
Primeiro artista brasileiro a declarar publicamente a homossexualidade, Edy Star morreu na madrugada desta quinta-feira (24/4), aos 87 anos. O ícone queer estava internado havia quase uma semana, devido a um acidente doméstico, no Complexo Hospitalar Heliópolis, em São Paulo.
"É com imensa tristeza que comunicamos o falecimento de Edy Star, no início da madrugada de hoje, 24 de abril. Ele chegou ao hospital em estado gravíssimo, foi submetido à diálise, mas enfrentava complicações mais severas. Edy viveu como quis — com arte, coragem e liberdade — e sempre merecerá nosso aplauso. Agradecemos profundamente todas as manifestações de carinho, solidariedade e mobilização nos últimos dias. Em breve, informaremos os detalhes sobre o funeral", informa o comunicado na página do artista.
Ricardo Santhiago, biógrafo e amigo de Star, comunicou nas redes sociais que o músico havia sido internado em uma UPA, onde o estado de saúde piorou e ele entrou em risco de falência renal. “Há mais de 30 horas ele aguarda por uma vaga em um hospital, mas não pode esperar mais. Ontem (22/4), ele chegou a ser itido no próprio Hospital Heliópolis, mas aguardou mais de 12 horas por uma ambulância que nunca chegou. Situações como essa não podem mais se repetir. É urgente que o atendimento seja garantido agora, com a responsabilidade e a celeridade que o caso exige", publicou na quarta-feira (23/4).
Foi apenas com o apelo de Santhiago que Star conseguiu a transferência para o Hospital Heliópolis. Entretanto, o artista não obteve uma vaga garantida na UTI e necessitava de sessões intensivas de diálise.
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Com uma carreira de seis décadas, Edy Star trabalhou com Raul Seixas no disco Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10 (1971), bem como Sérgio Sampaio e Miriam Batucada. Do quarteto, Star era o único ainda vivo. O músico também integrou o elenco da montagem brasileira de Rocky Horror Show.