Daniel Furlan 6a652b do Choque de cultura, lança o disco 'Tropical nada'

Antes de ser conhecido pelo Brasil com personagens como Renan, do Choque de cultura, Carlos Felino, de Irmão do Jorel, e Craque Daniel, do Falha de cobertura, Daniel Furlan fez carreira na música. Ele era vocalista da banda capixaba Ócio, um grupo de jovens que, nos anos 2000, cantava músicas em inglês e chegou a ter sucesso nos nichos da música alternativa. A banda terminou em 2018, mas a fagulha musical permaneceu em Furlan, que a tira do papel agora em 2023.

O artista multifacetado volta com o projeto Tropical Nada. Um disco que é regido por Furlan, que faz as pazes com as canções após cinco anos afastado dos lançamentos. Com 10 faixas, o álbum é o primeiro de composições em português que o músico faz. "Devagar essa vontade de música foi voltando em mim, tinha uma vontade de escrever letras em português, coisa que eu não fazia na banda antiga. Eu comecei a me frustrar por não ter escrito canções na minha língua", afirma Daniel ao Correio. "Eu queria ar mensagens mais diretas, uma coisa mais tapa na cara mesmo. Porque o inglês dá para fazer muita curva", explica.

O cantor sentiu saudades de todo o movimento que a música fazia com ele mesmo e queria ali encontrar um afeto que tinha se distanciado. "Tinham cinco anos que não escrevia músicas para o mundo, então tinha muita coisa acumulada. Tem coisas antigas, mas há letras que foram feitas do zero ali naquele momento sensível de confinamento", observa Furlan, que escreveu músicas e lapidou ideias antigas para chegar ao projeto final. Tudo durante a pandemia.

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Daniel aposta no disco em um momento muito distinto da carreira, uma vez que hoje é mais conhecido pelo trabalho de ator e roteirista. Os projetos da TV Quase, produtora da qual é cofundador, alçaram voos altos e o levaram a todos os lugares que ele nunca imaginou chegar. De Choque de Cultura no horário nobre da Globo, ao Você não merece ser feliz: Como conseguir mesmo assim, livro na lista de best sellers de 2020 com segunda edição confirmada para 2023. "Ao mesmo tempo que a minha banda antiga, o Ócio, foi acabando, eu fui me aproximando da comédia e isso tomou conta", comenta o artista que também dirige e roteiriza programas.

Furlan comemora aonde chegou nestes cinco anos e vê que está alguns degraus acima para ter a música mais ouvida, para conquistar um público maior. "O bom de ter feito esses trabalhos todos em cinco anos é que eu criei um público que me conhece, além de me conhecer também gosta do que eu faço e é receptivo com as minhas novas ideias", pontua. "Só de eu estar neste ponto de partida que é vinte os na frente, com um público me acompanhando, é muito bom e um privilégio", completa.

Porém, agora a comédia faz parte do processo. O próprio artista escreve no Spotify: "E apesar de não ser um trabalho de comédia, traz, sim, uma graça, embora meio trágica". Agora assinando com o próprio nome, Daniel não se desvencilha dos grandes personagens que escreveu e entende se não for levado tão a sério. "Eu mostrei para uns amigos o disco quando estava pronto e tinha uns momentos de letra que eu achava tensos, fortes e dramáticos e a galera riu muito. Mas tudo bem. Eu não acho isso ruim não, para mim, é legal", conta o ator que não perde o tempo da piada. "Tropical nada é o hit do carnaval, eu brinco com isso porque realmente não tem nada a ver", finaliza.

Jornal Correio Braziliense 2v4q4l

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