
Criado para funcionar como um elo entre artistas e público, o Festival de Teatro do Distrito Federal reúne no Teatro Paulo Autran, no Sesc Taguatinga, um total de seis espetáculos da região e um de fora. As apresentações vão até 1º de dezembro e os coletivos e companhias concorrem a prêmios em 11 categorias, incluindo Melhor Ator, Melhor Peça, Melhor Cenário e Melhor Figurino.
A ideia do projeto, realizado com patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC-DF), é servir de vitrine para a produção local. "Ele nasce da vontade de mostrar que Brasília tem um bom teatro", avisa Lucas Isaksson, diretor do evento. "Nosso festival é muito diverso. Temos peças que falam sobre envelhecer e sobre questões étnico-raciais, trazendo nomes consagrados da cena, como Humberto Pedrancini, e novos talentos, como Geise Prazeres", acrescenta. Entre os espetáculos selecionados estão Outra história de amor, com direção de Zé Regino, O longe, da Cia. Burlesca, e Isto também ará, antes que eu morra, da Cia. ViÇeras.
No total, 36 espetáculos se inscreveram para participar do festival e a curadoria fez uma seleção de seis, com peças que representam todas as regiões do DF, incluindo artistas consagrados e iniciantes. "Essa é a primeira edição. A gente espera avançar e colher frutos, amadurecer e trazer ainda mais grupos do DF", diz Isaksson, que, ao escolher Taguatinga como palco, pensou em contemplar um público que nem sempre tem o ao teatro. "A gente acredita que Taguatinga é um polo cultural, representa bem as periferias, é uma cidade muito grande, com uma diversidade e pessoas de todos os lugares do país", explica.
A falta de teatros públicos também orientou a escolha da cidade para a realização do evento. "Os artistas carecem de espaços para mostrar os trabalhos. A comunidade está numa luta grande, há muito tempo chamando a atenção para a necessidade de reforma do Teatro da Praça, essa reforma que não sai", lamenta o diretor.