CINEMA

"Ainda estou aqui": uma a cada quatro postagens sobre ditadura menciona filme

A rede social que teve maior número de citações ao longa foi o Instagram e a que teve menos foi o YouTube, conforme levantamento

O longa já teve mais de 5 milhões de espectadores só no Brasil -  (crédito:  Sony Pictures                                                                                                                                                                                                                                                 )
O longa já teve mais de 5 milhões de espectadores só no Brasil - (crédito: Sony Pictures )

Um levantamento realizado pela empresa Nexus comprovou que quase um quarto (23%) das publicações nas redes sociais feitas entre junho de 2024 e fevereiro de 2025 sobre a ditadura militar mencionam o filme Ainda estou aqui, de Walter Salles. O longa foi indicado ao Oscar 2025 como Melhor Filme, Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz com Fernanda Torres — e já teve mais de 5 milhões de espectadores só no Brasil.

O levantamento coletou informações de Instagram, Facebook, Tik Tok, X e YouTube. No Instagram, 60% dos debates na rede social sobre a ditadura militar incluíram uma referência ao filme. No Tik Tok, 58% das 100 publicações mais curtidas sobre o tema abordaram Ainda Estou Aqui. No Facebook, 32% das conversas sobre o regime autoritário brasileiro citaram o longa. No X, foram 9% e, no Youtube 7,3%.

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De acordo com o CEO da Nexus, Marcelo Tokarski, os números refletem o interesse do público jovem pelo filme. “O TikTok e o Instagram, redes sociais muito utilizadas pelo público jovem, são as que mais estão usando o sucesso do filme Ainda Estou Aqui para resgatar a memória do período da ditadura no Brasil. Uma época que muitos deles não viveram, mas viram retratada no filme de Walter Salles”, afirmou.

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Principais temas de interesse

No Instagram e no Facebook, as publicações engajaram em torno de temas parecidos: Fernanda (em referência a Fernanda Torres), Ditadura (que reúne histórias e depoimentos do período ditatorial no Brasil, resgatados pelo filme), Paiva (o destino de Rubens Paiva, retratado no filme, e de seus possíveis torturadores) e Cinema.

No Tik Tok, as publicações mais engajadas abordaram a suposta ligação entre parentes de influenciadoras e a cúpula da ditadura, bem como curiosidades da história de Rubens Paiva.

As discussões no X, por sua vez, giraram em torno do posicionamento (ou falta dele) de políticos e figuras públicas diante a repercussão de Ainda Estou Aqui. Os usuários ainda resgataram momentos emblemáticos da política brasileira, como a cuspida do ex-presidente Jair Bolsonaro na estátua de Rubens Paiva. No Youtube, canais especializados trouxeram análises da obra, com mais informações sobre a família Paiva e o momento histórico.

Isabela Stanga
postado em 28/02/2025 11:58 / atualizado em 28/02/2025 11:59
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