Tênis

Pedro Chabalgoity e Guto Miguel são os talentos do DF em Roland Garros

Tenistas nascidos em 2008 e 2009 representam a capital federal na chave juvenil do consagrado saibro francês

Pedro Chabalgoity e Guto Miguel são os jovens talentos do tênis brasileiro -  (crédito: Marcello Zambrana/FFT e Reisy Russi/Iate Clube )
Pedro Chabalgoity e Guto Miguel são os jovens talentos do tênis brasileiro - (crédito: Marcello Zambrana/FFT e Reisy Russi/Iate Clube )

Quase 30 anos se aram desde que Gustavo Kuerten colocou o Brasil em evidência no mundo do tênis ao ser o primeiro brasileiro a vencer a chave de simples em Roland Garros, em 1997. Desde então, após o tricampeonato de Guga — com conquistas em 2000 e 2001 —, o país viveu um período de escassez, mas a nova geração está dando motivos para a torcida voltar a se empolgar. João Fonseca segue brilhando entre os melhores do mundo no Grand Slam francês e outros miram seguir os mesmos os a partir no saibro da versão juvenil, como os talentos forjados no DF, Pedro Chabalgoity e Guto Miguel.

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Nascido em Brasília, Pedro, de 17 anos, é o número 94 no ranking mundial da Federação Internacional (ITF) e conquistou a vaga após vencer a Junior Series, em São Paulo. Guto Miguel, de 16, nasceu em Goiânia, mas é radicado no quadradinho e ocupa o 38º lugar na classificação. A dupla compartilha origens na capital federal, em ação pelo Iate Tênis Clube, e também partilha uma conexão com a modalidade, que vem de família.

Classificado por vencer a seletiva sul-americana da Junior Series, em São Paulo, Pedro é sobrinho de Claudia Chabalgoity, atleta de sucesso no início dos anos 1990, e filho de Carlos Eduardo Chabalgoity, destaque juvenil internacional no ado. "Meu pai me inspirou muito, por ver ele indo treinar, viajando e falando de tênis. Então, nasci com muitas raquetes e bolas em casa e sempre pegava para jogar. Treino desde os 10 anos, mas comecei a jogar desde os 4, brincando, e hoje consigo competir para valer, muito graças aos meus patrocinadores, porque é um esporte que demanda investimento", conta o garoto, ao Correio.

A figura paterna também foi fundamental para a trajetória de Guto, que iniciou antes mesmo de nascer. "Comecei a jogar por incentivo do meu pai, porque ele sempre jogou bastante. É até uma história engraçada, porque quando eu estava no hospital, na barriga da minha mãe, ele estava em outro hospital, porque tinha acabado de torcer o pé em uma partida. Acho que nasci ambientado com o esporte, depois foi muito trabalho duro, sacrifícios e treinamento para chegar onde estou", compartilha o goiano, garantido na chave pela posição no ranking.

Menos de dois anos mais velho do que os compatriotas, João Fonseca está chamando atenção em Roland Garros. O carioca de 18 anos ou pelo polonês Hubert Hurkacz e o francês Pierre-Hugues Herbert até chegar na terceira fase. O desempenho reforça ainda mais a opinião dos garotos, que acreditam no talento brasileiro no cenário atual da modalidade.

"Acho que o Brasil está mais forte do que nunca no tênis. Temos vários jogadores em Grand Slams, o João explodiu, a Bia Haddad Maia está no topo e a nova geração está muito forte", analisa Pedro. "Temos grandes nomes, como Thiago Wild, Thiago Monteiro e o próprio João, então acho que nosso time é muito completo e muito forte. Espero seguir esse caminho e estar entre eles um dia", acrescenta Guto.

Amigos fora das quadras, os novos craques revelam que treinam juntos quando possível e não escondem a torcida um pelo outro. O goiano ou pela chave juvenil de Roland Garros no ano ado e acredita que a bagagem pode gerar em um resultado melhor, além de achar que a experiência de ser um ano mais velho pode ajudar o colega.

"No ano ado, eu era convidado. Desta vez, entrei pelo ranking e tenho experiência. Não é tudo novo para mim. Estou me preparando há algumas semanas para chegar em ritmo e ter um bom torneio, acho que posso lidar melhor do que da outra vez. Quero dar meu melhor em quadra e minha meta é estar nas quartas de final. Desejo sorte para o Pedro também, ele vai saber aproveitar a oportunidade e representar bem o Brasil", profetiza.

"O Guto é meu amigo, uma boa companhia sempre. É minha primeira participação e tenho que saber lidar desde cedo, porque o tênis tem muito do lado emocional, mas controlar isso é algo que bons jogadores fazem bem. Tenho meu acompanhamento psicológico e estou com bons pensamentos", compartilha Pedro. O brasiliense está confortável. "A sensação é maravilhosa de jogar em Roland Garros, estando dentro de quadra, vai ser melhor ainda, competindo onde grandes jogadores aram. É muito gratificante, minha meta é sair campeão. É um torneio muito duro, com excelentes atletas, e acho que quem lidar melhor com o psicológico, a ansiedade, o nervosismo e a pressão pode ganhar", pontua Pedro.

Os talentos convocam a torcida brasileira para mandar energias positivas, tanto quem estiver nas arquibancadas quanto do público em casa. Além deles, o Brasil ainda pode ter mais nomes em Roland Garros. Entre os homens, João Pedro Bonini, 25º do ranking, está garantido na chave principal, enquanto Victor Winheski (63º) e Gustavo Albieri (88º) am pelo qualificatório. No feminino, Victória Barros, a 25ª melhor da classificação juvenil, e Pietra Rivoli (121ª), vencedora da Junior Series, assim como Chabalgoity, começam direto, mas Nahuany Silva (47ª) precisa primeiro avançar na bateria classificatória.

 

AR
postado em 30/05/2025 06:00 / atualizado em 30/05/2025 09:49
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