
Depois de uma viagem, é comum começar a planejar a próxima logo em seguida. Com o Capital, não é diferente. O objetivo do Coruja era alçar voos mais altos no futebol nacional e, depois de fazer o primeiro deslocamento de avião para um compromisso oficial ao partir para Rondônia — onde bateu o Porto Velho pela Série D do Campeonato Brasileiro —, o ageiro que carrega a bandeira do Distrito Federal segue acumulando milhas aéreas, agora, com destino ao Rio de Janeiro. O time candango visita o Botafogo, hoje, às 19h, no Estádio Nilton Santos, pela partida inicial da terceira fase da Copa do Brasil, em mais um o para a consolidação da equipe no mundo da bola. SporTV e Premiere transmitem.
Foram cerca de 2.500 quilômetros percorridos pelo ar para conhecer a capital rondoniense. A volta teve ainda mais rodagem, pois envolveu logística longa, com escalas nos aeroportos de Belo Horizonte e de Campinas antes do desembarque para ficar pouco mais de 24 horas em Brasília. Desta vez, são mais 1.200 kms para aterrissar na Cidade Maravilhosa. A chegada ao Rio de Janeiro, ontem, envolveu até anúncio e desejo de sorte do piloto sobre a presença da delegação tricolor na aeronave. ageiro de primeira viagem quando o assunto é ter calendário completo, o Capital ainda não havia precisado sair do Distrito Federal para um jogo oficial.
O debute longe do quadradinho foi somente no último sábado, na vitória suada, por
1 x 0, sobre o Porto Velho. Anteriormente, as partidas disputadas foram pelo Campeonato Candango, Copa Verde ou pela atual edição da Copa do Brasil. No entanto, os duelos no torneio regional foram contra adversários candangos e os do nacional ocorreram na condição de mandante. Por isso, o elenco precisou partir para o aeroporto novamente e embarcou em um voo de carreira da Gol, disponibilizado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
"Nossos primeiros jogos fora de Brasília mostram que estamos crescendo e expandindo o nome do futebol do Distrito Federal. Esse é o objetivo", contou, ao Correio, o presidente do clube, Godofredo Gonçalves. "Essa é a rotina do Capital a partir de agora. O time já é grande, tem calendário e vai levar o nome do DF para o Brasil inteiro. Vamos honrar nossa torcida onde quer que estejamos", acrescentou o atacante Rikelmi, jogador com agem pelo adversário da terceira fase do torneio nacional.
Viagens à parte, o Capital já deixou um carioca pelo caminho na Copa do Brasil, ao vencer a Portuguesa-RJ, por 5 x 3, nos pênaltis, após empate sem gols no tempo regulamentar, pela primeira fase. Na etapa seguinte, o Coruja despachou o Porto Velho, por 3 x 1, com marcas de Deysinho, Rodriguinho e Rikelmi. As duas partidas foram no Estádio JK, no Paranoá, palco do duelo de volta contra o Botafogo.
"Sabemos que é um jogo muito difícil, mas nossa equipe chegou com méritos das outras partidas. Jogar no Nilton Santos não é nada fácil. É contra o atual campeão da Libertadores e do Brasileiro. Respeitamos muito essa história e nosso time está bem preparado. Tivemos um excelente jogo contra o Porto Velho e vamos dar nosso melhor dentro de campo para construir um bom resultado e trazer esse confronto para Brasília", destacou o goleiro Reynaldo.
No entanto, o time responsável por garantir a classificação é muito diferente em relação à possível escalação de hoje. As caras novas começam à beira de campo, com o técnico Roberto Fernandes assumindo a prancheta de Marcelo Cabo.
Para o elenco, chegaram contratações em todas as posições, a começar pelo goleiro Alexander, emprestado pelo Vasco, e o zagueiro Pedro Romano, que chegou do Gama. Na frente, alguns dos reforços foram o atacante Tobinha, figurinha famosa no DF pela agem pelo Brasiliense, e o meia Matheus Anjos, ex-Primavera e eleito o melhor da posição na Série A2 do Campeonato Paulista.
Do outro lado, o Botafogo irá fazer a estreia na competição e chega motivado pela vitória por 2 x 0 em cima do Fluminense no clássico. Por ter sido campeão do Brasileirão em 2024, o alvinegro garantiu vaga direta na terceira fase para começar a campanha em busca do único título que ainda falta na prateleira.
Ainda assim, o Glorioso não é um rosto inédito entre os adversários de candangos na Copa do Brasil. Em 2022, logo nos primeiros meses da "era Textor", o time de General Severiano encarou o Ceilândia pela terceira fase do torneio nacional e não tomou conhecimento do Gato Preto ao avançar com placar agregado de 6 x 0. Em 2023, o rival foi o Brasiliense, também atropelado por
7 x 1 — até então a pior derrota da história do Jacaré.
O retrospecto do Botafogo contra o futebol do DF no torneio de mata-mata conta, ainda, com vitórias contra o Dom Pedro II, na segunda fase da edição de 2009, e o Sobradinho, na primeira fase de 2013. O único tropeço foi em 2004, quando o Gama despachou o alvinegro por 7 x 6 no agregado, ainda na etapa inicial do campeonato.
Alívio e tropeços
Dois dos três primeiros times da Série A do Campeonato Brasileiro a entrarem em campo, ontem, na terceira fase da Copa do Brasil amargaram tropeços diante de adversários de prateleiras inferiores no certame nacional. O Fortaleza saiu atrás e precisou buscar um empate, por 1 x 1, diante do Retrô, na Arena de Pernambuco. No Estádio Willie Davids, o Atlético-MG protagonizou outra igualdade e ficou no 2 x 2 com o Maringá. O Internacional teve destino diferente. No Beira-Rio, o Colorado suou, mas ganhou do Maracanã, por 1 x 0.
Fora de casa, o Galo mineiro precisou correr atrás do placar duas vezes. Tomou o primeiro gol de Maranhão e empatou com Igor Rabello. Fausto Vera marcou contra e forçou uma nova corrida atrás da desvantagem, consolidada por Hulk. O Fortaleza também flertou com a derrota. Richard Franco colocou o Retrô na frente e Lucero impediu um tropeço maior.
Em casa, o Internacional teve volume de jogo, mas quase lamentou um destino diferente contra o Maracanã. O Colorado teve dois gols anulados, marcados por Wesley e Raykkonen, e chegou a perder um pênalti com Alan Patrick. O tento da vitória veio apenas nos acréscimos do segundo tempo, com Gustavo Prado aproveitando sobra de bola na grande área. Ajustado, o lance ou por checagem do VAR. No entanto, foi confirmado e garantiu o resultado magro a favor do clube gaúcho.
*Estagiário sob a supervisão de Marcos Paulo Lima