Basquete

Cerrado estreia na LBF em busca de consolidação do projeto feminino

DF volta a ter representante na elite após dez anos e time verde é esperança por resultados positivos; equipe conta com nomes de renome e encara o vice-campeão Sampaio Corrêa na primeira partida do ano

Cerrado reuniu talentos da base com nomes experientes para montar o elenco para a disputa da elite do campeonato nacional nesta temporada -  (crédito: Cerrado/Divulgação)
Cerrado reuniu talentos da base com nomes experientes para montar o elenco para a disputa da elite do campeonato nacional nesta temporada - (crédito: Cerrado/Divulgação)

O Distrito Federal esbanja tradição quando o assunto é a bola laranja e chegou a hora de construir a história na Liga de Basquete Feminino (LBF). Dez anos depois do Basquete Vizi representar o quadradinho em duas edições do campeonato para mulheres, a vez é do Cerrado ser o time da capital entre as melhores do país. O primeiro capítulo da temporada de 2025 em busca do título nacional é nesta segunda-feira (10/3), contra o Sampaio Corrêa, no Maranhão, às 19h30, com transmissão da correiobraziliense-br.noticiasdeminas.net.

Criado em 2016, o Cerrado foi pioneiro em ações para promover o basquete feminino no Brasil. Depois de ar quatro temporadas no NBB, a equipe decidiu sair da liga masculina e investir na consolidação de um time de alto rendimento para as competições entre mulheres.

Por isso, o clube mira fazer bonito e foi atrás de reforços de peso para compor o plantel comandado pelo técnico Alan Monteiro. O elenco mescla juventude e experiência, colocando em quadra atletas da base junto com nomes rodados no mundo da bola laranja, com direito a agem na seleção brasileira.

Uma delas é a ala Tatiane Pacheco. A paulista de 34 anos tem no currículo a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019 e o bronze da Copa América de 2013, além de três títulos do Sul-Americano. Ela foi convocada para as Olimpíadas do Rio-2016, mas foi cortada da equipe no dia da estreia após ser diagnosticada com caxumba.

Indo para a 13ª temporada na LBF e com o título de 2019 na bagagem, a veterana não esconde a ansiedade para atuar com a camisa do time candango e tem esperança de uma temporada positiva. “Estar em um lugar onde as pessoas se preocupam com o basquete feminino e valorizam é bem especial. Estamos trabalhando bastante e assimilando muito bem o que a comissão vem pedindo. Gostei muito da formação do elenco e com certeza o torcedor pode esperar muito trabalho e energia da equipe. O pedido é que as pessoas abracem esse novo projeto do Cerrado e nos apoiem muito”, disse Tati.

O time buscou até reforço de outros países, como a ala/armadora Mia Hopkins. A estadunidense foi destaque na época de colégio e faculdade e depois rodou o mundo pelo sonho de ser campeã no basquete profissional. Ela soma agens na República Tcheca, Irlanda, Grécia e no famoso Harlem Globetrotters antes de desembarcar no Brasil, onde atuou pelo Blumenau em 2024.

Mesmo há pouco tempo no DF, não demorou para a jogadora perceber o amor pela bola laranja no quadradinho. A energia local deu gás extra para a estadunidense reforçar o desejo de dar um título nacional de basquete feminino para Brasília.

“O amor pelo basquete é profundo por aqui. As garotas e os técnicos têm uma energia ótima e estou feliz em fazer parte do time, sei que posso aprender muito com eles e podem me ajudar a alcançar meus objetivos. Quero ser eu mesma, ajudar a equipe a vencer e fazer todas na quadra brilharem. A meta principal é ter uma temporada vitoriosa, voltar no ano que vem e fazer daqui a minha casa no Brasil”

A estreia é parada dura, fora de casa contra o Sampaio Corrêa, segundo maior campeão da LBF, com três títulos, e finalista da última edição. Ainda assim, a expectativa é positiva do lado brasiliense para começar o ano com o pé direito.

“Vai ser um verdadeiro teste para nós, porque o Sampaio sempre tem um time forte. Estou me sentindo energizada e preparada para a guerra, animada para jogar ao lado desse grupo maravilhoso de mulheres. Será uma partida difícil, mas sei que se jogarmos firmes e unidas podemos competir contra qualquer um”, analisou Mia.

Depois do confronto no Maranhão, o Cerrado segue fora do quadradinho para encarar os outros dois estreantes, Maringá (18/3) e Ourinhos (20/3). O encontro com a torcida em casa será em 25 de março, quando o time recebe o Sodiê Mesquita, às 19h30, no ginásio da Asceb.

A LBF

O primeiro compromisso do ano da LBF foi no sábado (8/3), aproveitando o Dia da Mulher. A competição une onze times em ação, com Maringá e Ourinhos como outros participantes de primeira viagem. O maior destaque é do Sesi Araraquara, atual bicampeão da liga.

Todos os times irão se enfrentar em turno e returno ao longo da primeira fase para definir os oito melhores que avançam aos playoffs, com todas as partidas transmitidas por TV Brasil, ESPN, UOL, GE/EPTV, correiobraziliense-br.noticiasdeminas.net ou Live Basketball BR.

Parte do calendário do basquete nacional desde 2010, a LBF chega repleta de novidades para a temporada de 2025. Uma delas é a implementação do Fair Play Financeiro. Clamada por alguns clubes do futebol, a medida visa dar maior profissionalismo para a competição, obrigando todas as equipes a cumprir com todas as obrigações financeiras para seguirem com vaga garantida na liga. Além disso, os times terão que participar de ao menos uma edição do Campeonato Brasileiro Interclubes (CBI), parte do projeto de desenvolvimento das categorias de base

Arthur Ribeiro*
AR
postado em 10/03/2025 07:00
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