A taxa de juros média anual cobrada pelo sistema financeiro nas operações de crédito caiu 0,8 ponto percentual, para 31,7% em junho, em relação ao mês anterior. Segundo os dados do Boletim de Estatísticas Monetárias e de Crédito, divulgado pelo Banco Central (BC) nesta quinta-feira (27/7), no acumulado em 12 meses, houve elevação de 3,4 pontos percentuais.
A taxa média de juros é o valor médio de todas as taxas de juros cobradas pelas diversas operações de crédito praticadas no mercado. A taxa cobrada das pessoas jurídicas, por sua vez, baixou 1,0 ponto, para 20,0%. Para as pessoas físicas, a taxa ficou em 37,6%, ante 38,2% em maio. Nos recursos livres, a taxa média variou de 45,4% em maio para 44,6% em junho.
- Juro do cartão de crédito rotativo chega a 455,1%, o maior em 6 anos
- Espaço para ciclo de baixa dos juros se ampliou, dizem analistas
- Golpe do falso empréstimo: saiba como reconhecer uma fraude
Já o spread, que mede a diferença entre as taxas que os bancos cobram nos empréstimos e o custo de captação desses recursos, saiu de 22,2 pontos percentuais em maio para 22,0 pontos em junho. Nas operações de crédito com pessoas físicas, o spread ficou em 28,3 pontos percentuais, contra 28,4 pontos em maio. No crédito às empresas, ficou em 9,7 pontos em junho, contra 9,8 pontos no mês anterior.
Volume de crédito 5j4i4s
O volume de crédito total do Sistema Financeiro Nacional (SFN) atingiu R$ 5,4 trilhões em junho, com elevação de 0,1% no mês. Esse desempenho foi influenciado, principalmente, pelo crescimento de 1,0% no crédito destinado às empresas, saldo de R$3,3 trilhões, enquanto o crédito às famílias diminuiu 0,4% no mês, situando-se em R$ 2,1 trilhões.
Na comparação interanual, o crédito total aumentou 8,9%, evidenciando desaceleração em relação à expansão de 10,6% verificada em maio deste ano. Por segmento, nas mesmas bases de comparação, os volumes de crédito para empresas e famílias também registraram arrefecimento, com incrementos de 3,5%, ante 4,5%, e de 12,8%, ante 14,8%, na ordem.
O volume de crédito com recursos livres para as pessoas jurídicas atingiu saldo de R$1,4 trilhão em junho, com incrementos de 1,4% no mês e de 1,1% em 12 meses. Destacaram-se os crescimentos mensais das carteiras de desconto de duplicatas, 9,2%, influenciados por fatores sazonais, outros créditos livres, 7,9%, e adiantamentos de contratos de câmbio, 2,0%.
Inadimplência 38381z
O percentual de inadimplência média das operações de crédito ficou estável, atingindo 3,6% em junho, na comparação com maio. Por segmento, entre as empresas, a taxa média ficou em 2,5%, mesmo patamar de maio. Já entre as famílias, foi 4,2%, contra 4,3% no mês anterior.
No crédito com recursos livres, a inadimplência ficou estável em 4,9%. No crédito direcionado, foi 1,6%, contra 1,7% anteriormente. No crédito livre às empresas, esse indicador atingiu 3,1%, com alta de 1,4 ponto em relação a junho de 2022. O endividamento das famílias, por sua vez, ficou em 48,8% em maio, e o comprometimento de renda manteve o patamar de abril e aumentou 1,9 p.p. em 12 meses, situando-se em 28,1%.