
Com duas décadas de estrada e uma trajetória marcada por sucessos que atravessam gerações, Vanessa da Mata abre mais um capítulo sonoro com o lançamento de seu novo álbum, Todas Elas. O disco, revelado nesta segunda-feira (12), traz 11 faixas inéditas que costuram diferentes facetas da artista, que se define como uma verdadeira Matrioska: “uma boneca dentro da outra, revelando camadas diversas de mim”, como explica.
O novo projeto, inteiramente autoral e produzido pela própria Vanessa, transita por ritmos e atmosferas variados — algo já característico da cantora. Desta vez, o processo criativo floresceu intensamente após o encerramento da temporada do musical sobre Clara Nunes, onde a artista atuou como protagonista. “Eu saí do musical e as músicas começaram a brotar sem parar. Foi como um transbordamento criativo”, conta para a Glamour.
Todas Elas tem participações especiais de nomes como João Gomes, Jota.Pê e o pianista norte-americano Robert Glasper, expoente do jazz contemporâneo. “Ele é um gênio. Um dos grandes nomes da black music atual, com quem tive a sorte de construir uma parceria viva, cheia de brasilidade”, afirma Vanessa.
No repertório, canções como “Esperança” — o primeiro single lançado — destacam a proposta do álbum: uma celebração da existência e da simplicidade da vida. “Não é só sobre autoestima. É sobre encontrar beleza no presente, naquilo que não tem anúncio, mas que transforma”, reflete.
Mais segura do que nunca, a cantora vê o palco como uma extensão de si. “Aprendi a confiar no que faço. Hoje, estar no palco é como estar em casa”, afirma. Essa maturidade também se traduz na nova turnê, com estreia marcada para 24 de maio no Rio de Janeiro. Sob direção de Jorge Farjalla, o show promete ser um espetáculo em três atos, com forte apelo visual e narrativo. “É o tipo de desafio que me entusiasma”, antecipa.
Além da música, Vanessa segue se expressando em outras linguagens. Pintora e escritora, ela conta que suas criações se entrelaçam. “Minhas telas são sempre femininas, como as minhas canções. Tudo se alimenta mutuamente. Eu sou feita de palavras, sons e cores.”
Com “Todas Elas”, Vanessa da Mata não apenas revisita suas múltiplas versões: ela as abraça, amplifica e entrega ao público uma obra que sintetiza quem é — e quem escolhe ser — neste novo momento de sua arte.