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Um dos motivos &eacute; a aprova&ccedil;&atilde;o do <a href="/euestudante/ensino-superior/2021/04/4920348-candidata-nao-consegue-estudar-na-usp-por-ter-feito-homeschooling.html">Projeto de Lei n&ordm; 3.262/2019</a> pela Comiss&atilde;o de Constitui&ccedil;&atilde;o e Justi&ccedil;a e de Cidadania da C&acirc;mara dos Deputados (CCJ). O texto altera o art. 246 do Decreto-Lei n&ordm; 2.848, fazendo com que a modalidade educacional n&atilde;o seja mais enquadrada como crime de abandono intelectual.</p> <p style="text-align: justify;">Especialistas apontam poss&iacute;veis problemas que podem surgir no formato e ressaltam a import&acirc;ncia de se discutir o tema antes de regulamentar. Por outro lado, fam&iacute;lias que implantaram, defendem o modelo.<br /></p> <h3 style="text-align: justify;">Alertas para problemas envolvendo homeschooling</h3> <p style="text-align: justify;">Representando a Funda&ccedil;&atilde;o Maria Cecilia Souto Vidigal, a gerente de rela&ccedil;&otilde;es institucionais e governamentais, Beatriz Abuchaim, entende que as fam&iacute;lias est&atilde;o lutando pela possibilidade do ensino domiciliar com o intuito de prover o melhor desenvolvimento dos filhos. Mas que isso acaba, em certas circunst&acirc;ncias, desprotegendo os direitos das crian&ccedil;as. Confira seis deles:</p> <p style="text-align: justify;">Amento das desigualdades sociais e educacionais por os pais n&atilde;o serem obrigados a mandar os filhos para escola; a desprote&ccedil;&atilde;o das crian&ccedil;as e adolescentes em rela&ccedil;&atilde;o a abusos, neglig&ecirc;ncias e trabalho infantil, pois, na maioria das vezes, s&atilde;o detectadas pelos professores; faltar o registro dessas crian&ccedil;as o que pode torn&aacute;-las invis&iacute;veis ao Estado; a falta de supervis&atilde;o adequada do que acontece no ensino domiciliar, pois as Secretarias de Educa&ccedil;&atilde;o e as escolas n&atilde;o t&ecirc;m pessoal suficiente para fazer esse monitoramento; discrimina&ccedil;&atilde;o de g&ecirc;nero em rela&ccedil;&atilde;o ao o &agrave; educa&ccedil;&atilde;o.</p> <p style="text-align: justify;"><br /><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2021/07/05/766x527/1_homeschooling___beatriz-6744449.jpeg" width="766" height="527" layout="responsive" alt="Beatriz Abuchaim ressalta que h&aacute; outras quest&otilde;es educacionais mais urgentes"></amp-img> <figcaption>Arquivo Pessoal - <b>Beatriz Abuchaim ressalta que h&aacute; outras quest&otilde;es educacionais mais urgentes</b></figcaption> </div><br /></p> <p style="text-align: justify;">Com rela&ccedil;&atilde;o ao primeiro fator elencado, Beatriz <a href="/euestudante/educacao-basica/2021/05/4926844-frente-parlamentar-de-educacao-alerta-sobre-projeto-de-homeschooling.html">alerta</a> que a depender da legisla&ccedil;&atilde;o que regulamentar a educa&ccedil;&atilde;o domiciliar, pode levar a algumas fam&iacute;lias entenderem que n&atilde;o precisam levar o filho &agrave; escola. &ldquo;Ficamos com muito medo de que crian&ccedil;as fiquem desprotegidas, sem ter uma educa&ccedil;&atilde;o adequada ou nenhuma, quando a gente desobriga os pais de mandarem as crian&ccedil;as &agrave; escola&rdquo;, explica.</p> <p style="text-align: justify;">Para Abuchaim, no atual momento do pa&iacute;s, a pauta sobre o ensino domiciliar n&atilde;o &eacute; importante para a educa&ccedil;&atilde;o em raz&atilde;o dos impactos da pandemia de covid-19 no sistema escolar brasileiro. A gerente de rela&ccedil;&otilde;es institucionais e governamentais afirma que a Funda&ccedil;&atilde;o, no momento, est&aacute; preocupada com a formula&ccedil;&atilde;o de pol&iacute;ticas p&uacute;blicas que englobem a maior parte das crian&ccedil;as e adolescentes que foram afetas pela crise sanit&aacute;ria, que assola o mundo, do que o <em>homeschooling</em>, que tem muitos desafios para se implementar.</p> <p style="text-align: justify;">&ldquo;A posi&ccedil;&atilde;o da Funda&ccedil;&atilde;o &eacute; de que todas as crian&ccedil;as devem ter direito &agrave; educa&ccedil;&atilde;o escolar, porque esse &eacute; assegurado pela constitui&ccedil;&atilde;o&rdquo;, manifesta-se. Beatriz Abuchaim exemplifica o posicionamento com outros pa&iacute;ses como a Alemanha, onde a pr&aacute;tica &eacute; proibida e com os Estados Unidos, onde &eacute; regulamentado.</p> <p style="text-align: justify;">Contudo, a representante afirma que, de acordo com os estudos feitos no sistema estadunidense, &eacute; dif&iacute;cil levantar os dados de crian&ccedil;as que est&atilde;o em <em>homeschooling</em>. &ldquo;Inclusive, para analisar os benef&iacute;cios e/ou os d&eacute;ficits que podem estar tendo com o ensino domiciliar. Ent&atilde;o, nos parece um cen&aacute;rio muito obscuro&rdquo;, explica.</p> <p style="text-align: justify;">Abuchaim ressalta que o Brasil tem pol&iacute;ticas educacionais bem estruturadas e com um significativo o da popula&ccedil;&atilde;o, a partir dos quatro anos, &agrave; escola. Para ela, n&atilde;o se pode ter retrocesso nisso, pois as institui&ccedil;&otilde;es de ensino garantem a aprendizagem e inserem as crian&ccedil;as na cultura e sociedade por meio de profissionais formados e capacitados. Os professores est&atilde;o preparados para desenvolver as habilidades e conhecimentos com trabalhos de intencionalidade pedag&oacute;gica.</p> <p style="text-align: justify;">A representante da Associa&ccedil;&atilde;o Nacional de Educa&ccedil;&atilde;o Cat&oacute;lica do Brasil (Anec) e gerente na C&acirc;mara de istra&ccedil;&atilde;o B&aacute;sica da entidade, Roberta Guedes, ressalta que a socializa&ccedil;&atilde;o das crian&ccedil;as e adolescentes &eacute; uma vantagem da educa&ccedil;&atilde;o formal. &ldquo;Entendemos que a escola &eacute; um espa&ccedil;o privilegiado de constru&ccedil;&atilde;o de compet&ecirc;ncias socioemocionais pela diversidade e pluralidade cultural que as crian&ccedil;as t&ecirc;m o dentro da institui&ccedil;&atilde;o&rdquo;, afirma.</p> <p style="text-align: justify;">Roberta pondera que a associa&ccedil;&atilde;o n&atilde;o se posiciona contra fam&iacute;lias que adotaram o ensino domiciliar, mas se op&otilde;em a falta de discuss&atilde;o sobre o regramento da modalidade e a regulamenta&ccedil;&atilde;o. A entidade tamb&eacute;m&nbsp;&eacute; contr&aacute;ria&nbsp;&agrave; coloca&ccedil;&atilde;o da pauta como essencial frente &agrave; outras mais urgentes neste momento. Ela&nbsp;destaca que a vacina&ccedil;&atilde;o da popula&ccedil;&atilde;o brasileira contra a covid-19 e a formula&ccedil;&atilde;o de pol&iacute;ticas que promovem a conectividade deveriam ser assuntos priorit&aacute;rios da gest&atilde;o p&uacute;blica.&nbsp;</p> <p style="text-align: justify;">&ldquo;&Eacute; preciso discutir o o &agrave; educa&ccedil;&atilde;o, o retorno seguro das escolas e o que fazer para recuperar os direitos de aprendizagem das crian&ccedil;as e adolescentes. Pesquisas mostram o grave problema na forma&ccedil;&atilde;o escolar&nbsp;em raz&atilde;o do ensino remoto&rdquo;, declara Roberta.</p> <p style="text-align: justify;"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2021/07/05/766x527/1_homeschooling___roberta-6744460.jpg" width="766" height="527" layout="responsive" alt="A representante afirma que o tema precisa ser amplamente debatido"></amp-img> <figcaption>Arquivo Pessoal - <b>A representante afirma que o tema precisa ser amplamente debatido</b></figcaption> </div></p> <p style="text-align: justify;">A gestora da Anec ressalta que discutir o ensino domiciliar sem audi&ecirc;ncia para consultar a opini&atilde;o popular e escutar especialistas, transforma a pauta em interesse pol&iacute;tico. Mas, considera que o tema deveria ser tratado como uma pol&iacute;tica p&uacute;blica.</p> <p style="text-align: justify;">O assistente social, doutor em sociologia e professor em&eacute;rito da Universidade de Bras&iacute;lia (UnB) Vicente Faleiros afirma que a rela&ccedil;&atilde;o familiar com a crian&ccedil;a &eacute; complexa sob a perspectiva de analisar o papel dos pais com base em teorias e percep&ccedil;&otilde;es. &ldquo;H&aacute; a vis&atilde;o tradicional de que o pai e a m&atilde;e s&atilde;o corretores e disciplinadores. Ent&atilde;o, a crian&ccedil;a deve seguir o padr&atilde;o da fam&iacute;lia, isso &eacute; o que chamamos de teoria sist&ecirc;mica da fam&iacute;lia&rdquo;, explica.</p> <p style="text-align: justify;"><br /><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2021/07/05/766x527/1_homeschooling___vicente-6744471.jpeg" width="766" height="526" layout="responsive" alt="O assistente social analisa a rela&ccedil;&atilde;o da fam&iacute;lia com a crian&ccedil;a"></amp-img> <figcaption>Arquivo Pessoal - <b>O assistente social analisa a rela&ccedil;&atilde;o da fam&iacute;lia com a crian&ccedil;a</b></figcaption> </div><br /></p> <p style="text-align: justify;">&ldquo;Mas, a fam&iacute;lia tem um padr&atilde;o de querer transmitir entre as gera&ccedil;&otilde;es. Com isso, o papel dos pais seria, principalmente, disciplinador, orientador e controlador&rdquo;. Para Faleiros, &eacute; por essa perspectiva que se deve entender o ensino domiciliar somado a concep&ccedil;&atilde;o do m&eacute;todo Montessori em que a educa&ccedil;&atilde;o &eacute; uma atividade de desenvolvimento da crian&ccedil;a.</p> <p style="text-align: justify;">Com isso, na vis&atilde;o do especialista, o <em>homeshooling</em> tem uma teoria da fam&iacute;lia e da educa&ccedil;&atilde;o diferente da aprendizagem para liberdade e forma&ccedil;&atilde;o do protagonismo da crian&ccedil;a. &ldquo;O ensino domiciliar n&atilde;o d&aacute; oportunidade para desenvolver todas as potencialidades de quando se tem contato com a sociedade, com a diversidade que se tem numa escola p&uacute;blica ou privada de qualidade&rdquo;, enfatiza.</p> <p style="text-align: justify;">A professora F&aacute;tima Guerra&nbsp;afirma que os pais n&atilde;o t&ecirc;m a forma&ccedil;&atilde;o pedag&oacute;gica necess&aacute;ria para assumirem este papel na educa&ccedil;&atilde;o dos filhos. Contudo, ela pondera que a modalidade de ensino domiciliar deve ser pensada e aceita em caso de estudantes com enfermidade s&eacute;ria. &ldquo;Acho &oacute;timo e defendo que os respons&aacute;veis se envolvam com a educa&ccedil;&atilde;o das crian&ccedil;as, mas no sentido de estimular, saber o que est&aacute; acontecendo, como podem ajudar e dar refor&ccedil;o&rdquo;.&nbsp;</p> <p style="text-align: justify;"><br /><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2021/07/05/766x527/1_homeschooling___fatima-6744482.jpeg" width="766" height="527" layout="responsive" alt="A professora defende que os pais se envolvam com a educa&ccedil;&atilde;o dos filhos"></amp-img> <figcaption>Arquivo Pessoal - <b>A professora defende que os pais se envolvam com a educa&ccedil;&atilde;o dos filhos</b></figcaption> </div></p> <p style="text-align: justify;"><br /></p> <h3 style="text-align: justify;">Oposi&ccedil;&atilde;o ao PL</h3> <p style="text-align: justify;">O deputado federal professor e presidente da Frente Parlamentar Mista da Educa&ccedil;&atilde;o (FPME), Israel Batista (PV-DF), &eacute; contr&aacute;rio ao PL aprovado na CCJ.&nbsp;Ele afirma que o texto coloca o direito da crian&ccedil;a em segundo plano e abre brecha que pode aumentar a evas&atilde;o escolar, a viol&ecirc;ncia dom&eacute;stica e o trabalho infantil. Em di&aacute;logo com l&iacute;deres da casa,&nbsp;o parlamentar tenta impedir que o projeto seja votado no Plen&aacute;rio.</p> <p style="text-align: justify;">O parlamentar argumenta, embasado em estudo da Universidade de Wisconsin, que nos Estados Unidos 76% das crian&ccedil;as do pa&iacute;s, v&iacute;timas de viol&ecirc;ncia intrafamiliar, n&atilde;o frequentavam a escola. Dentro desse grupo, 47% tinham sa&iacute;do do ensino regular p&uacute;blico para o domiciliar e 29% nunca frequentaram &agrave;s aulas. &ldquo;A ado&ccedil;&atilde;o da educa&ccedil;&atilde;o domiciliar pode ter resultados parecidos no Brasil. Isso &eacute; algo que nos preocupa muito&rdquo;, alega o deputado.</p> <p style="text-align: justify;">Para Batista, a escola &eacute; determinante no desenvolvimento das habilidades cognitiva, social e emocional. Segundo o deputado, a cognitiva pode evoluir com o aux&iacute;lio dos pais, por&eacute;m, a social necessita do conv&iacute;vio com o diferente.</p> <h3 style="text-align: justify;">Homeschooling n&atilde;o &eacute; abandono intelectual, diz representante</h3> <p style="text-align: justify;">Carlos Vinicius Reis, diretor de rela&ccedil;&otilde;es institucionais da Associa&ccedil;&atilde;o Nacional de Educa&ccedil;&atilde;o Domiciliar (Aned), junto a esposa s&atilde;o respons&aacute;veis pela educa&ccedil;&atilde;o dos tr&ecirc;s filhos. Ele tamb&eacute;m &eacute; membro diretor da Global Home Education Exchange (GHEx) e defende que o <em>homeschooling</em> &eacute; um princ&iacute;pio b&aacute;sico da liberdade educacional e n&atilde;o &eacute; um concorrente do ensino escolar.</p> <p style="text-align: justify;">O diretor relata que o modelo &eacute; um dos mais antigos do mundo, sendo regulamentado pela maioria dos pa&iacute;ses que comp&otilde;em a Organiza&ccedil;&atilde;o para a Coopera&ccedil;&atilde;o e Desenvolvimento Econ&ocirc;mico (OCDE). No Brasil, chegou a ser reconhecida pela Constitui&ccedil;&atilde;o de 1937, institu&iacute;da no Estado Novo do governo de Get&uacute;lio Vargas.</p> <p style="text-align: justify;"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2021/07/05/766x527/1_homeschooling___carlos-6744438.jpeg" width="766" height="527" layout="responsive" alt="Carlos defende o ensino remoto e acredita que o PL &eacute; essencial para acabar com as interpreta&ccedil;&otilde;es equivocadas sobre a modalidade"></amp-img> <figcaption>Arquivo Pessoal - <b>Carlos defende o ensino remoto e acredita que o PL &eacute; essencial para acabar com as interpreta&ccedil;&otilde;es equivocadas sobre a modalidade</b></figcaption> </div><br /></p> <p style="text-align: justify;"><br />Com rela&ccedil;&atilde;o ao PL 3.262/2019 aprovado na CCJ, Carlos acredita que o texto &eacute; uma forma de interpretar corretamente a legisla&ccedil;&atilde;o. &ldquo;O <em>homeschooling</em> n&atilde;o deveria ser confundido com o abandono intelectual, em que n&atilde;o se d&aacute; instru&ccedil;&atilde;o educacional necess&aacute;ria &agrave;s crian&ccedil;as e adolescentes. O ensino domiciliar &eacute; uma dedica&ccedil;&atilde;o e fornecimento de alto n&iacute;vel de aprendizagem&rdquo;, afirma.</p> <p style="text-align: justify;">&ldquo;N&oacute;s temos muitos processos por conta de interpreta&ccedil;&otilde;es erradas. Ent&atilde;o, o projeto vem para acabar com esse tipo de a&ccedil;&atilde;o judicial que &eacute; equivocada&rdquo;. Carlos informa que n&atilde;o h&aacute; fam&iacute;lia no Brasil que adotou a modalidade de ensino e foi enquadrada por crime de abandono intelectual.</p> <p style="text-align: justify;">Para o diretor, &eacute; preciso acabar com o preconceito e oposi&ccedil;&otilde;es contra o <a href="/euestudante/ensino-superior/2021/04/4920348-candidata-nao-consegue-estudar-na-usp-por-ter-feito-homeschooling.html"><em>homeschooling</em></a> no pa&iacute;s. Carlos ressalta que o ensino pode contribuir para contornar a avalia&ccedil;&atilde;o do Brasil no ranking de liberdade educacional da organiza&ccedil;&atilde;o n&atilde;o-governamental su&iacute;&ccedil;a, Oidel, em que ocupa a 58&ordf; posi&ccedil;&atilde;o e tamb&eacute;m no desempenho educacional como o Programa Internacional de Avalia&ccedil;&atilde;o de Estudantes (PISA).</p> <h3 style="text-align: justify;">Como&nbsp;homeschooling&nbsp;funciona na pr&aacute;tica</h3> <p style="text-align: justify;">L&iacute;gia Badauy, cientista pol&iacute;tica que atua na &aacute;rea de rela&ccedil;&otilde;es governamentais para primeira inf&acirc;ncia e fam&iacute;lia, &eacute; m&atilde;e de seis crian&ccedil;as, sendo um rec&eacute;m-nascido. A fam&iacute;lia adotou a modalidade h&aacute; quatro anos com o filho mais velho, depois dele finalizar o primeiro ano do ensino fundamental.</p> <p style="text-align: justify;">L&iacute;gia e o marido optaram por ficar respons&aacute;veis pela educa&ccedil;&atilde;o da crian&ccedil;a por v&aacute;rios motivos, entre eles, log&iacute;stica e financeiro. Na &eacute;poca, ela estava de licen&ccedil;a para cuidar dos g&ecirc;meos que tinham nascido h&aacute; pouco tempo. &ldquo;Decidi fazer uma experi&ecirc;ncia e gostamos&rdquo;. A cientista pol&iacute;tica afirma que o filho se adaptou bem.</p> <p style="text-align: justify;"><div> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2021/07/05/766x527/1_homeschooling___ligia-6744427.jpeg" width="766" height="526" layout="responsive" alt="L&iacute;gia afirma que &eacute; pr&oacute;-homeschooling e pr&oacute;-escola"></amp-img> <figcaption>Arquivo Pessoal - <b>L&iacute;gia afirma que &eacute; pr&oacute;-homeschooling e pr&oacute;-escola</b></figcaption> </div></p> <p style="text-align: justify;">Eles fizeram a mesma escolha para o segundo filho, quando finalizou a educa&ccedil;&atilde;o infantil. &ldquo;Foi uma adapta&ccedil;&atilde;o desafiante, cada crian&ccedil;a tem um perfil e para o meu segundo foi desafiador. Com isso, decidimos coloc&aacute;-lo de volta &agrave; escola. Fizemos uma segunda experi&ecirc;ncia em 2020 e veio a calhar, pois come&ccedil;ou a pandemia e todo mundo estava em casa&rdquo;.</p> <p style="text-align: justify;">At&eacute; o in&iacute;cio da pandemia, os tr&ecirc;s mais novos estavam na escola, mas L&iacute;gia e o marido adotaram o ensino com eles tamb&eacute;m. A decis&atilde;o foi em raz&atilde;o do per&iacute;odo que as crian&ccedil;as ficaram sem aulas presenciais somado a dificuldade de ir &agrave;s aulas por causa dos protocolos estabelecidos para o retorno na rede particular do Distrito Federal. &ldquo;Como agora s&oacute; pode ir se n&atilde;o tiver nenhum sintoma de gripe em ningu&eacute;m da casa, eles ficaram sem comparecer por meses, porque um pega resfriado e a para todo mundo&rdquo;, esclarece.</p> <p style="text-align: justify;">Quando L&iacute;gia ou a ser respons&aacute;vel pelo aprendizado do filho mais velho, ela optou por continuar usando o material did&aacute;tico da escola no primeiro ano de ensino domiciliar. Depois, aram a alterar constantemente o plano de acordo com a fase das crian&ccedil;as para se adaptarem a esses momentos.</p> <p style="text-align: justify;">&ldquo;O <em>homeschooling</em> n&atilde;o &eacute; uma escola em casa, &eacute; um estilo de vida, porque a gente acaba mudando o nosso <em>mindset</em> para poder aproveitar muito mais as circunst&acirc;ncias e conseguir educar&rdquo;, afirma. <em>Mindset</em> &eacute; um conceito que tem o objetivo de buscar entender a predisposi&ccedil;&atilde;o psicol&oacute;gica de uma pessoa que d&aacute; prioridade a certos pensamentos e, tamb&eacute;m, os padr&otilde;es de comportamento para que possa se propor o desenvolvimento uma nova abordagem. Ou seja, &eacute; uma abordagem voltado para entender as dificuldades individuais e poder contorn&aacute;-los.</p> <p style="text-align: justify;">L&iacute;gia exemplificou a quest&atilde;o de aproveitar as viv&ecirc;ncias para educar por meio viagem familiar para Porto Seguro (BA) em fevereiro deste ano. Ela imprimiu um material para trabalhar com os filhos em que analisaram: a rota do Distrito Federal at&eacute; a cidade que fica no sul da Bahia; a vegeta&ccedil;&atilde;o; a hist&oacute;ria do descobrimento do Brasil, que envolve o munic&iacute;pio por ser o local em que as caravelas portuguesas atracaram em abril de 1500. A Chapada dos Veadeiros foi outro destino usando para ensinar sobre o solo e vegeta&ccedil;&atilde;o do cerrado.</p> <p style="text-align: justify;">Al&eacute;m disso, a fam&iacute;lia busca aprofundar os interesses das crian&ccedil;as e incentivar o esporte. Atualmente, os filhos de L&iacute;gia fazem nata&ccedil;&atilde;o, capoeira e futsal. Antes, fizeram tamb&eacute;m circo e jud&ocirc;. A m&atilde;e contou que eles gostam de xadrez e, para aprimorar o desempenho, fazem aulas da modalidade.</p> <p style="text-align: justify;">A cientista pol&iacute;tica ressalta que o ensino domiciliar &eacute; um formato exigente e cr&ecirc; que, por isso, &eacute; algo que poucas fam&iacute;lias conseguem adotar, mas que deve ser uma solu&ccedil;&atilde;o para diferentes circunst&acirc;ncias. Tamb&eacute;m destaca que o modelo deve ser amparado legalmente e regulamentado para que n&atilde;o ocorra abusos, como tutores que n&atilde;o tenham a devida responsabilidade para assumir o papel ou usem do mecanismo de ensino para outras finalidades. &ldquo;Eu vejo que para isso, precisamos de uma legisla&ccedil;&atilde;o&rdquo;, avalia.</p> <h3 style="text-align: justify;">Regulamenta&ccedil;&atilde;o do ensino domiciliar no Distrito Federal</h3> <p style="text-align: justify;">No fim de 2020, a C&acirc;mara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) aprovou o <a href="https://www.tjdft.jus.br/institucional/relacoes-institucionais/arquivos/lei-no-6-759-de-16-de-dezembro-de-2020.pdf">Projeto de Lei 6.759</a> em que <a href="/euestudante/educacao-basica/2020/11/4887899-comissao-de-constituicao-aprova-regulamentacao-do-ensino-domiciliar.html">regulamenta o ensino domiciliar</a>. Posteriormente, o governador Ibaneis Rocha (MDB) sancionou o texto de autoria do executivo em conjunto aos deputados distritais Jo&atilde;o Cardoso (Avante), J&uacute;lia Lucy (Novo), Eduardo Pedrosa (PTC) e Rodrigo Delmasso (Republicanos).<br /></p> <p style="text-align: justify;">Com isso, &eacute; assegurado aos estudantes, cuja educa&ccedil;&atilde;o ficou sob responsabilidade dos pais e/ou respons&aacute;veis, direitos como &agrave; certifica&ccedil;&atilde;o de conclus&atilde;o dos ciclos de aprendizagem e benef&iacute;cios dos alunos da regular, como o e livre estudantil. Mas tamb&eacute;m, como ser&aacute; feito o acompanhamento do desenvolvimento da crian&ccedil;a e do adolescente.</p> <p style="text-align: justify;">O PL prev&ecirc; que as aulas devem ser monitoradas por unidades educacionais p&uacute;blicas ou particulares. A fam&iacute;lia tamb&eacute;m tem que ter aptid&atilde;o t&eacute;cnica para desenvolver as atividades pedag&oacute;gicas. Outra alternativa, &eacute; contratar profissional capacitado.</p> <p style="text-align: justify;">O texto determina que os respons&aacute;veis pela crian&ccedil;a e/ou adolescente tem que se cadastrar na Secretaria de Educa&ccedil;&atilde;o do DF. Al&eacute;m disso, o projeto tamb&eacute;m considerou a situa&ccedil;&atilde;o da fam&iacute;lia n&atilde;o se adaptar ao formato. Desse modo, a pasta deve garantir vaga ao estudante do ensino domiciliar que deseja retornar ao regular ou n&atilde;o teve aproveitamento.</p> <p style="text-align: justify;">&nbsp;</p> <h4 style="text-align: justify;">*Estagi&aacute;ria sob supervis&atilde;o da editora Ana S&aacute;<br /> <br /> <br /></h4>", "isAccessibleForFree": true, "image": { "url": "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2021/01/04/750x500/1_escola-6469067.jpg?20230213001801?20230213001801", "width": 820, "@type": "ImageObject", "height": 490 }, "author": [ { "@type": "Person", "name": "Júlia Mano*" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=http%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } } 3ij33

Eu, Estudante 5g255w

Homeschooling

Especialistas analisam riscos e benefícios do homeschooling 554a70

Entidades educacionais alertam para os riscos da educação domiciliar, como a perda dos direitos das crianças. Para a Aned, o modelo não é abandono intelectual 1l1g28

Recentemente, o debate sobre o ensino domiciliar (homeschooling em inglês) ganhou notoriedade. Um dos motivos é a aprovação do Projeto de Lei nº 3.262/2019 pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados (CCJ). O texto altera o art. 246 do Decreto-Lei nº 2.848, fazendo com que a modalidade educacional não seja mais enquadrada como crime de abandono intelectual.

Especialistas apontam possíveis problemas que podem surgir no formato e ressaltam a importância de se discutir o tema antes de regulamentar. Por outro lado, famílias que implantaram, defendem o modelo.

Alertas para problemas envolvendo homeschooling 1g4u4g

Representando a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, a gerente de relações institucionais e governamentais, Beatriz Abuchaim, entende que as famílias estão lutando pela possibilidade do ensino domiciliar com o intuito de prover o melhor desenvolvimento dos filhos. Mas que isso acaba, em certas circunstâncias, desprotegendo os direitos das crianças. Confira seis deles:

Amento das desigualdades sociais e educacionais por os pais não serem obrigados a mandar os filhos para escola; a desproteção das crianças e adolescentes em relação a abusos, negligências e trabalho infantil, pois, na maioria das vezes, são detectadas pelos professores; faltar o registro dessas crianças o que pode torná-las invisíveis ao Estado; a falta de supervisão adequada do que acontece no ensino domiciliar, pois as Secretarias de Educação e as escolas não têm pessoal suficiente para fazer esse monitoramento; discriminação de gênero em relação ao o à educação.


Arquivo Pessoal - Beatriz Abuchaim ressalta que há outras questões educacionais mais urgentes

Com relação ao primeiro fator elencado, Beatriz alerta que a depender da legislação que regulamentar a educação domiciliar, pode levar a algumas famílias entenderem que não precisam levar o filho à escola. “Ficamos com muito medo de que crianças fiquem desprotegidas, sem ter uma educação adequada ou nenhuma, quando a gente desobriga os pais de mandarem as crianças à escola”, explica.

Para Abuchaim, no atual momento do país, a pauta sobre o ensino domiciliar não é importante para a educação em razão dos impactos da pandemia de covid-19 no sistema escolar brasileiro. A gerente de relações institucionais e governamentais afirma que a Fundação, no momento, está preocupada com a formulação de políticas públicas que englobem a maior parte das crianças e adolescentes que foram afetas pela crise sanitária, que assola o mundo, do que o homeschooling, que tem muitos desafios para se implementar.

“A posição da Fundação é de que todas as crianças devem ter direito à educação escolar, porque esse é assegurado pela constituição”, manifesta-se. Beatriz Abuchaim exemplifica o posicionamento com outros países como a Alemanha, onde a prática é proibida e com os Estados Unidos, onde é regulamentado.

Contudo, a representante afirma que, de acordo com os estudos feitos no sistema estadunidense, é difícil levantar os dados de crianças que estão em homeschooling. “Inclusive, para analisar os benefícios e/ou os déficits que podem estar tendo com o ensino domiciliar. Então, nos parece um cenário muito obscuro”, explica.

Abuchaim ressalta que o Brasil tem políticas educacionais bem estruturadas e com um significativo o da população, a partir dos quatro anos, à escola. Para ela, não se pode ter retrocesso nisso, pois as instituições de ensino garantem a aprendizagem e inserem as crianças na cultura e sociedade por meio de profissionais formados e capacitados. Os professores estão preparados para desenvolver as habilidades e conhecimentos com trabalhos de intencionalidade pedagógica.

A representante da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (Anec) e gerente na Câmara de istração Básica da entidade, Roberta Guedes, ressalta que a socialização das crianças e adolescentes é uma vantagem da educação formal. “Entendemos que a escola é um espaço privilegiado de construção de competências socioemocionais pela diversidade e pluralidade cultural que as crianças têm o dentro da instituição”, afirma.

Roberta pondera que a associação não se posiciona contra famílias que adotaram o ensino domiciliar, mas se opõem a falta de discussão sobre o regramento da modalidade e a regulamentação. A entidade também é contrária à colocação da pauta como essencial frente à outras mais urgentes neste momento. Ela destaca que a vacinação da população brasileira contra a covid-19 e a formulação de políticas que promovem a conectividade deveriam ser assuntos prioritários da gestão pública. 

“É preciso discutir o o à educação, o retorno seguro das escolas e o que fazer para recuperar os direitos de aprendizagem das crianças e adolescentes. Pesquisas mostram o grave problema na formação escolar em razão do ensino remoto”, declara Roberta.

Arquivo Pessoal - A representante afirma que o tema precisa ser amplamente debatido

A gestora da Anec ressalta que discutir o ensino domiciliar sem audiência para consultar a opinião popular e escutar especialistas, transforma a pauta em interesse político. Mas, considera que o tema deveria ser tratado como uma política pública.

O assistente social, doutor em sociologia e professor emérito da Universidade de Brasília (UnB) Vicente Faleiros afirma que a relação familiar com a criança é complexa sob a perspectiva de analisar o papel dos pais com base em teorias e percepções. “Há a visão tradicional de que o pai e a mãe são corretores e disciplinadores. Então, a criança deve seguir o padrão da família, isso é o que chamamos de teoria sistêmica da família”, explica.


Arquivo Pessoal - O assistente social analisa a relação da família com a criança

“Mas, a família tem um padrão de querer transmitir entre as gerações. Com isso, o papel dos pais seria, principalmente, disciplinador, orientador e controlador”. Para Faleiros, é por essa perspectiva que se deve entender o ensino domiciliar somado a concepção do método Montessori em que a educação é uma atividade de desenvolvimento da criança.

Com isso, na visão do especialista, o homeshooling tem uma teoria da família e da educação diferente da aprendizagem para liberdade e formação do protagonismo da criança. “O ensino domiciliar não dá oportunidade para desenvolver todas as potencialidades de quando se tem contato com a sociedade, com a diversidade que se tem numa escola pública ou privada de qualidade”, enfatiza.

A professora Fátima Guerra afirma que os pais não têm a formação pedagógica necessária para assumirem este papel na educação dos filhos. Contudo, ela pondera que a modalidade de ensino domiciliar deve ser pensada e aceita em caso de estudantes com enfermidade séria. “Acho ótimo e defendo que os responsáveis se envolvam com a educação das crianças, mas no sentido de estimular, saber o que está acontecendo, como podem ajudar e dar reforço”. 


Arquivo Pessoal - A professora defende que os pais se envolvam com a educação dos filhos


Oposição ao PL 5a6s4w

O deputado federal professor e presidente da Frente Parlamentar Mista da Educação (FPME), Israel Batista (PV-DF), é contrário ao PL aprovado na CCJ. Ele afirma que o texto coloca o direito da criança em segundo plano e abre brecha que pode aumentar a evasão escolar, a violência doméstica e o trabalho infantil. Em diálogo com líderes da casa, o parlamentar tenta impedir que o projeto seja votado no Plenário.

O parlamentar argumenta, embasado em estudo da Universidade de Wisconsin, que nos Estados Unidos 76% das crianças do país, vítimas de violência intrafamiliar, não frequentavam a escola. Dentro desse grupo, 47% tinham saído do ensino regular público para o domiciliar e 29% nunca frequentaram às aulas. “A adoção da educação domiciliar pode ter resultados parecidos no Brasil. Isso é algo que nos preocupa muito”, alega o deputado.

Para Batista, a escola é determinante no desenvolvimento das habilidades cognitiva, social e emocional. Segundo o deputado, a cognitiva pode evoluir com o auxílio dos pais, porém, a social necessita do convívio com o diferente.

Homeschooling não é abandono intelectual, diz representante 421y45

Carlos Vinicius Reis, diretor de relações institucionais da Associação Nacional de Educação Domiciliar (Aned), junto a esposa são responsáveis pela educação dos três filhos. Ele também é membro diretor da Global Home Education Exchange (GHEx) e defende que o homeschooling é um princípio básico da liberdade educacional e não é um concorrente do ensino escolar.

O diretor relata que o modelo é um dos mais antigos do mundo, sendo regulamentado pela maioria dos países que compõem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). No Brasil, chegou a ser reconhecida pela Constituição de 1937, instituída no Estado Novo do governo de Getúlio Vargas.

Arquivo Pessoal - Carlos defende o ensino remoto e acredita que o PL é essencial para acabar com as interpretações equivocadas sobre a modalidade


Com relação ao PL 3.262/2019 aprovado na CCJ, Carlos acredita que o texto é uma forma de interpretar corretamente a legislação. “O homeschooling não deveria ser confundido com o abandono intelectual, em que não se dá instrução educacional necessária às crianças e adolescentes. O ensino domiciliar é uma dedicação e fornecimento de alto nível de aprendizagem”, afirma.

“Nós temos muitos processos por conta de interpretações erradas. Então, o projeto vem para acabar com esse tipo de ação judicial que é equivocada”. Carlos informa que não há família no Brasil que adotou a modalidade de ensino e foi enquadrada por crime de abandono intelectual.

Para o diretor, é preciso acabar com o preconceito e oposições contra o homeschooling no país. Carlos ressalta que o ensino pode contribuir para contornar a avaliação do Brasil no ranking de liberdade educacional da organização não-governamental suíça, Oidel, em que ocupa a 58ª posição e também no desempenho educacional como o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA).

Como homeschooling funciona na prática 721p6b

Lígia Badauy, cientista política que atua na área de relações governamentais para primeira infância e família, é mãe de seis crianças, sendo um recém-nascido. A família adotou a modalidade há quatro anos com o filho mais velho, depois dele finalizar o primeiro ano do ensino fundamental.

Lígia e o marido optaram por ficar responsáveis pela educação da criança por vários motivos, entre eles, logística e financeiro. Na época, ela estava de licença para cuidar dos gêmeos que tinham nascido há pouco tempo. “Decidi fazer uma experiência e gostamos”. A cientista política afirma que o filho se adaptou bem.

Arquivo Pessoal - Lígia afirma que é pró-homeschooling e pró-escola

Eles fizeram a mesma escolha para o segundo filho, quando finalizou a educação infantil. “Foi uma adaptação desafiante, cada criança tem um perfil e para o meu segundo foi desafiador. Com isso, decidimos colocá-lo de volta à escola. Fizemos uma segunda experiência em 2020 e veio a calhar, pois começou a pandemia e todo mundo estava em casa”.

Até o início da pandemia, os três mais novos estavam na escola, mas Lígia e o marido adotaram o ensino com eles também. A decisão foi em razão do período que as crianças ficaram sem aulas presenciais somado a dificuldade de ir às aulas por causa dos protocolos estabelecidos para o retorno na rede particular do Distrito Federal. “Como agora só pode ir se não tiver nenhum sintoma de gripe em ninguém da casa, eles ficaram sem comparecer por meses, porque um pega resfriado e a para todo mundo”, esclarece.

Quando Lígia ou a ser responsável pelo aprendizado do filho mais velho, ela optou por continuar usando o material didático da escola no primeiro ano de ensino domiciliar. Depois, aram a alterar constantemente o plano de acordo com a fase das crianças para se adaptarem a esses momentos.

“O homeschooling não é uma escola em casa, é um estilo de vida, porque a gente acaba mudando o nosso mindset para poder aproveitar muito mais as circunstâncias e conseguir educar”, afirma. Mindset é um conceito que tem o objetivo de buscar entender a predisposição psicológica de uma pessoa que dá prioridade a certos pensamentos e, também, os padrões de comportamento para que possa se propor o desenvolvimento uma nova abordagem. Ou seja, é uma abordagem voltado para entender as dificuldades individuais e poder contorná-los.

Lígia exemplificou a questão de aproveitar as vivências para educar por meio viagem familiar para Porto Seguro (BA) em fevereiro deste ano. Ela imprimiu um material para trabalhar com os filhos em que analisaram: a rota do Distrito Federal até a cidade que fica no sul da Bahia; a vegetação; a história do descobrimento do Brasil, que envolve o município por ser o local em que as caravelas portuguesas atracaram em abril de 1500. A Chapada dos Veadeiros foi outro destino usando para ensinar sobre o solo e vegetação do cerrado.

Além disso, a família busca aprofundar os interesses das crianças e incentivar o esporte. Atualmente, os filhos de Lígia fazem natação, capoeira e futsal. Antes, fizeram também circo e judô. A mãe contou que eles gostam de xadrez e, para aprimorar o desempenho, fazem aulas da modalidade.

A cientista política ressalta que o ensino domiciliar é um formato exigente e crê que, por isso, é algo que poucas famílias conseguem adotar, mas que deve ser uma solução para diferentes circunstâncias. Também destaca que o modelo deve ser amparado legalmente e regulamentado para que não ocorra abusos, como tutores que não tenham a devida responsabilidade para assumir o papel ou usem do mecanismo de ensino para outras finalidades. “Eu vejo que para isso, precisamos de uma legislação”, avalia.

Regulamentação do ensino domiciliar no Distrito Federal 1q5f1s

No fim de 2020, a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) aprovou o Projeto de Lei 6.759 em que regulamenta o ensino domiciliar. Posteriormente, o governador Ibaneis Rocha (MDB) sancionou o texto de autoria do executivo em conjunto aos deputados distritais João Cardoso (Avante), Júlia Lucy (Novo), Eduardo Pedrosa (PTC) e Rodrigo Delmasso (Republicanos).

Com isso, é assegurado aos estudantes, cuja educação ficou sob responsabilidade dos pais e/ou responsáveis, direitos como à certificação de conclusão dos ciclos de aprendizagem e benefícios dos alunos da regular, como o e livre estudantil. Mas também, como será feito o acompanhamento do desenvolvimento da criança e do adolescente.

O PL prevê que as aulas devem ser monitoradas por unidades educacionais públicas ou particulares. A família também tem que ter aptidão técnica para desenvolver as atividades pedagógicas. Outra alternativa, é contratar profissional capacitado.

O texto determina que os responsáveis pela criança e/ou adolescente tem que se cadastrar na Secretaria de Educação do DF. Além disso, o projeto também considerou a situação da família não se adaptar ao formato. Desse modo, a pasta deve garantir vaga ao estudante do ensino domiciliar que deseja retornar ao regular ou não teve aproveitamento.

 

*Estagiária sob supervisão da editora Ana Sá v5w2