
O lucro líquido ajustado do Banco do Brasil (BB) caiu 22,2% no ano ado, a R$ 13,88 bilhões. O resultado foi divulgado nesta quinta-feira (11/02) e, de acordo com o banco, reflete o aumento de provisões decorrente da pandemia de covid-19.
Para se proteger dos riscos de crédito e inadimplência trazidos pela covid-19, o Banco do Brasil antecipou R$ 8,1 bilhões de provisões. Por isso, elevou de R$ 14,19 bilhões para R$ 22,11 bilhões o volume anual de provisões entre 2019 e 2020. Foi um aumento de 47,6%, que, segundo o BB pressionou os resultados do banco no ano ado.
A geração de receitas, no entanto, também pode ter contribuído nesse sentido. É que, diante da crise econômica da covid-19 e da redução da taxa de juros, as receitas com prestação de serviços do banco caíram 1,7% no ano ado. As despesas, que estão na mira do plano de reestruturação lançado no início deste ano, por sua vez, não cresceram em 2020 e fecharam o ano na estabilidade.
Geração de negócios
O BB destacou, por outro lado, que "a geração de negócios permaneceu sólida", mesmo diante da pandemia de covid-19. Por isso, outros indicadores do banco apresentaram um resultado positivo em 2020. Dentro das receitas, por exemplo, houve alta das receitas com seguros, previdência e capitalização (4,8%), consórcios (14,5%) e istração de fundos (7,2%). A carteira de crédito ampliada também teve saldo positivo, crescendo 9% no ano, a R$ 742 bilhões.
Por conta disso, a margem financeira bruta do banco cresceu 5,1%, a R$ 56,72 bilhões, e o resultado estrutural, que não considera as provisões, cresceu 5,9% em 2020, a R$ 42,4 bilhões. Já o Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RSPL), ou ROE, teve uma leve melhora, de 12% em 2019 para 12,1% em 2020.
Com esse desempenho, o banco ainda registrou um lucro líquido ajustado de R$ 3,7 bilhões no quarto trimestre. O resultado revela um tombo de 20,1% em relação ao mesmo período do ano ado, mas aponta para um crescimento de 6,1% em relação ao do trimestre anterior.
Em mensagem enviada junto com o balanço financeiro, o presidente do BB, André Brandão, disse que "o Banco do Brasil finalizou 2020 mais preparado para continuar crescendo em seus negócios neste ano".
Redução de despesas
Brandão ainda reforçou a necessidade de reduzir as despesas e modernizar o BB, apesar de o executivo quase ter sido demitido neste ano por conta do plano de reestruturação que prevê o fechamento de agências e o desligamento de quase 5,5 mil funcionários.
"Mantivemos um firme controle das despesas, que cresceram abaixo da inflação anual, e permanecerão sob rigoroso controle neste ano, certamente se comportando abaixo da inflação, mas com o BB perseguindo a redução nominal das despesas. Agora, cabe avançar e aprimorar a experiência do cliente. O setor financeiro a por nível de competitividade que exige dos bancos estratégias totalmente focadas nos consumidores Temos por objetivo fazer com que todos os números do resultado sejam direcionados para melhorar a experiência do cliente, com soluções digitais cada vez mais inovadoras", disse o executivo.
Para Brandão, "o digital permite especializar ainda mais o atendimento, com maior nível de produtividade". Por isso, ele prometeu incluir 1,3 milhão de clientes no modelo de atendimento digital, fazendo com que 100% do alto varejo opere desse modo. Também pretende promover a inclusão digital, em parceria com o Ministério das Comunicações.
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