
A produção industrial brasileira registrou leve retração de 0,1% na agem de janeiro para fevereiro, segundo dados divulgados nesta terça-feira (2/3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado sucede a variação nula (0,0%) de janeiro, que interrompeu três meses consecutivos de taxas negativas e um acumulado de perdas de 1,2% nesse período.
Apesar do recuo mensal, na comparação com fevereiro de 2024, a indústria apresentou crescimento de 1,5%, marcando o nono resultado positivo consecutivo. No acumulado do ano, a produção registra alta de 1,4%, enquanto nos últimos 12 meses a expansão é de 2,6%. Com esses números, o setor encontra-se 1,1% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020), mas ainda 15,7% abaixo do pico histórico alcançado em maio de 2011.
De acordo com André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-Brasil), o desempenho negativo em fevereiro confirma um ritmo mais fraco da indústria nos últimos meses. "É o quinto mês seguido sem crescimento, com perda acumulada de 1,3% nesse período, eliminando o avanço de 1,0% registrado nos meses de agosto e setembro de 2024", afirma.
Macedo também destaca a disseminação de taxas negativas entre os segmentos industriais e os fatores que contribuem para essa perda de dinamismo: "A redução dos níveis de confiança de famílias e empresários é influenciada pelo aperto da política monetária, a depreciação cambial e a alta da inflação, especialmente a de alimentos, que impacta a renda das famílias".
Impacto negativo
Responsável pelo maior impacto negativo no resultado deste mês, o setor de produtos farmacoquímicos e farmacêuticos (-12,3%) interrompeu dois meses consecutivos de expansão na produção, período em que acumulou ganho de 7,1%.
“A queda da indústria farmacêutica pode ser explicada pela própria volatilidade de resultados, que é uma característica do setor, pelo menor número de dias trabalhados, por conta da concessão de férias coletivas em algumas plantas industriais, e por uma base de comparação mais elevada, devido aos avanços registrados em janeiro de 2025 (4,5%) e dezembro de 2024 (2,5%), com ganho acumulado de 7,1% nesse período”, afirma André.
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Macedo lembra que “as atividades de máquinas e equipamentos, produtos de madeira, produtos diversos e veículos automotores voltaram a recuar após avanço no mês anterior. Com exceção de produtos de madeira, as demais eliminaram parte do crescimento registrado em janeiro de 2025.”