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E o emprego que se dane...<div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> <li> <a href="/economia/2024/05/6854677-bce-sinaliza-corte-de-juros-em-junho-com-inflacao-em-queda-na-zona-do-euro.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2021/06/10/bce-6701922.jpg?20240510120057" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Economia</strong> <span>BCE sinaliza corte de juros em junho, com inflação em queda na zona do euro</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/economia/2024/05/6854620-portaria-destina-rs-185-milhoes-para-mec-recompor-orcamentos-de-universidades.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/04/17/ministerio_da_educacao-36272956.jpg?20240510110153" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Economia</strong> <span>Portaria destina R$ 185 milhões para MEC recompor orçamentos de universidades</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/economia/2024/05/6854612-inflacao-dos-mais-pobres-inpc-sobe-037-em-abril.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2023/06/28/20_05_2020_supermercado_rio_de_janeiro_0520203150-28367863.jpg?20240613143447" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Economia</strong> <span>Inflação dos mais pobres, INPC sobe 0,37% em abril</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/economia/2024/05/6854577-puxada-por-medicamentos-e-alimentos-inflacao-sobe-038-em-abril.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/05/07/600x412/1_whatsapp_image_2024_05_07_at_10_36_47-36851009.jpeg" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Economia</strong> <span>Puxada por medicamentos e alimentos, inflação sobe 0,38% em abril</span> </div> </a> </li> </ul> </div><br /></p>", "isAccessibleForFree": true, "image": [ "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/01/22/1200x801/1_fazenda-34523903.jpg?20240718174240?20240718174240", "https://midias.em.com.br/_midias/jpg/2024/01/22/1000x1000/1_fazenda-34523903.jpg?20240718174240?20240718174240", "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2024/01/22/800x600/1_fazenda-34523903.jpg?20240718174240?20240718174240" ], "author": [ { "@type": "Person", "name": "RAUL VELLOSO", "url": "/autor?termo=raul-velloso" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } }, { "@type": "Organization", "@id": "/#organization", "name": "Correio Braziliense", "url": "/", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "/_conteudo/logo_correo-600x60.png", "@id": "/#organizationLogo" }, "sameAs": [ "https://www.facebook.com/correiobraziliense", "https://twitter.com/correiobraziliense.com.br", "https://instagram.com/correio.braziliense", "https://www.youtube.com/@correio.braziliense" ], "Point": { "@type": "Point", "telephone": "+556132141100", "Type": "office" } } ] } { "@context": "http://schema.org", "@graph": [{ "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Início", "url": "/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Cidades DF", "url": "/cidades-df/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Politica", "url": "/politica/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Brasil", "url": "/brasil/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Economia", "url": "/economia/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Mundo", "url": "/mundo/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Diversão e Arte", "url": "/diversao-e-arte/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Ciência e Saúde", "url": "/ciencia-e-saude/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Eu Estudante", "url": "/euestudante/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Concursos", "url": "/euestudante/concursos/" }, { "@type": "SiteNavigationElement", "name": "Esportes", "url": "/esportes/" } ] } m685w

Raul Velloso 562i1m O diagnóstico macro é que está errado
análise

Raul Velloso: O diagnóstico macro é que está errado 34o5d

"Para acreditar que essa encrenca é realmente séria, o problema só se mostra realmente gigantesco quando se adicionam as demais esferas de governo a todo o raciocínio feito até agora", observa o economista 5gs4u

Correndo atrás de dinheiro farto, o governo insistiu bastante na defesa da reoneração tributária, mas acabou se vendo instado a trocar um tanto mais de desoneração sobre a folha de pagamento de vários setores pelo fim completo do benefício apenas em 2028.

A insistência na busca de uma solução que, no lado fiscal, atuasse apenas pelo lado do aumento de arrecadação (ou da redução da desoneração tributária, o que dá no mesmo, ambos sugadores de poupança e, portanto, de investimento privado) para solucionar a crise macroeconômica que vem atingindo o país há algum tempo (ou seja, frente ao temor de que se perca definitivamente o controle do crescimento da dívida pública), revela a tendência de ocorrer algo que muitos, como eu, temiam. Ou seja, que dificilmente o governo atual tentará sair da enrascada em que está metido desde seu início via medidas que operem exclusivamente do lado do corte de gastos correntes, que seria o caminho ideal.

Agora, ele continua tentando convencer os mercados de que chegará, em breve, a uma solução eficaz para o problema central, ainda que essa operasse apenas do lado da receita e que demorasse um tanto para fazer efeito pleno. E não importa que o instrumento escolhido, que tem a denominação exótica de "arcabouço fiscal", seja difícil para a média das pessoas entenderem.

Outro ponto importante que cabe enfatizar, mas que o governo não parece ter percebido, é que constatado o elevadíssimo peso a que chegou o super-rígido item previdência no gasto público total, notadamente no caso em pauta — isto é, o federal, que ou de 19,2 para não menos que 51,8% do total no curto período entre 1987 e 2021 —, o governo não parece ter se dado conta da igualmente super-rígida estrutura do grosso dos demais gastos federais correntes, deixando de lado apenas dois itens insignificantes da superminoritária pauta de gastos discricionários — o investimento em infraestrutura e o custeio geral. Estes, há pouco, representavam apenas 3,1% do total, ou seja, tinham praticamente zerado.

O X da questão é que, por volta de 2021, a parcela restante de 45,1% do total dos gastos federais se referia a gastos correntes em grande medida "imexíveis" ou "obrigatórios", tanto quanto a previdência. Só que, no caso, muitos deles gastos mínimos em boa medida determinados por "vinculações" rígidas de receita, ou valores obtidos — como no caso de educação e saúde — pela aplicação de percentuais fixos da arrecadação tributária, levando aos seguintes pesos dos gastos individuais no total: educação (6,5% do total gasto) e saúde (10,1%). Em adição, surgiram novas prioridades, como assistência social (16,4%), sem falar no velho pessoal ativo (12,1%). Daí, o subtotal de 45,1%, que, somados aos gastos previdenciários, nos levariam a 96,9% da verba toda.

Quem seria tão maluco politicamente para propor uma redução desses percentuais, exceto previdência como solução?

Única saída 1q7027

Assim, a única saída seria dar um o na direção do equacionamento definitivo do problema previdenciário federal, envolvendo pelo menos a zeragem do ivo atuarial da União como meta de médio prazo, um ajuste ao redor de não menos do que R$ 1,3 trilhão no caso específico dela, o que demonstra mais uma vez como estamos deveras encrencados.

Para completar o drama, note-se que tudo o mais considerado, sobrariam apenas 3,1% residuais do total, que, no mesmo ano, foram destinados à infraestrutura (2,2%) e outros custeios (0,9%) — ou seja, praticamente zerados. Por conta disso é que, conforme apurei, os investimentos públicos consolidados em infraestrutura, na União, estados e municípios, variaram à taxa média de -5,4% a.a. em 2010-22, viabilizando apenas a irrisória taxa média de crescimento do PIB, pelos padrões brasileiros, de 1,2% a.a. no mesmo período.

Para acreditar que essa encrenca é realmente séria, o problema só se mostra realmente gigantesco quando se adicionam as demais esferas de governo a todo o raciocínio feito até agora. Com efeito, se considerarmos estados e municípios, o peso dos gastos previdenciários se mostra realmente imenso, bastando considerar que a taxa real média de seu crescimento foi nada menos do que 12,5% a.a., no caso dos municípios, e 5,9%, no dos estados, na última década.

Por causa disso, com a adição de estados e municípios, o ivo atuarial total aumentaria para R$ 5,3 trilhões, um verdadeiro escândalo. Para completar, fica certo que se nada for feito para evitar isso, os investimentos públicos em infraestrutura tenderão rapidamente a estar zerados e o PIB não crescerá mais do que a média recente, bem próxima de 1% a.a. E o emprego que se dane...


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