Desde o dia 9 de dezembro de 2024, quando Ainda estou aqui e Fernanda Torres foram anunciados como concorrentes do Globo de Ouro, não há um dia em que esse não seja assunto para quem cobre cultura, mesmo que seja em uma conversa de 5 minutos. Foram muitos dias, incontáveis matérias até o resultado histórico do último domingo em que o Brasil finalmente ganhou o primeiro Oscar, o de Melhor filme internacional.
Conforme o tempo foi ando, os momentos variavam entre o otimismo e o pessimismo. Às vezes, parecia que era tudo nosso, em outras, um flashback de 1999 quando Fernanda Montenegro e o Central do Brasil saíram de mãos abanando do Teatro Dolby em Los Angeles. Porém, em nenhum momento a entrega diminuiu, a vontade ou e os brasileiros desistiram.
Esse Oscar não é só de Walter Salles, ou só de Ainda estou aqui, nem mesmo apenas de uma boa campanha e estratégia. Esse Oscar é de cada um dos fãs que uma vez lotaram uma Comic-Con e fizeram Fernanda Torres se sentir “o Pikachu". É um prêmio dos jovens que fizeram o longa nacional ficar em segundo lugar em notas na plataforma Letterboxd, é uma honraria de cada um que chorou por conta da derrota de Central do Brasil, é uma láurea das vítimas e dos filhos das vítimas da ditadura militar. Sobretudo é o primeiro Oscar do Brasil e do cinema brasileiro.
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Essa estatueta é para quem ama nossa cultura e é de um povo que acredita. Essa estatueta vai para uma história triste, mas que transmite a resiliência das pessoas que nunca desistem. Essa premiação vem para dizer não só que ainda estamos aqui, como estivemos aqui o tempo todo.
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Está permitido se sentir o Pikachu. Afinal, até para ganhar o primeiro Oscar, o Brasil deu a sorte de ser no meio do carnaval, a maior festa do mundo. Agora o país tem a alegria que sempre teve, com um Oscar que faltava na nossa prateleira. No final, tudo que fizemos valeu a pena.
Dados da Ancine sobre Ainda estou aqui 6l354n
Ainda estou ocupa o terceiro lugar entre as maiores bilheterias do cinema nacional desde 2018. Mais de 5 milhões de espectadores viram o filme, perfazendo uma renda de R$ 104,7 milhões. O êxito nas bilheterias repercutiu no desempenho do cinema nacional como um todo. Em 2025, o filme atraiu 32% do público para o cinema brasileiro.
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