{ "@context": "http://www.schema.org", "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/economia/2022/05/5007958-como-sair-do-endividamento.html", "name": "Endividado? Veja as dicas para tentar sair do sufoco", "headline": "Endividado? Veja as dicas para tentar sair do sufoco", "alternateName": "Conjuntura", "alternativeHeadline": "Conjuntura", "datePublished": "2022-05-15-0306:00:00-10800", "articleBody": "<p class="texto">Taxa de juros em dois dígitos e inflação nas alturas. 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Comparando com os dados do ano anterior, quando a parcela de endividados estava em 67,5%, a pesquisa mostrou que houve uma alta de 10,2 p.p.</p> <p class="texto">De acordo com o levantamento, a proporção de famílias com contas ou dívidas em atraso aumentou principalmente entre os mais pobres. Vale dizer que essa camada da população também é a que mais sofre com a inflação e a corrosão do poder aquisitivo.</p> <p class="texto">Para economistas, esses dados devem ser analisados a partir de fatores macroeconômicos, como aumento da inflação, alta no desemprego, taxas de juros elevadas e incerteza quanto ao futuro do país. A inflação alta dos últimos anos impactou diretamente no poder de compra dos brasileiros. Somado a isso, a renda média dos trabalhadores chegou ao menor nível na série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 2012.</p> <p class="texto">Um dos muitos brasileiros a começar o ano afundado em dívidas, o motorista de ônibus Isaías Targino, 64 anos, comenta que ficou no vermelho após pegar um empréstimo no banco, no valor de R$ 8 mil. "Eu peguei um empréstimo alto porque estava com dívidas no cartão de crédito, contas pessoais e básicas, e também porque precisava pagar o aluguel."</p> <p class="texto">Segundo o morador de Brasília, o banco descontava todo o dinheiro do salário que caía na conta para pagar as parcelas do empréstimo. "Nessa situação, eu me vi desesperado e tive que recorrer ao cheque especial, que usei para pagar o empréstimo porque estava ficando sem dinheiro algum. Fiz outro empréstimo para cobrir o cheque especial, no valor de R$ 5 mil. Eu me vi cada vez mais afundado em dívidas e sem saber o que fazer", lamenta.</p> <p class="texto">Uma pessoa é considerada apenas endividada quando tem um compromisso financeiro, mas paga em dia. Ela se torna inadimplente quando não paga a dívida no prazo. Tanto o percentual de famílias endividadas quanto o de inadimplentes vêm batendo recordes desde o ano ado, chegando ao seu maior patamar em 12 anos.</p> <p class="texto"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2022/05/15/familias_no_vermelho-7976347.jpg" width="1200" height="2093" layout="responsive" alt="Famílias no vermelho"></amp-img> <figcaption>Pacifico/CB/D.A Press - <b>Famílias no vermelho</b></figcaption> </div></p> <p class="texto">Especialistas lembram, contudo, que o aumento das dívidas e da inadimplência também pode estar relacionado às decisões e aos padrões de consumo inadequados por parte das famílias. "Infelizmente, temos no Brasil uma inflação alta e queda de renda. Então, as pessoas não dão conta de pagar os gastos básicos", destaca José Eduardo Velho, economista-chefe da JF Trust. "Tanto que o endividamento hoje não está em gastos altos, mas em gastos básicos que as famílias não estão conseguindo suprir como, por exemplo, alimentação, conta de gás, luz, água. O desemprego é um agravante disso", completa.</p> <p class="texto">A tendência, segundo analistas, é de que a inadimplência suba ainda mais no ano que vem por causa do aumento dos juros e do fim de medidas emergenciais criadas na pandemia para ajudar os endividados. A professora de finanças da Fundação Armando Álvares Penteado, Virginia Prestes, lembra que os juros do cheque especial são muito altos e ressalta que pessoas endividadas devem fugir de empréstimos bancários e do cheque especial. "Muitas pessoas usam o cheque especial em momentos de emergência financeira quando os gastos ultraam o salário. O problema é que, em pouco tempo, esse crédito vira uma bola de neve."</p> <p class="texto">Para conter o problema de endividamento das famílias, o governo tomou este ano algumas medidas que podem ajudar a aliviar o aperto. Uma delas é a liberação de saque de até R$ 1.000 no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Virginia comenta que o governo também abriu um programa de renegociação de dívidas voltado para micro e pequenos empreendedores, que tem prazo de adesão até 31 de maio.</p> <p class="texto">Outra ajuda citada pela professora é o Auxílio Brasil, programa de transferência de renda que atinge cerca de 18 milhões de famílias. Os valores têm piso de R$ 400. "Essas medidas são importantes, neste momento, para tentar conter o problema, mas são medidas de curto prazo. É claro que o auxílio e o FGTS vão ser formas de injetar um pouco mais de dinheiro. A questão, no entanto, é que talvez isso não seja sustentável", pontua.</p> <h3>Quatro cartões ou mais</h3> <p class="texto">De acordo com um levantamento realizado pela Serasa eCred, quase metade dos consumidores brasileiros (47%) têm quatro cartões de crédito ou mais. Para 34% dos entrevistados, as compras consideradas mais importantes são as de supermercado e alimentação; 15% usam o cartão para pagar contas em farmácias e 14%, para a compra de eletrodomésticos. As demais despesas pagas com o cartão são roupas (11%), viagens (10%) e móveis (10%). Já a utilização de cartões de crédito para pagamento de boletos representa o menor percentual, 6%.</p> <p class="texto"><em>*Estagiária sob a supervisãode Andreia Castro</em></p> <p class="texto"><em></em> <br /></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": { "url": "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2020/09/23/1200x800/1_cataoes_credito___primeira-6301760.jpg?20220515004829?20220515004829", "@type": "ImageObject", "width": 1200, "height": 800 }, "author": [{ "@type": "Person", }], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } } 72l6z

Endividado? Veja as dicas para tentar sair do sufoco 5s4r42

Jornal Correio Braziliense 2v4q4l

Conjuntura

Endividado? Veja as dicas para tentar sair do sufoco 1u6h6t

Especialistas dão dicas de como dar adeus ao sufoco e tentar se manter no azul. Com inflação e juros lá em cima, percentual de famílias brasileiras devedoras bateu recorde em abril, chegando a 77,7%, maior valor em 12 anos 511w30

Taxa de juros em dois dígitos e inflação nas alturas. Nesse cenário difícil, o número de famílias endividadas bateu recorde em abril, chegando a 77,7%. Como grande vilão, o cartão de crédito se manteve como o campeão de dívida mais comum entre os consumidores, e foi a única modalidade com aumento no mês, alcançando o patamar de 88,8%, segundo dados da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Em fevereiro, o país registrou um percentual de 76,6% de famílias com contas a vencer; em março, subiu para 77,5%. Comparando com os dados do ano anterior, quando a parcela de endividados estava em 67,5%, a pesquisa mostrou que houve uma alta de 10,2 p.p.

De acordo com o levantamento, a proporção de famílias com contas ou dívidas em atraso aumentou principalmente entre os mais pobres. Vale dizer que essa camada da população também é a que mais sofre com a inflação e a corrosão do poder aquisitivo.

Para economistas, esses dados devem ser analisados a partir de fatores macroeconômicos, como aumento da inflação, alta no desemprego, taxas de juros elevadas e incerteza quanto ao futuro do país. A inflação alta dos últimos anos impactou diretamente no poder de compra dos brasileiros. Somado a isso, a renda média dos trabalhadores chegou ao menor nível na série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 2012.

Um dos muitos brasileiros a começar o ano afundado em dívidas, o motorista de ônibus Isaías Targino, 64 anos, comenta que ficou no vermelho após pegar um empréstimo no banco, no valor de R$ 8 mil. "Eu peguei um empréstimo alto porque estava com dívidas no cartão de crédito, contas pessoais e básicas, e também porque precisava pagar o aluguel."

Segundo o morador de Brasília, o banco descontava todo o dinheiro do salário que caía na conta para pagar as parcelas do empréstimo. "Nessa situação, eu me vi desesperado e tive que recorrer ao cheque especial, que usei para pagar o empréstimo porque estava ficando sem dinheiro algum. Fiz outro empréstimo para cobrir o cheque especial, no valor de R$ 5 mil. Eu me vi cada vez mais afundado em dívidas e sem saber o que fazer", lamenta.

Uma pessoa é considerada apenas endividada quando tem um compromisso financeiro, mas paga em dia. Ela se torna inadimplente quando não paga a dívida no prazo. Tanto o percentual de famílias endividadas quanto o de inadimplentes vêm batendo recordes desde o ano ado, chegando ao seu maior patamar em 12 anos.

Pacifico/CB/D.A Press - Famílias no vermelho

Especialistas lembram, contudo, que o aumento das dívidas e da inadimplência também pode estar relacionado às decisões e aos padrões de consumo inadequados por parte das famílias. "Infelizmente, temos no Brasil uma inflação alta e queda de renda. Então, as pessoas não dão conta de pagar os gastos básicos", destaca José Eduardo Velho, economista-chefe da JF Trust. "Tanto que o endividamento hoje não está em gastos altos, mas em gastos básicos que as famílias não estão conseguindo suprir como, por exemplo, alimentação, conta de gás, luz, água. O desemprego é um agravante disso", completa.

A tendência, segundo analistas, é de que a inadimplência suba ainda mais no ano que vem por causa do aumento dos juros e do fim de medidas emergenciais criadas na pandemia para ajudar os endividados. A professora de finanças da Fundação Armando Álvares Penteado, Virginia Prestes, lembra que os juros do cheque especial são muito altos e ressalta que pessoas endividadas devem fugir de empréstimos bancários e do cheque especial. "Muitas pessoas usam o cheque especial em momentos de emergência financeira quando os gastos ultraam o salário. O problema é que, em pouco tempo, esse crédito vira uma bola de neve."

Para conter o problema de endividamento das famílias, o governo tomou este ano algumas medidas que podem ajudar a aliviar o aperto. Uma delas é a liberação de saque de até R$ 1.000 no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Virginia comenta que o governo também abriu um programa de renegociação de dívidas voltado para micro e pequenos empreendedores, que tem prazo de adesão até 31 de maio.

Outra ajuda citada pela professora é o Auxílio Brasil, programa de transferência de renda que atinge cerca de 18 milhões de famílias. Os valores têm piso de R$ 400. "Essas medidas são importantes, neste momento, para tentar conter o problema, mas são medidas de curto prazo. É claro que o auxílio e o FGTS vão ser formas de injetar um pouco mais de dinheiro. A questão, no entanto, é que talvez isso não seja sustentável", pontua.

Quatro cartões ou mais 6z1t5x

De acordo com um levantamento realizado pela Serasa eCred, quase metade dos consumidores brasileiros (47%) têm quatro cartões de crédito ou mais. Para 34% dos entrevistados, as compras consideradas mais importantes são as de supermercado e alimentação; 15% usam o cartão para pagar contas em farmácias e 14%, para a compra de eletrodomésticos. As demais despesas pagas com o cartão são roupas (11%), viagens (10%) e móveis (10%). Já a utilização de cartões de crédito para pagamento de boletos representa o menor percentual, 6%.

*Estagiária sob a supervisãode Andreia Castro