
Por Maiara Marinho — Durante sobre transição energética e COP30, no Brasil Summit, o presidente da Confederação Nacional de Transportes (CNT), Vander Costa, ilustrou algumas possibilidades para a redução de poluentes no setor, mas destacou que “não existe bala de prata”, ao comentar a respeito das limitações e complexidades para a consolidação do uso de energia limpa no transporte.
Para isso, “a CNT tem procurado andar no mundo inteiro para procurar soluções de descarbonização do transporte”, disse Costa. Para ele, existem algumas possibilidades para a transição energética nos transportes, entre elas o aproveitamento — por alguns segmentos do setor — do gás metano gerado em outras áreas, como a do agronegócio e da coleta de lixo, por exemplo, e a implementação do Correio Verde, um serviço de transporte sustentável de arquivos e documentos com uso de embalagens recicladas e tintas menos nocivas ao meio ambiente, como acontece em São Paulo e em alguns estados do nordeste.
Mas, “a melhor solução que pode ser feita de maneira imediata para transporte de carga e de ageiros é a renovação da frota”, ressaltou Vander. Entre outras, o investimento em infraestrutura com a pavimentação de rodovias e programas, como o Pedágio Sem Barreira, podem contribuir para reduzir a emissão de gases poluentes. “São soluções simples, mas que trazem resultados”, comentou.
O Brasil Summit, evento realizado pelo Lide e pelo Correio Braziliense e que ocorre no Brasília Palace Hotel, reúne líderes empresariais, autoridades e especialistas do setor econômico e transição energética, para debater as perspectivas para a economia do país.
Em 2023, o Brasil produziu mais de 112 milhões de toneladas de emissões de poluentes no transporte de ageiros e mais de 118 milhões de toneladas no transporte de carga, os maiores números da série histórica desde 1990, conforme dados do Sistema de Estimativa de Emissão de Gases (Seeg).
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Os estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná foram os que mais geraram poluição no transporte em 2023. O Pará, por outro lado, é uma das unidades da Federação com menor índice de poluição no transporte de carga e de ageiros. É na capital do estado, Belém, que acontecerá a Conferências das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP30, em novembro deste ano. “Vamos levar, para Belém, propostas para o transporte no Brasil”, mencionou Vander, pois “ela é uma oportunidade de mostrar para o mundo que a nossa energia é limpa”.
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De acordo com o Instituto de Estatísticas Mundiais de Energia e Clima (Enerdata), o Brasil é o segundo país que mais produz energia limpa (89,3%), atrás apenas da Noruega (98,3%). Apesar disso, o descomo entre a geração de energia durante o dia e a capacidade de transmissão e armazenamento para a noite ainda é um desafio. “O Brasil precisa investir em armazenamento e melhorar a transmissão de energia a longas distâncias”, pontuou Vander.
Assista ao evento: