{ "@context": "http://www.schema.org", "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": "/economia/2023/03/5080642-crise-na-europa-eleva-temor-de-contaminacao-no-sistema-financeiro-mundial.html", "name": "Crise na Europa eleva temor de contaminação no sistema financeiro mundial", "headline": "Crise na Europa eleva temor de contaminação no sistema financeiro mundial", "alternateName": "Bancos ", "alternativeHeadline": "Bancos ", "datePublished": "2023-03-16-0303:55:00-10800", "articleBody": "<p class="texto">Após a recente quebra do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank, nos Estados Unidos, o mercado financeiro teve ontem mais um dia de tensão diante da possibilidade de o tradicional banco europeu Credit Suisse, um gigante com presença em todo o mundo, enfrentar uma crise de liquidez e contaminar o sistema financeiro internacional. As ações do banco sofreram baixa de 13,9%, mas chegaram a cair mais de 26% durante o dia.</p> <p class="texto">As bolsas recuaram em todo o mundo, mas as perdas foram amenizadas depois que o Banco Nacional da Suíça (SNB) prometeu fornecer liquidez ao Credit, em caso de necessidade.</p> <p class="texto">No Brasil, o nervosismo levou o dólar a fechar em alta de 0,70%, cotado a R$ 5,294 para venda — o maior valor desde 5 de janeiro. Nos momentos de maior estresse, no início dos negócios, a divisa bateu na máxima de R$ 5,33 ( 1,36%), com investidores fugindo de aplicações de risco e buscando refúgio na moeda norte-americana. No começo do pregão, a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) mostrou queda de 2,18%, mas acabou fechando com recuo de 0,25%, aos 102.675 pontos, o menor patamar desde 1º de agosto do ano ado.</p> <p class="texto">O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que está acompanhando com sua equipe a crise do Credit Suisse e informou ter entrado em contato com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto para tratar de eventuais efeitos na economia brasileira.</p> <p class="texto">Para o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita, "o Brasil não está imune, apesar de o impacto da crise ser maior na Europa. Esse é um risco a ser monitorado", afirmou. Segundo Mesquita, a crise está claramente afetando o mercado de capitais, mas a preocupação maior é com a possibilidade de uma desaceleração brusca do crédito. Segundo Mesquita, haverá muita volatilidade nos próximos dias, mas ainda é cedo para saber o tamanho dos efeitos no mercado global.</p> <p class="texto"></p> <h3>Casos pontuais</h3> <p class="texto">De acordo com Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria, o impacto no Brasil ainda vai depender dos desdobramentos nas próximas semanas. Ele lembrou que o mercado de crédito local já estava retraído por causa da crise na Americanas e pelo aperto monetário. "Já tínhamos problemas conhecidos e que apontavam para um crédito mais caro. Agora, temos esse fato novo, mas é difícil mensurá-lo."</p> <p class="texto">O economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, não vê perigo de uma crise global. "Não estamos em uma situação como a de 2008, que teve um problema sistêmico e muito mais grave. Agora, são crises em bancos que foram mal conduzidos e que estão pagando o preço por isso", disse.</p> <p class="texto">Vale observou que, no caso do SVB — o "banco das startups" —, o problema foi o maciço investimento feito pela instituição em títulos de longo prazo do Tesouro americano que, na época, pagavam juros baixos. Com a alta dos juros promovida pelo Fed, o banco central dos Estados Unidos, os ativos perderam valor. Ao mesmo tempo, muitos clientes aram a sacar seus recursos, porque o financiamento para empresas de tecnologia secou.</p> <p class="texto">Felipe Salles, economista do banco C6, observou que a regulação do sistema bancário americano hoje é muito mais robusta do que a de 2008 e as instituições estão mais capitalizadas, o que dificulta um colapso como o ocorrido 15 anos atrás.</p> <p class="texto">De acordo com analistas, o Credit Suisse foi colocado no centro da turbulência porque enfrenta problemas de confiança desde novembro do ano ado, depois de ar por acusações de acobertar lavagem de dinheiro e apresentar maus resultados. Na última terça-feira, a instituição surpreendeu o mercado ao informar ter identificado "debilidades significativas" em seus sistemas de controle nos últimos dois anos. Ontem, a queda do valor das ações se intensificou após o principal acionista do Credit, o Saudi National Bank (SNB), descartar mais assistência financeira à instituição.</p> <p class="texto">Além do banco suíço, a turbulência afetou também as ações de outros grandes bancos europeus. Na França, os papéis do Société Générale e do BNP Paribas, os dois maiores do país, sofreram quedas de mais de 10%. As ações do alemão Deutsche Bank caíram 8%.</p> <p class="texto">Com a derrocada dos bancos, as bolsas europeias registraram baixas significativas: 3,83% em Londres, 3,27% em Frankfurt 3,58% em Paris.</p> <p class="texto"></p> <h3>Juros</h3> <p class="texto">Diante da deterioração do ambiente financeiro, analistas aram a considerara a hipótese de que o Banco Central Europeu (BCE) não cumpra, hoje, a decisão de elevar os juros básicos juros em 50 pontos-base, como vinha sinalizando. A medida seria uma forma de aliviar o aperto monetário, que vem sendo conduzido para segurar a inflação, e evitar o surgimento de novos focos de problemas no sistema bancário.</p> <p class="texto">Nos Estados Unidos, voltaram a ser majoritária as apostas de que o Federal Reserve, o banco central do país, opte por manter a taxa básica inalterada neste mês, em vez de promover nova elevação de 25 pontos-base.</p> <p class="texto">"O momento é de muita incerteza. Podem ser casos específicos, mas existe o risco de efeito em cadeia e sistêmico no setor financeiro que gere problemas maiores para a economia global. Os mercados começam a precificar um cenário recessivo, com commodities e juros para baixo", afirmou o sócio e economista-chefe do Banco Modal, Felipe Sichel. (Com Agência Estado)</p> <h3>Notícias pelo celular</h3> <p class="texto">Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo <strong>Correio Braziliense</strong>. É de graça. <a href="https://chat.whatsapp.com/Ej1H0EWVUNdHcLsdEpVh5T" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Clique aqui e participe da comunidade do <strong>Correio</strong>, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp</a>.</p> <h3>Dê a sua opinião</h3> <p class="texto">O <strong>Correio</strong> tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para contato. <a href="mailto:sredat.df@dabr.com.br" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Clique aqui e mande o e-mail</a>.<br /></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": { "url": "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2020/12/22/1200x800/1_cbifot221220201780-24740178.jpg?20230316014504?20230316014504", "@type": "ImageObject", "width": 1200, "height": 800 }, "author": [ { "@type": "Person", "name": "Rosana Hessel", "url": "/autor?termo=rosana-hessel" }, { "@type": "Person", "name": "Fernanda Strickland", "url": "/autor?termo=fernanda-strickland" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } } 584n6z

Crise na Europa eleva temor de contaminação no sistema financeiro mundial 172x6w

Jornal Correio Braziliense 2v4q4l

Bancos

Crise na Europa eleva temor de contaminação no sistema financeiro mundial k555t

Turbulência iniciada nos Estados Unidos se repete com o Credit Suisse, uma das maiores instituições do mundo. Bolsas despencam e autoridades reavaliam alta de juros. No Brasil, dólar sobe e governo monitora a situação 5v492y

Após a recente quebra do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank, nos Estados Unidos, o mercado financeiro teve ontem mais um dia de tensão diante da possibilidade de o tradicional banco europeu Credit Suisse, um gigante com presença em todo o mundo, enfrentar uma crise de liquidez e contaminar o sistema financeiro internacional. As ações do banco sofreram baixa de 13,9%, mas chegaram a cair mais de 26% durante o dia.

As bolsas recuaram em todo o mundo, mas as perdas foram amenizadas depois que o Banco Nacional da Suíça (SNB) prometeu fornecer liquidez ao Credit, em caso de necessidade.

No Brasil, o nervosismo levou o dólar a fechar em alta de 0,70%, cotado a R$ 5,294 para venda — o maior valor desde 5 de janeiro. Nos momentos de maior estresse, no início dos negócios, a divisa bateu na máxima de R$ 5,33 ( 1,36%), com investidores fugindo de aplicações de risco e buscando refúgio na moeda norte-americana. No começo do pregão, a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) mostrou queda de 2,18%, mas acabou fechando com recuo de 0,25%, aos 102.675 pontos, o menor patamar desde 1º de agosto do ano ado.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que está acompanhando com sua equipe a crise do Credit Suisse e informou ter entrado em contato com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto para tratar de eventuais efeitos na economia brasileira.

Para o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mário Mesquita, "o Brasil não está imune, apesar de o impacto da crise ser maior na Europa. Esse é um risco a ser monitorado", afirmou. Segundo Mesquita, a crise está claramente afetando o mercado de capitais, mas a preocupação maior é com a possibilidade de uma desaceleração brusca do crédito. Segundo Mesquita, haverá muita volatilidade nos próximos dias, mas ainda é cedo para saber o tamanho dos efeitos no mercado global.

Casos pontuais 4f93q

De acordo com Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria, o impacto no Brasil ainda vai depender dos desdobramentos nas próximas semanas. Ele lembrou que o mercado de crédito local já estava retraído por causa da crise na Americanas e pelo aperto monetário. "Já tínhamos problemas conhecidos e que apontavam para um crédito mais caro. Agora, temos esse fato novo, mas é difícil mensurá-lo."

O economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, não vê perigo de uma crise global. "Não estamos em uma situação como a de 2008, que teve um problema sistêmico e muito mais grave. Agora, são crises em bancos que foram mal conduzidos e que estão pagando o preço por isso", disse.

Vale observou que, no caso do SVB — o "banco das startups" —, o problema foi o maciço investimento feito pela instituição em títulos de longo prazo do Tesouro americano que, na época, pagavam juros baixos. Com a alta dos juros promovida pelo Fed, o banco central dos Estados Unidos, os ativos perderam valor. Ao mesmo tempo, muitos clientes aram a sacar seus recursos, porque o financiamento para empresas de tecnologia secou.

Felipe Salles, economista do banco C6, observou que a regulação do sistema bancário americano hoje é muito mais robusta do que a de 2008 e as instituições estão mais capitalizadas, o que dificulta um colapso como o ocorrido 15 anos atrás.

De acordo com analistas, o Credit Suisse foi colocado no centro da turbulência porque enfrenta problemas de confiança desde novembro do ano ado, depois de ar por acusações de acobertar lavagem de dinheiro e apresentar maus resultados. Na última terça-feira, a instituição surpreendeu o mercado ao informar ter identificado "debilidades significativas" em seus sistemas de controle nos últimos dois anos. Ontem, a queda do valor das ações se intensificou após o principal acionista do Credit, o Saudi National Bank (SNB), descartar mais assistência financeira à instituição.

Além do banco suíço, a turbulência afetou também as ações de outros grandes bancos europeus. Na França, os papéis do Société Générale e do BNP Paribas, os dois maiores do país, sofreram quedas de mais de 10%. As ações do alemão Deutsche Bank caíram 8%.

Com a derrocada dos bancos, as bolsas europeias registraram baixas significativas: 3,83% em Londres, 3,27% em Frankfurt 3,58% em Paris.

Juros 6qj65

Diante da deterioração do ambiente financeiro, analistas aram a considerara a hipótese de que o Banco Central Europeu (BCE) não cumpra, hoje, a decisão de elevar os juros básicos juros em 50 pontos-base, como vinha sinalizando. A medida seria uma forma de aliviar o aperto monetário, que vem sendo conduzido para segurar a inflação, e evitar o surgimento de novos focos de problemas no sistema bancário.

Nos Estados Unidos, voltaram a ser majoritária as apostas de que o Federal Reserve, o banco central do país, opte por manter a taxa básica inalterada neste mês, em vez de promover nova elevação de 25 pontos-base.

"O momento é de muita incerteza. Podem ser casos específicos, mas existe o risco de efeito em cadeia e sistêmico no setor financeiro que gere problemas maiores para a economia global. Os mercados começam a precificar um cenário recessivo, com commodities e juros para baixo", afirmou o sócio e economista-chefe do Banco Modal, Felipe Sichel. (Com Agência Estado)

Notícias pelo celular 6d5n70

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.

Dê a sua opinião 4i2y56

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para contato. Clique aqui e mande o e-mail.