper e o beatmaker querem não é apenas um choque estético, “mas um choque em ter necessidade de escutar um som que está sendo produzido e não é achado em outro lugar”.</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2022/03/17/555x382/1_baile_capa_raideno_5kpx-7606271.jpg" width="555" height="381" layout="responsive" alt="A capa do álbum Baile, com batidas de Miami bass"></amp-img> <figcaption>Raideno/Reprodução - <b>A capa do álbum Baile, com batidas de Miami bass</b></figcaption> </div></p> <h3>“Hip-hop real”</h3> <p class="texto">“Hip-hop real” é o que os brasilienses podem esperar da apresentação do FBC nos palcos do festival Nova Wave, segundo o próprio artista. A fórmula de <em>Baile</em> proporciona uma mistura entre o bom e velho Hip-hop e batidas eletrônicas. O resultado é carinhosamente chamado por FBC de “música eletrônica de favela”, que promete agitar nosso quadradinho na sexta.</p> <p class="texto">O rapper garantiu cantar músicas de todos os álbuns. São eles: <em>S.C.A</em> (2018), <em>Padrim</em> (2019), <em>Best Duo</em> (2020), <em>Outro Rolê</em> (2021) e o já falado <em>Baile</em> (2021). FBC já foi avisado de que público quer muito Hip-hop e beats pesados no show. E, se depender dele, não há com o que se preocupar: “Prometemos levar o baile para o DF.”</p> <h3>A nova onda</h3> <p class="texto">Já são mais de 1.200 pessoas confirmadas no festival Nova Wave. O evento começa às 19h desta sexta (18/3), no Complexo Esportivo e de Lazer do Guará (Cave). São 14 artistas confirmados, entre pessoas de Brasília e de fora. FBC, as gêmeas Tasha e Tracie e N.I.N.A são uma das atrações mais aguardadas, mas nem por isso podemos minimizar os rappers com potencial do DF que vêm crescendo e chamando atenção na cena.</p> <p class="texto"><iframe id="instagram-embed-0" class="instagram-media instagram-media-rendered" style="background: white; max-width: 540px; width: calc(100% - 2px); border-radius: 3px; border: 1px solid #dbdbdb; box-shadow: none; display: block; margin: 0px 0px 12px; min-width: 326px; padding: 0px;" src="https://www.instagram.com/p/Ca2YhN6FOV8/embed/captioned/?cr=1&v=14&wp=432&rd=http%3A%2F%2Ffivenews.cbnet.net.br&rp=%2F#%7B%22ci%22%3A0%2C%22os%22%3A251192%2C%22ls%22%3A251186.7000000002%2C%22le%22%3A251187%7D" width="300" height="1025" frameborder="0" scrolling="no" allowfullscreen="allowfullscreen" data-instgrm-payload-id="instagram-media-payload-0"></iframe></p> <p class="texto"><script async="" src="//www.instagram.com/embed.js"></script></p> <p class="texto">“Estamos trazendo artistas gigantes e colocando artistas locais no palco de gente grande. Estamos gerando oportunidade para quem tem um trabalho de qualidade mas não tem patrocinadores ou olhos voltados para si”, aponta o organizador do evento Thiago Zago, de 23 anos. Zago, que é conhecido pelo nome artístico Fosk Fobos, e Mayara Virgínia, 23, organizaram todo o festival – desde a criação do projeto no papel à contratação dos artistas e escolha do local – sozinhos. “O processo de fazer o festival é um pouco desgastante, porque não temos apoio de ninguém em questões financeiras e nem verba pública. Até hoje, muito próximo ao festival, achamos tudo uma loucura”, relata Zago ao <strong>Correio</strong>.<br /></p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2022/03/17/555x382/1_whatsapp_image_2022_03_17_at_14_40_50-7606258.jpeg" width="555" height="381" layout="responsive" alt="O evento foi organizado por Thiago Zago e Mayara Virgínia, ambos com apenas 23 anos"></amp-img> <figcaption>Arquivo Pessoal - <b>O evento foi organizado por Thiago Zago e Mayara Virgínia, ambos com apenas 23 anos</b></figcaption> </div></p> <p class="texto">“O festival não tem patrocínio nenhum, só muita vontade de fazer algo e coragem”, reforça Mayara. A jovem conta que os dois contrataram o designer Kevin Lorde para criar a identidade visual e trabalhar no dia do evento. “Posso falar com orgulho que temos uma equipe composta 90% por negros, sendo majoritariamente mulheres pretas, e LGBTQI+. São pessoas incríveis.”</p> <p class="texto">A presença de minorias tanto na produção quanto no Line Up foi uma das exigências dos organizadores. “Por ser meu primeiro festival, fiz questão de colocar a essência feminina no planejamento”, ressalta Virgínia.</p> <h3>Os desdobramentos do Rap e a ponte com a periferia</h3> <p class="texto">O Nova Wave foi anunciado em dezembro de 2021 como um festival de Trap, Grime, Drill, Funk e Hip-hop. Cada gênero tem sua singularidade, mas se podemos pontuar uma semelhança é que todos são originários da periferia. E o público gostou da escolha. “É o que a periferia ouve. Tivemos uma resposta boa de quem queríamos atingir e isso mostra falha na baixa criação de eventos da periferia e como tratam o hip-hop, o funk e o que vem das ruas”, diz Mayara, em tom de crítica.</p> <p class="texto">Dos ritmos, dois são relativamente novos: o Grime, gênero que surgiu na periferia de Londres nos anos 2000, começou a ser utilizado por artistas brasileiros há 10 anos. O Drill é ainda mais recente e só apareceu no Brasil após 2014.</p> <p class="texto">As novas vertentes se expandem de forma cada vez mais rápida. Por isso, Mayara e Thiago não se intimidaram em promover um evento com vários artistas de Drill e Grime. “Sempre vi como gêneros em ascensão. Com Drill e Grime, a gente capta o público mais fiel do rap para o evento. A ideia sempre me pareceu assustadoramente certa e eu só ficava me perguntando ‘Cara, por que ninguém nunca fez algo assim em Brasília?’”, comenta Zago.</p> <p class="texto">Com artistas que misturam Funk e Hip-hop e letras que, em sua maioria, falam sobre realidades duras, uma coisa é inegável. O festival Nova Wave chega para ajudar a expandir a cultura da quebrada em Brasília.</p> <p class="texto"><em>*Estagiária sob supervisão de Pedro Grigori</em></p> <p class="texto"><div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> </ul> </div> </p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fmidias.correiobraziliense.com.br%2F_midias%2Fjpg%2F2022%2F03%2F17%2F1200x800%2F1_dsc_2748-7606284.jpg", "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fmidias.correiobraziliense.com.br%2F_midias%2Fjpg%2F2022%2F03%2F17%2F1000x1000%2F1_dsc_2748-7606284.jpg", "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fmidias.correiobraziliense.com.br%2F_midias%2Fjpg%2F2022%2F03%2F17%2F820x547%2F1_dsc_2748-7606284.jpg" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "Karolini Bandeira*", "url": "/autor?termo=karolini-bandeira*" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correiobraziliense5378" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "http://concursos.correioweb.com.br/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } 275ig

Baile no DF 101rx rapper FBC convida brasilienses ao ‘real hip-hop’ na sexta (18)
FESTIVAL

Baile no DF: rapper FBC convida brasilienses ao ‘real hip-hop’ na sexta (18) 206f3o

Uma das principais atrações do festival Nova Wave, o artista conversou com o Correio sobre os últimos sucessos e o próximo show nos palcos da nossa capital 1e1q6j

Em Brasília, a cultura e produção do Hip-hop não são novidade. Mas a realização de um grande evento apenas com artistas do gênero e seus desdobramentos, sim. Nesta sexta-feira (18/3), o festival Nova Wave promete trazer artistas que têm protagonizado e sido expoentes de músicas alternativas da quebrada. O rapper FBC é uma das atrações mais esperadas da noite. Em entrevista ao Correio, o artista falou sobre os últimos lançamentos, o que está produzindo e o que o público do DF pode esperar da apresentação.

Criado nas batalhas de rima de Belo Horizonte, Fabrício Soares Teixeira, o FBC, é um rapper de 32 anos – dos quais 16 são de dedicação ao hip-hop. O artista cresceu na favela Cabana do Pai Tomás e tem cinco álbuns publicados. O último, Baile, vem se destacando desde o lançamento, em 2021, e já soma mais de 22,7 milhões de audições no Spotify. Das 10 faixas, a música Se Tá Solteira foi a que mais caiu no gosto dos jovens e estourou com protagonismo em muitos vídeos produzidos no Instagram e TikTok.

Baile nasceu de uma decisão um tanto quanto arriscada. Acontece que o álbum usa, em todas as faixas, batidas do 'Miami Bass', gênero musical originário do Hip-hop e que fez sucesso no Brasil nos anos 90, embalado pelo funk carioca. O esquecido Miami Bass foi uma aposta certeira do beatmaker e produtor musical do álbum, Vhoor (Vitor Hugo de Oliveira Rodrigues para a família). “O Vhoor me ameaçou”, brinca FBC. Mais sério, Fabrício conta que a ideia dos dois era fazer algo completamente diferente do que já era produzido por ele. Entre as várias tentativas, foi o Miami Bass que encaixou perfeitamente na proposta. “Era o que estava dando mais certo, tá ligado? O que queríamos fazer.”

Foi um tiro no escuro. FBC e Vhoor nem de longe esperavam o retorno que tiveram. “A gente tinha medo de não dar certo e não funcionar porque era algo muito diferente do que estávamos acostumados a fazer”, lembra Fabrício. “O Miami Bass é muito antigo, então a gente precisou se adequar e adequar as ferramentas que usávamos para conseguir fazer esse trabalho”, completa Vhoor sobre o processo de criação. Foi um projeto despretensioso feito com um pé atrás – mas também feito com genialidade musical. E, por isso, deu certo.

Miami Bass e baile funk 1np3s

O tamborzão do Miami Bass chegou ao Brasil no início da década de 90 e logo foi incorporado nas batidas dos bailes funks do Rio. Na época, o gênero fez sucesso em faixas como Rap das Armas, da dupla Cidinho e Doca, ou Rap do Solitário, de MC Marcinho. Nos anos 2000, o Miami Bass desapareceu das rádios. Para FBC e Vhoor, o ritmo era perseguido pela polícia e pela mídia. “É um ritmo que já foi muito criticado e perseguido não só nas ruas como intelectualmente. Isso privou a liberdade de muitos produtores da época, que tiveram que se adaptar”, diz o rapper, dando como exemplo uma de suas inspirações para Baile, MC Marcinho.

Já é uma marca do FBC reforçar suas raízes em letras que narram a vida na favela, a cultura da periferia e a marginalização de quem vive em comunidade. Acrescentar tudo isso a um gênero que já tem, há anos, fama de marginalizado e alcançar públicos inusitados é um trabalho para poucos. “Tocar em 2022 um beat de Miami Bass em casa de boate com ingresso a R$ 350 já diz muito. O que é bom chega em todos os lugares. O que importa é fazer música boa e causar choque, tá ligado?”, fala Fabrício. O que o rapper e o beatmaker querem não é apenas um choque estético, “mas um choque em ter necessidade de escutar um som que está sendo produzido e não é achado em outro lugar”.

Raideno/Reprodução - A capa do álbum Baile, com batidas de Miami bass

“Hip-hop real” 4m643o

“Hip-hop real” é o que os brasilienses podem esperar da apresentação do FBC nos palcos do festival Nova Wave, segundo o próprio artista. A fórmula de Baile proporciona uma mistura entre o bom e velho Hip-hop e batidas eletrônicas. O resultado é carinhosamente chamado por FBC de “música eletrônica de favela”, que promete agitar nosso quadradinho na sexta.

O rapper garantiu cantar músicas de todos os álbuns. São eles: S.C.A (2018), Padrim (2019), Best Duo (2020), Outro Rolê (2021) e o já falado Baile (2021). FBC já foi avisado de que público quer muito Hip-hop e beats pesados no show. E, se depender dele, não há com o que se preocupar: “Prometemos levar o baile para o DF.”

A nova onda 2s712j

Já são mais de 1.200 pessoas confirmadas no festival Nova Wave. O evento começa às 19h desta sexta (18/3), no Complexo Esportivo e de Lazer do Guará (Cave). São 14 artistas confirmados, entre pessoas de Brasília e de fora. FBC, as gêmeas Tasha e Tracie e N.I.N.A são uma das atrações mais aguardadas, mas nem por isso podemos minimizar os rappers com potencial do DF que vêm crescendo e chamando atenção na cena.

“Estamos trazendo artistas gigantes e colocando artistas locais no palco de gente grande. Estamos gerando oportunidade para quem tem um trabalho de qualidade mas não tem patrocinadores ou olhos voltados para si”, aponta o organizador do evento Thiago Zago, de 23 anos. Zago, que é conhecido pelo nome artístico Fosk Fobos, e Mayara Virgínia, 23, organizaram todo o festival – desde a criação do projeto no papel à contratação dos artistas e escolha do local – sozinhos. “O processo de fazer o festival é um pouco desgastante, porque não temos apoio de ninguém em questões financeiras e nem verba pública. Até hoje, muito próximo ao festival, achamos tudo uma loucura”, relata Zago ao Correio.

Arquivo Pessoal - O evento foi organizado por Thiago Zago e Mayara Virgínia, ambos com apenas 23 anos

“O festival não tem patrocínio nenhum, só muita vontade de fazer algo e coragem”, reforça Mayara. A jovem conta que os dois contrataram o designer Kevin Lorde para criar a identidade visual e trabalhar no dia do evento. “Posso falar com orgulho que temos uma equipe composta 90% por negros, sendo majoritariamente mulheres pretas, e LGBTQI+. São pessoas incríveis.”

A presença de minorias tanto na produção quanto no Line Up foi uma das exigências dos organizadores. “Por ser meu primeiro festival, fiz questão de colocar a essência feminina no planejamento”, ressalta Virgínia.

Os desdobramentos do Rap e a ponte com a periferia 2f5p2z

O Nova Wave foi anunciado em dezembro de 2021 como um festival de Trap, Grime, Drill, Funk e Hip-hop. Cada gênero tem sua singularidade, mas se podemos pontuar uma semelhança é que todos são originários da periferia. E o público gostou da escolha. “É o que a periferia ouve. Tivemos uma resposta boa de quem queríamos atingir e isso mostra falha na baixa criação de eventos da periferia e como tratam o hip-hop, o funk e o que vem das ruas”, diz Mayara, em tom de crítica.

Dos ritmos, dois são relativamente novos: o Grime, gênero que surgiu na periferia de Londres nos anos 2000, começou a ser utilizado por artistas brasileiros há 10 anos. O Drill é ainda mais recente e só apareceu no Brasil após 2014.

As novas vertentes se expandem de forma cada vez mais rápida. Por isso, Mayara e Thiago não se intimidaram em promover um evento com vários artistas de Drill e Grime. “Sempre vi como gêneros em ascensão. Com Drill e Grime, a gente capta o público mais fiel do rap para o evento. A ideia sempre me pareceu assustadoramente certa e eu só ficava me perguntando ‘Cara, por que ninguém nunca fez algo assim em Brasília?’”, comenta Zago.

Com artistas que misturam Funk e Hip-hop e letras que, em sua maioria, falam sobre realidades duras, uma coisa é inegável. O festival Nova Wave chega para ajudar a expandir a cultura da quebrada em Brasília.

*Estagiária sob supervisão de Pedro Grigori

Saiba Mais 135an

 
Wanderley Vieira - Criado nas batalhas de rima de Belo Horizonte, FBC é um rapper com mais de 15 anos de experiência no Hip-hop
Raideno/Reprodução - A capa do álbum Baile, com batidas de Miami bass
Arquivo Pessoal - O evento foi organizado por Thiago Zago e Mayara Virgínia, ambos com apenas 23 anos

Tags 4yg2x