
O espetáculo brasiliense Ípsilon entra em turnê neste mês de abril com apresentações em quatro cidades brasileiras e oito no exterior. O espetáculo conta a história real de uma tragédia vivida pelo próprio diretor da peça, Guylherme Almeida, cujo pai, José Fernandes, foi assassinado e queimado no cemitério de pneus no Riacho Fundo I.
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Após uma temporada em cartaz em Brasília, a peça segue para outras cidades do Brasil e do mundo. A estreia será no Rio de Janeiro. Depois, o espetáculo será apresentado em São Paulo, Recife, Fortaleza, Petrolina, Santiago, Rosário, Buenos Aires, Chicago, Miami, Paris, Barcelona e Madrid. Ípsilon tem como temática principal a realidade dos jovens periféricos e fala de cor, de assassinatos nas favelas e da realidade brasileira nos grandes centros urbanos.
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Em entrevista ao Correio, Guylherme contou que a morte do pai foi “uma vírgula” e que a peça trata de “de pessoas que conseguiram furar a bolha e se tornar um astronauta”. A história também toca em questões como o racismo ambiental, privilégios e ainda faz uma provocação relacionada ao sobrenome do personagem.
Antes de perder seu pai, Guylherme trabalhava em textos sobre figuras negras importantes, como Carolina Maria de Jesus, Mãe Carol e Judith Jamison. Na época, já pensava em escrever um espetáculo autoral sobre as conquistas negras e os desafios para ingressar no ensino superior, assim como a dificuldade para crescer na vida. A morte do pai mudou os rumos e o diretor decidiu se debruçar sobre a própria história. Ele criou então ficção científica protagonizada pela personagem Carolyna (com ‘ípsilon’), uma astronauta que volta à cidade natal e descobre que a mesma foi reduzida a um aterro sanitário de pneus. Coube à atriz Juliana Plasmo interpretar a astronauta, capaz de viver no espaço, mas incerta se conseguirá sobreviver na terra natal, poluída pela fumaça e pelos pneus e marcada pelo abandono.
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O espetáculo estará em cartaz no Teatro Dulcina do Rio de Janeiro entre 18 e 27 de abril, com apoio do Programa Funarte Aberta.
*Estagiário sob a supervisão de Nahima Maciel
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