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"Fazer rir é um ato de amor", diz Andy Gercker, o Maico de "Tô de Graça"

De volta à tevê com a sétima temporada de "Tô de Graça", com o queridinho do público Maico Marrone Jackson, Andy Gercker celebra 25 anos de carreira e fala de outros projetos previstos para estrear. Leia a entrevista completa com o ator

O ator Andy Gercker volta na sétima temporada de "Tô de Graça" -  (crédito: Jeferson Medrado/Divulgação)
O ator Andy Gercker volta na sétima temporada de "Tô de Graça" - (crédito: Jeferson Medrado/Divulgação)

O ator Andy Gercker está de volta ao ar na pele de Maico Marrone Jackson, personagem que interpreta desde a estreia de Tô de Graça, em 2017. A sétima temporada do sitcom chegou à programação do Multishow em abril, agora com a produção assinada pela TV Globo e direção geral de Silvio Guindane.

Após dois anos fora do ar, a série retorna com episódios inéditos e promete novas reviravoltas na vida da excêntrica família protagonizada por Rodrigo Sant'Anna. "Voltar pra essa história é emocionante. Tô de Graça é mais do que um projeto de humor, é um território onde me permito ser bobo, exagerado, frágil… E tudo isso junto faz sentido", afirma Gercker.

Para ele, fazer rir em tempos difíceis é também um ato de amor e resistência. "Depois de tantas temporadas, é emocionante ver como esse projeto ainda pulsa forte — no coração do público e no meu. A gente ri junto, se reconhece nas situações absurdas e encontra afeto mesmo no meio da bagunça. Eu volto com o mesmo frio na barriga da primeira vez, mas agora com a bagagem de quem sabe que fazer rir também é um ato de amor".

A nova temporada traz a família de volta à cena depois que a matriarca se torna ex-BBB — um upgrade que transforma o cenário, mas não o caos doméstico. "A casa ganhou uma repaginada, mas o caos continua firme. Maico está solteiro, a Marraia vive um casamento poliamoroso, e Briti teve um filho com Vilso", antecipa o ator.

Personagem querido do público, Maico Marrone é conhecido pelo humor escrachado e por ser uma usina de memes na internet. Para Gercker, a identificação vem justamente do exagero com toque de humanidade. "Acho que Maico se tornou tão querido porque ele é, no fundo, uma caricatura que todo mundo reconhece, mas com uma boa dose de humanidade disfarçada de exagero. Ele não tem vergonha de ser quem é, nem de ser escrachado, e isso gera uma identificação instantânea. O público adora rir de um bom estereótipo, mas quando vê a vulnerabilidade por trás da piada, a conexão é imediata. E os memes? Bem, Maico é praticamente um produtor de conteúdo viral. Cada gesto, cada cena absurda vira um meme porque ele é o tipo de personagem que sabe fazer do caos algo tão irresistível que as pessoas não conseguem deixar de compartilhar. Ele é um exagero sincero.", explica.

Andy revela que Maico nasceu de vivências pessoais, especialmente das dificuldades enfrentadas por ser um jovem gay. "O Maico Marrone é meu jeito de rir da dor sem esquecer dela, sabe? Ele exagera justamente aquilo que eu vivi quando era mais jovem — não entendia por que as pessoas me desrespeitavam só por ser quem eu era. Ser gay e diferente, parecia um problema, mas hoje vejo isso como potência. O Maico nasceu dessa virada. Ele é espalhafatoso, engraçado, meio trágico… mas é também uma forma de dizer que ser quem a gente é, com humor, com verdade, não é fraqueza. E sim um superpoder."

Legado

Com 25 anos de carreira, 15 deles na TV Globo, Gercker celebra a nova fase com outros projetos paralelos. Um deles é Casos & Casais, comédia romântica dirigida por Bruno Garcia, em que vive um gerente de hotel místico. "Foi delicioso de fazer, mistura humor e esoterismo. Depois ainda viajei a Paris para gravar conteúdos extras", conta.

Outro destaque é a série Verônika, produção da AfroReggae com a Globoplay. "É um papel mais contido, mais realista. Sou o advogado e melhor amigo da protagonista, vivida pela Roberta Rodrigues, que também faz minha irmã em 'Tô de Graça'", pontua. A série traz uma trama socialmente engajada e marca um novo momento na carreira do ator.

Para o futuro, Andy quer continuar a provocar riso e reflexão. "Quero deixar um legado que faça as pessoas rirem, mas também se sentirem menos sozinhas. Se eu conseguir isso, já valeu a pena", conclui.

  • Andy Gercker como Maico, de
    Andy Gercker como Maico, de "Tô de Graça" Ju Coutinho
  • O ator Andy Gercker volta na sétima temporada de
    O ator Andy Gercker volta na sétima temporada de "Tô de Graça" Jeferson Medrado/Divulgação
  • O ator Andy Gercker volta na sétima temporada de
    O ator Andy Gercker volta na sétima temporada de "Tô de Graça" Jeferson Medrado/Divulgação

Entrevista | Andy Gercker

Como você se sente ao voltar para a sétima temporada de Tô de Graça após o sucesso das temporadas anteriores?

Depois de tantas temporadas, é emocionante ver como esse projeto ainda pulsa forte — no coração do público e no meu. A gente ri junto, se reconhece nas situações absurdas e encontra afeto mesmo no meio da bagunça. Eu volto com o mesmo frio na barriga da primeira vez, mas agora com a bagagem de quem sabe que fazer rir também é um ato de amor. Tô de Graça é mais que um projeto de humor; é um território onde eu me permito ser bobo, humano, exagerado, frágil… e tudo isso junto faz muito sentido. É uma alegria ver que, mesmo em tempos tão duros, o riso ainda encontra seu lugar. E saber que faço parte disso me dá um motivo a mais pra continuar acreditando que o humor é uma forma de esperança e revolução.

Quais são as principais novidades e desafios que os personagens enfrentarão nessa nova fase?

Na nova fase, a família está colhendo os frutos da fama repentina da matriarca, agora uma ex-BBB cheia de regalias. A casa ganhou uma repaginada, mas o caos familiar continua firme e forte. Briti teve um filho com Vilso (sim, isso mesmo!), Marraia vive um casamento poliamoroso com duas mulheres, e Maico Marrone, recém-solteiro após o término com Pará, volta ao mercado com aquele charme duvidoso de sempre. No fundo, os desafios continuam sendo os mesmos: sobreviver em meio à bagunça, mas agora com um pouco mais de luxo e muito mais confusão.

Como você criou o personagem Maico Marrone Jackson e o que o inspira?

O Maico Marrone é meu jeito de rir da dor sem esquecer dela, sabe? Ele exagera justamente aquilo que eu vivi quando era mais jovem — não entendia por que as pessoas me desrespeitavam só por ser quem eu era. Ser gay e diferente, parecia um problema, mas hoje vejo isso como potência. O Maico nasceu dessa virada. Ele é espalhafatoso, engraçado, meio trágico… mas é também uma forma de dizer que ser quem a gente é, com humor, com verdade, não é fraqueza. E sim um superpoder.

Por que você acha que Maico se tornou tão querido pelo público e coleciona memes na internet?

Acho que Maico se tornou tão querido porque ele é, no fundo, uma caricatura que todo mundo reconhece, mas com uma boa dose de humanidade disfarçada de exagero. Ele não tem vergonha de ser quem é, nem de ser escrachado, e isso gera uma identificação instantânea. O público adora rir de um bom estereótipo, mas quando vê a vulnerabilidade por trás da piada, a conexão é imediata. E os memes? Bem, Maico é praticamente um produtor de conteúdo viral. Cada gesto, cada cena absurda vira um meme porque ele é o tipo de personagem que sabe fazer do caos algo tão irresistível que as pessoas não conseguem deixar de compartilhar. Ele é um exagero sincero.

Como você equilibra a personalidade do personagem com a sua própria personalidade e experiências?

Equilibrar a personalidade do Maico com a minha própria não é um trabalho de contradições, mas de revelações. Eu sempre fui alguém que, apesar de ser alvo de preconceitos, nunca tentei esconder quem eu era. O Maico é um reflexo disso: ele exagera, escancara, faz piada de tudo, mas no fundo ele é genuíno. Ele traz a minha essência, essa mistura de vulnerabilidade com força, de riso com dor. A diferença é que, enquanto eu tento equilibrar tudo isso de forma mais introspectiva, o Maico é puro instinto e exagero. Ele diz em voz alta o que eu, às vezes, guardo pra mim.

Quais são seus planos futuros para sua carreira e o que você gostaria de alcançar?

Estou sempre em busca de novas formas de contar histórias, de explorar o humor de maneiras inesperadas e, claro, de continuar me conectando com o público de forma sincera e verdadeira. No fundo, o que eu mais quero é alcançar um equilíbrio entre o trabalho e a vida, e deixar um legado que faça as pessoas rirem, mas também refletirem. No fim das contas, se eu conseguir fazer o público se sentir menos sozinho e mais feliz com algo que criei, já vou ter alcançado meu objetivo.

Você pode nos contar um pouco sobre os projetos que você tem em andamento, como Casos & Casais e Verônika?

Casos & Casais é um filme dirigido pelo Bruno Garcia — uma comédia romântica leve, divertida, que com certeza vai aquecer o coração do público. Eu interpreto um gerente de hotel místico, que organiza um evento inusitado para premiar um casal com um fim de semana romântico em Paris. Foi um personagem delicioso de fazer, porque mistura humor e esoterismo. Depois das filmagens, tive a oportunidade de ir até a capital sa para produzir conteúdo extras para divulgação do filme. Já na série Verônika, foi um desafio diferente: interpreto um advogado, assistente e melhor amigo da protagonista, vivida pela atriz Roberta Rodrigues — que, curiosamente, também faz a irmã do meu personagem em Tô de Graça. Esse é um papel mais contido, mais realista, que me tirou da zona de conforto e que me permitiu explorar um outro lado da atuação. Trata-se de uma produção da AfroReggae em parceria com a Globoplay e traz uma narrativa potente, com forte engajamento social, além de relações muito humanas. Estou empolgado com a chegada desses projetos tão distintos entre si, e mal posso esperar para dividi-los com o público que acompanha o meu trabalho com tanto carinho.

 

postado em 22/05/2025 08:00
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