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As estrat&eacute;gias s&atilde;o diversificadas, mas todas elas demonstram que para combater o <em>bullying</em> &eacute; necess&aacute;rio que as a&ccedil;&otilde;es sejam realizadas de forma coletiva&nbsp;e intersetorial.</p> <blockquote> <p class="texto">"&Eacute; importante que toda a comunidade escolar esteja mobilizada em torno desse assunto. Qualquer estrat&eacute;gia de preven&ccedil;&atilde;o &agrave; viol&ecirc;ncia nas escolas pede uma sensibiliza&ccedil;&atilde;o, uma mobiliza&ccedil;&atilde;o e participa&ccedil;&atilde;o de toda a comunidade escolar, n&atilde;o s&oacute; dos envolvidos. E n&atilde;o &eacute; t&atilde;o eficaz que as interven&ccedil;&otilde;es sejam separadas das din&acirc;micas gerais da escola", disse Maria Fernanda Tourinho Peres, professora do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de S&atilde;o Paulo (USP) e coordenadora do Laborat&oacute;rio Interdisciplinar de Estudos sobre Viol&ecirc;ncia e Sa&uacute;de (Lieves).</p> </blockquote> <p class="texto">"Outra coisa importante tamb&eacute;m &eacute; que o problema da viol&ecirc;ncia, e isso inclui a viol&ecirc;ncia juvenil e que acontece dentro ou fora da escola, n&atilde;o ser&aacute; resolvida s&oacute; pela escola. &Eacute; at&eacute; injusto exigir ou esperar que a escola d&ecirc; conta de um problema t&atilde;o complexo sozinha. &Eacute; claro que a escola ganha relev&acirc;ncia porque os adolescentes e as crian&ccedil;as am grande parte dos seus dias nas escolas. Mas isso n&atilde;o significa - e n&atilde;o &eacute; eficaz pensar &ndash; que apenas a escola &eacute; respons&aacute;vel por prevenir essas quest&otilde;es ou interferir nessas situa&ccedil;&otilde;es. Quando falamos em preven&ccedil;&atilde;o da viol&ecirc;ncia - e <em>bullying</em> &eacute; um tipo de viol&ecirc;ncia - a gente reconhece e recomenda a constru&ccedil;&atilde;o de a&ccedil;&otilde;es que sejam intersetoriais. H&aacute; que ter a participa&ccedil;&atilde;o da escola, do setor da sa&uacute;de, da assist&ecirc;ncia social, dos conselhos tutelares. Hoje em dia, essa rede territorial e esse fluxo n&atilde;o est&atilde;o bem estabelecidos. Nenhum setor vai dar conta sozinho desse problema", disse Maria Fernanda.</p> <p class="texto"></p> <h3>Boas experi&ecirc;ncias</h3> <p class="texto">A&nbsp;<em>Ag&ecirc;ncia Brasil</em> buscou&nbsp;experi&ecirc;ncias p&uacute;blicas e privadas que t&ecirc;m se mostrado bem-sucedidas no combate a essa grave forma de viol&ecirc;ncia e que t&ecirc;m demonstrado que o bullying pode ser prevenido, principalmente se as estrat&eacute;gias levam em conta a coletividade&nbsp;e a participa&ccedil;&atilde;o compartilhada.</p> <p class="texto">Uma dessas estrat&eacute;gias foi elaborada pela professora&nbsp;Zeyne Alves Pires Scherer,&nbsp;uma das criadoras de uma <a href="http://conteudosdigitais.eerp.usp.br/cartilhas/cartilhaviolencia.pdf" target="_blank" rel="noopener noreferrer">cartilha</a>&nbsp;para ajudar profissionais a lidar com essa forma de viol&ecirc;ncia nas escolas. O material foi elaborado a partir de discuss&otilde;es com pesquisadores do Grupo de Estudos Interdisciplinar sobre Viol&ecirc;ncia (GREIVI) da Escola de Enfermagem de Ribeir&atilde;o Preto da USP; do Observat&oacute;rio Permanente Viol&ecirc;ncia e Crime da Universidade Fernando Pessoa, de Portugal; e dos resultados de um projeto de extens&atilde;o universit&aacute;ria da USP.</p> <p class="texto">"Acredito que a cartilha, como um material educativo, pode contribuir n&atilde;o s&oacute; como meio de divulgar conhecimento sobre as a&ccedil;&otilde;es de interven&ccedil;&atilde;o e preven&ccedil;&atilde;o da viol&ecirc;ncia <em>bullying</em>&nbsp;no meio escolar, mas tamb&eacute;m conscientizar, discutir e alertar a sociedade para esse fen&ocirc;meno psicossocial", disse ela.</p> <h3>Soltando a Voz</h3> <p class="texto">J&aacute; na Escola Estadual Ministro Waldemar Pedrosa,&nbsp;localizada&nbsp;em Parintins (AM),&nbsp;um projeto vem sendo desenvolvido desde 2019 para aumentar a autoestima dos alunos e melhorar o ambiente escolar. Criado pela&nbsp;professora Mary S&ocirc;nia Dutra de Alencar, o projeto foi chamado de <a href="http://www.eeswpedrosa.wixsite.com/espiandoparintins" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Soltando a Voz, Eu t&ocirc; Melhor Agora!</a>&nbsp;e vem sendo realizado de maneira interdisciplinar com as turmas do quarto e quinto anos do ensino fundamental.</p> <div class="dnd-widget-wrapper context-cheio_8colunas type-image"> <div class="dnd-atom-rendered"><!-- scald=322641:cheio_8colunas --> <div class="shadow overflow-hidden rounded-lg d-block zoom-on-hover-sm shadow-hover w-100"><noscript></noscript></div> </div> </div> <!-- END scald=322641 --> <div class="dnd-caption-wrapper"> <h6 class="meta"><!--copyright=322641--></h6> <p class="texto">"O projeto tem a finalidade de inserir h&aacute;bitos saud&aacute;veis num ambiente de conv&iacute;vio m&uacute;tuo, incentivando a autoestima das crian&ccedil;as a partir da representatividade, e promovendo a integra&ccedil;&atilde;o e o desenvolvimento de valores, por meio de a&ccedil;&otilde;es de preven&ccedil;&atilde;o, promo&ccedil;&atilde;o, aten&ccedil;&atilde;o &agrave; sa&uacute;de e do protagonismo infantil", disse Mary S&ocirc;nia. Com a a&ccedil;&atilde;o, diz&nbsp;a professora, as crian&ccedil;as discutem e protagonizam campanhas educativas para informar e orientar sobre os malef&iacute;cios do <em>bullying</em>.</p> <p class="texto">&Agrave; <em>Ag&ecirc;ncia Brasil</em>, Mary S&ocirc;nia disse que o projeto abriu a "possibilidade de compreens&atilde;o por parte das crian&ccedil;as com rela&ccedil;&atilde;o &agrave; forma na qual ra&ccedil;a, identidade, representatividade e <em>bullying</em> se interligam de forma depreciativa".</p> <p class="texto">"Compreender essa din&acirc;mica aponta os caminhos que a Escola Estadual Ministro Waldemar Pedrosa buscou para o enfrentamento dos apelidos, xingamentos e racismo", relata.</p> <p class="texto">Segundo a educadora, o projeto foi buscar inspira&ccedil;&atilde;o na pedagogia desenvolvida pelo psic&oacute;logo e pensador Jean Piaget (1896-1980) e na educa&ccedil;&atilde;o problematizadora do educador e fil&oacute;sofo brasileiro Paulo Freire (1921-1997). "As atividades propostas foram direcionadas &agrave;s crian&ccedil;as no intuito de problematizar as diferentes situa&ccedil;&otilde;es vividas, observadas e comentadas pelos pares, colegas de turmas e amigos e nos valores apresentados pelas m&iacute;dias sociais", explicou.</p> <p class="texto">O projeto foi dividido em etapas. Na primeira delas, foi feita uma assembleia para que as crian&ccedil;as falassem sobre a conviv&ecirc;ncia delas na escola. Nessa etapa tamb&eacute;m foi feito um levantamento de situa&ccedil;&otilde;es de desafetos, agress&otilde;es e de viol&ecirc;ncia que tenham ocorrido no ambiente escolar e foi apresentado o termo <strong>bullying</strong>.</p> <p class="texto">Na segunda etapa, as crian&ccedil;as entraram em contato com a lei federal de combate &agrave; intimida&ccedil;&atilde;o sistem&aacute;tica e fizeram entrevistas com funcion&aacute;rio da escola para saber se eles j&aacute; presenciaram algum tipo de <em>bullying</em> em sua &eacute;poca escolar.</p> <p class="texto">Nas etapas seguintes, eles trabalham com textos sobre o <em>bullying</em> e come&ccedil;am a propor solu&ccedil;&otilde;es para enfrentar esse problema. Nessa etapa, as crian&ccedil;as tamb&eacute;m elaboram textos informativos para conscientizar a comunidade escolar sobre o bullying.</p> <div class="dnd-widget-wrapper context-cheio_8colunas type-image"> <div class="dnd-atom-rendered"><!-- scald=322638:cheio_8colunas --> <div class="shadow overflow-hidden rounded-lg d-block zoom-on-hover-sm shadow-hover w-100"><noscript></noscript> <!-- END scald=322638 --> <div class="dnd-caption-wrapper"> <h6 class="meta"><!--copyright=322638--></h6> <p class="texto">Segundo a educadora, as atividades desenvolvidas pela escola t&ecirc;m provocado reflex&otilde;es e oferecido &agrave;s crian&ccedil;as a oportunidade delas externalizarem seus sentimentos e de respeitar as diferentes opini&otilde;es.</p> <blockquote> <p class="texto">"Conviver com o igual e o diferente ser&aacute; uma constante na sociedade em que vivemos. Ter uma reflex&atilde;o mais emp&aacute;tica e altru&iacute;sta &eacute; relevante se quisermos combater o <em>bullying</em>. O respeito &eacute; o alicerce para uma conviv&ecirc;ncia harm&ocirc;nica com tudo e todos que nos cercam", diz.</p> </blockquote> <h3>Abrace</h3> <p class="texto">Outro exemplo &eacute; o que foi desenvolvido pela <a href="https://abraceprogramaspreventivos.com.br/" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Abrace - Programas Preventivos</a>. Fundada em 2012, a institui&ccedil;&atilde;o atua de forma privada com escolas, redes de ensino e demais institui&ccedil;&otilde;es para oferecer a pais, professores e alunos as ferramentas necess&aacute;rias para prevenir e combater o problema.</p> <p class="texto">"A institui&ccedil;&atilde;o criou o&nbsp;Programa Escola sem Bullying, desenvolvido a partir de pesquisas, que fornece subs&iacute;dios te&oacute;ricos e metodol&oacute;gicos de combate e preven&ccedil;&atilde;o ao bullying no ambiente escolar. Seu conte&uacute;do est&aacute; alinhado &agrave; lei federal de Combate &agrave; Intimida&ccedil;&atilde;o Sistem&aacute;tica e sua metodologia e efic&aacute;cia foi comprovada por meio de pesquisas realizadas durante anos em escolas que j&aacute; aderiram e implementaram o programa", disse Benjamim Horta, diretor da Abrace &ndash; Programas Preventivos e criador do Programa Escola Sem Bullying.</p> <p class="texto">Em entrevista &agrave; <em>Ag&ecirc;ncia Brasil</em>, Horta explicou que a Abrace desenvolve livros paradid&aacute;ticos e outros materiais do Programa Escola sem Bullying. Segundo ele, a a&ccedil;&atilde;o&nbsp;inclui&nbsp;cursos de capacita&ccedil;&atilde;o para educadores, palestras para as fam&iacute;lias, livros paradid&aacute;ticos exclusivos para cada idade, planos de aula, pol&iacute;ticas pedag&oacute;gicas de preven&ccedil;&atilde;o, aplicativo para combater o <em>bullying</em> e <em>cyberbullying</em> e apoio na interven&ccedil;&atilde;o e media&ccedil;&atilde;o de casos de <em>bullying</em>.</p> <p class="texto">"Durantes as palestras para pais e colaboradores, e tamb&eacute;m na aplica&ccedil;&atilde;o do trabalho pedag&oacute;gico realizado em sala junto aos estudantes, temas como inclus&atilde;o e diversidade s&atilde;o abordados frequentemente", explica.</p> <p class="texto">"O programa Escola Sem Bullying j&aacute; atendeu milhares de estudantes, distribu&iacute;dos em todo o pa&iacute;s. Por meio de relatos dos p&uacute;blicos participantes, observamos como resultado uma maior abertura para tratar quest&otilde;es relacionadas ao tema <em>bullying</em> e tamb&eacute;m de problemas inerentes a esta pr&aacute;tica como quest&otilde;es de ra&ccedil;a, g&ecirc;nero e classe. Nota-se a partir da implementa&ccedil;&atilde;o que&nbsp;pais, estudantes e educadores se comunicam com mais liberdade e clareza, utilizando esta abertura e &ecirc;nfase promovida pelo programa para trazer &agrave; tona problemas de <em>bullying</em> at&eacute; ent&atilde;o omitidos. Professores relataram um aumento percept&iacute;vel da empatia e respeito entre estudantes, e uma mudan&ccedil;a clara e positiva no clima escolar", conclui.</p> <h3>Aprendendo a Conviver</h3> <p class="texto">Na Universidade Federal do Paran&aacute; tamb&eacute;m foi desenvolvido um projeto bem-sucedido sobre o tema. O curso de aperfei&ccedil;oamento <a href="https://conviver.sembullying.com/" target="_blank" rel="noopener noreferrer">Aprendendo a Conviver</a>&nbsp;oferece capacita&ccedil;&atilde;o a professores para que reconhe&ccedil;am e adotem estrat&eacute;gias para o monitoramento e atendimento das m&uacute;ltiplas formas de viol&ecirc;ncia, preconceito e discrimina&ccedil;&atilde;o no ambiente escolar, com foco no <em>bullying</em>.</p> <p class="texto">Segundo Josaf&aacute; da Cunha, professor na Universidade Federal do Paran&aacute;, o projeto vem sendo realizado h&aacute; mais de cinco anos em escolas do estado. "Come&ccedil;amos com o projeto Aprendendo a Conviver. Em seus primeiros os, no projeto-piloto, ele era feito com dez escolas municipais da rede municipal de Curitiba. Depois tivemos apoio da&nbsp;Secretaria de Educa&ccedil;&atilde;o Continuada, Alfabetiza&ccedil;&atilde;o, Diversidade e Inclus&atilde;o (SECADI)&nbsp;do Minist&eacute;rio da Educa&ccedil;&atilde;o e a&iacute; oferecemos para pouco mais de 100 escolas, por meio de forma&ccedil;&atilde;o continuada para professores, sobre estrat&eacute;gias para repensar e melhorar as rela&ccedil;&otilde;es no ambiente da escola. E tamb&eacute;m fizemos uma avalia&ccedil;&atilde;o de como estava a situa&ccedil;&atilde;o de conviv&ecirc;ncia no ambiente escolar", explica.</p> <p class="texto">Al&eacute;m da forma&ccedil;&atilde;o continuada e da avalia&ccedil;&atilde;o, equipes de tutores do projeto visitaram as escolas para fazer uma consultoria e ajud&aacute;-las a desenvolver estrat&eacute;gias para melhorar a conviv&ecirc;ncia. "Foi um projeto muito exitoso e at&eacute; hoje mantemos contato com v&aacute;rias escolas que participaram".</p> <p class="texto">Em 2018, o Aprendendo a Conviver&nbsp;ou a&nbsp;receber apoio da Funda&ccedil;&atilde;o Templeton para o desenvolvimento do programa&nbsp; Dialogue, Ignore, Ganhe dist&acirc;ncia e Ache Ajuda (DIGA).&nbsp;O programa&nbsp;&eacute; uma&nbsp;adapta&ccedil;&atilde;o brasileira do WITS,&nbsp;desenvolvido h&aacute; mais de 20 anos no Canad&aacute;, e que hoje &eacute; adotado em escolas no Canad&aacute; e nos Estados Unidos.&nbsp;O programa tem uma perspectiva preventiva.</p> <blockquote> <p class="texto">"&Eacute; muito mais eficaz prevenir, ter uma abordagem para a preven&ccedil;&atilde;o, pensar em como criar ambientes escolares que sejam resistentes e onde as pessoas saibam lidar com os conflitos de forma pac&iacute;fica. E, mesmo quando esse conflito j&aacute; est&aacute; em uma situa&ccedil;&atilde;o um pouco pior, quando os estudantes j&aacute; est&atilde;o agredindo outros, voc&ecirc; teria professores e os pr&oacute;prios colegas j&aacute; conhecendo estrat&eacute;gias para lidar com essa situa&ccedil;&atilde;o",&nbsp;explica&nbsp;Josaf&aacute;.</p> </blockquote> <p class="texto">Os idealizadores&nbsp;esperam receber apoio para que as a&ccedil;&otilde;es sejam implementadas em outros locais do Brasil.</p> <blockquote> <p class="texto">"Quando pensamos na fun&ccedil;&atilde;o do ambiente educacional, de um ambiente formativo, estamos educando quem ser&atilde;o os futuros cidad&atilde;os de nossa sociedade, tanto em uma perspectiva de promo&ccedil;&atilde;o de cidad&atilde;os que respeitam os direitos do outro&nbsp;quanto naqueles que&nbsp;conhecem as regras da vida pac&iacute;fica em uma sociedade.&nbsp;Por isso,&nbsp;me parece urgente fortalecer a perspectiva de uma educa&ccedil;&atilde;o comprometida com a promo&ccedil;&atilde;o de direitos humanos", defende.</p> </blockquote> <p class="texto">Apesar desses&nbsp;bons exemplos, Zeyne lembra que o combate ao <em>bullying</em> n&atilde;o &eacute;&nbsp;e n&atilde;o deveria ser&nbsp;uma tarefa exclusiva das escolas. "Os governos t&ecirc;m a prerrogativa de&nbsp;criar pol&iacute;ticas p&uacute;blicas emergenciais e permanentes&nbsp;que visem conter a propaga&ccedil;&atilde;o do fen&ocirc;meno e encontrar solu&ccedil;&otilde;es que reduzam sua incid&ecirc;ncia e minimizem seus efeitos", defende.</p> <p class="texto">Nesta semana, ap&oacute;s epis&oacute;dios de <a href="https://correiobraziliense-br.noticiasdeminas.net/geral/noticia/2023-04/veiculos-de-imprensa-mudam-politica-de-cobertura-de-ataques-escolas" target="_blank" rel="noopener noreferrer">ataques a creches</a> e escolas em todo o pa&iacute;s, o presidente Luiz In&aacute;cio Lula da Silva&nbsp;anunciou que vai propor um <a href="https://correiobraziliense-br.noticiasdeminas.net/politica/noticia/2023-04/grupo-vai-propor-politicas-de-prevencao-violencia-nas-escolas" target="_blank" rel="noopener noreferrer">grupo interministerial</a> que ser&aacute; respons&aacute;vel por criar e desenvolver estrat&eacute;gias de combate &agrave; viol&ecirc;ncia nas escolas.</p> <p class="texto"></p> </div> </div> </div> </div> </div>", "isAccessibleForFree": true, "image": { "url": "https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2023/04/08/750x500/1_projeto_soltando_a_voz_em_parintins_2-27772149.jpeg?20230408102156?20230408102156", "width": 820, "@type": "ImageObject", "height": 490 }, "author": [ { "@type": "Person", "name": "Agência Brasil" } ], "publisher": { "logo": { "url": "https://image.staticox.com/?url=http%3A%2F%2Fimgs2.correiobraziliense.com.br%2Famp%2Flogo_cb_json.png", "@type": "ImageObject" }, "name": "Correio Braziliense", "@type": "Organization" } } 1e1ew

Eu, Estudante 5g255w

Educação

Bullying: combate deve ser feito de forma coletiva e intersetorial 3r4847

Para combater esse tipo de ofensa no país, o governo brasileiro instituiu em 2015 o Programa de Combate à Intimidação Sistemática 2k1i1y

De acordo com a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), um em cada três alunos em todo o mundo já foi vítima de bullying. Esse tipo de violência, ainda comum nas escolas, segundo o órgão, gera consequências arrasadoras no desempenho escolar dos alunos, além de graves consequências negativas para a saúde física e mental das crianças. Hoje (7) é comemorado no país o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência nas Escolas

No Brasil, pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2021 aponta que 23% dos estudantes afirmaram já terem sido vítimas de bullying, ou seja, sentiram-se humilhados por provocações feitas por colegas.

Para combater esse tipo de ofensa no país, o governo brasileiro instituiu em 2015 o Programa de Combate à Intimidação Sistemática. "A lei objetiva prevenir e combater a prática do bullying no Brasil. A lei prevê o preparo da comunidade escolar para o desenvolvimento de ações preventivas, bem como a identificação e a istração das situações de bullying que ainda ocorrerem", disse Zeyne Alves Pires Scherer, professora associada da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

De acordo com a lei, "é dever do estabelecimento de ensino, dos clubes e das agremiações recreativas assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnose e combate à violência e à intimidação sistemática".

Apesar da lei não determinar punições ou cobranças para os estabelecimentos que não tomarem medidas de prevenção ao bullying, diversas organizações, educadores e escolas de todo o país estão elaborando e aplicando estratégias para trabalhar esse grave problema. As estratégias são diversificadas, mas todas elas demonstram que para combater o bullying é necessário que as ações sejam realizadas de forma coletiva e intersetorial.

"É importante que toda a comunidade escolar esteja mobilizada em torno desse assunto. Qualquer estratégia de prevenção à violência nas escolas pede uma sensibilização, uma mobilização e participação de toda a comunidade escolar, não só dos envolvidos. E não é tão eficaz que as intervenções sejam separadas das dinâmicas gerais da escola", disse Maria Fernanda Tourinho Peres, professora do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do Laboratório Interdisciplinar de Estudos sobre Violência e Saúde (Lieves).

"Outra coisa importante também é que o problema da violência, e isso inclui a violência juvenil e que acontece dentro ou fora da escola, não será resolvida só pela escola. É até injusto exigir ou esperar que a escola dê conta de um problema tão complexo sozinha. É claro que a escola ganha relevância porque os adolescentes e as crianças am grande parte dos seus dias nas escolas. Mas isso não significa - e não é eficaz pensar – que apenas a escola é responsável por prevenir essas questões ou interferir nessas situações. Quando falamos em prevenção da violência - e bullying é um tipo de violência - a gente reconhece e recomenda a construção de ações que sejam intersetoriais. Há que ter a participação da escola, do setor da saúde, da assistência social, dos conselhos tutelares. Hoje em dia, essa rede territorial e esse fluxo não estão bem estabelecidos. Nenhum setor vai dar conta sozinho desse problema", disse Maria Fernanda.

Boas experiências 1e3vn

Agência Brasil buscou experiências públicas e privadas que têm se mostrado bem-sucedidas no combate a essa grave forma de violência e que têm demonstrado que o bullying pode ser prevenido, principalmente se as estratégias levam em conta a coletividade e a participação compartilhada.

Uma dessas estratégias foi elaborada pela professora Zeyne Alves Pires Scherer, uma das criadoras de uma cartilha para ajudar profissionais a lidar com essa forma de violência nas escolas. O material foi elaborado a partir de discussões com pesquisadores do Grupo de Estudos Interdisciplinar sobre Violência (GREIVI) da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da USP; do Observatório Permanente Violência e Crime da Universidade Fernando Pessoa, de Portugal; e dos resultados de um projeto de extensão universitária da USP.

"Acredito que a cartilha, como um material educativo, pode contribuir não só como meio de divulgar conhecimento sobre as ações de intervenção e prevenção da violência bullying no meio escolar, mas também conscientizar, discutir e alertar a sociedade para esse fenômeno psicossocial", disse ela.

Soltando a Voz 46285m

Já na Escola Estadual Ministro Waldemar Pedrosa, localizada em Parintins (AM), um projeto vem sendo desenvolvido desde 2019 para aumentar a autoestima dos alunos e melhorar o ambiente escolar. Criado pela professora Mary Sônia Dutra de Alencar, o projeto foi chamado de Soltando a Voz, Eu tô Melhor Agora! e vem sendo realizado de maneira interdisciplinar com as turmas do quarto e quinto anos do ensino fundamental.

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"O projeto tem a finalidade de inserir hábitos saudáveis num ambiente de convívio mútuo, incentivando a autoestima das crianças a partir da representatividade, e promovendo a integração e o desenvolvimento de valores, por meio de ações de prevenção, promoção, atenção à saúde e do protagonismo infantil", disse Mary Sônia. Com a ação, diz a professora, as crianças discutem e protagonizam campanhas educativas para informar e orientar sobre os malefícios do bullying.

À Agência Brasil, Mary Sônia disse que o projeto abriu a "possibilidade de compreensão por parte das crianças com relação à forma na qual raça, identidade, representatividade e bullying se interligam de forma depreciativa".

"Compreender essa dinâmica aponta os caminhos que a Escola Estadual Ministro Waldemar Pedrosa buscou para o enfrentamento dos apelidos, xingamentos e racismo", relata.

Segundo a educadora, o projeto foi buscar inspiração na pedagogia desenvolvida pelo psicólogo e pensador Jean Piaget (1896-1980) e na educação problematizadora do educador e filósofo brasileiro Paulo Freire (1921-1997). "As atividades propostas foram direcionadas às crianças no intuito de problematizar as diferentes situações vividas, observadas e comentadas pelos pares, colegas de turmas e amigos e nos valores apresentados pelas mídias sociais", explicou.

O projeto foi dividido em etapas. Na primeira delas, foi feita uma assembleia para que as crianças falassem sobre a convivência delas na escola. Nessa etapa também foi feito um levantamento de situações de desafetos, agressões e de violência que tenham ocorrido no ambiente escolar e foi apresentado o termo bullying.

Na segunda etapa, as crianças entraram em contato com a lei federal de combate à intimidação sistemática e fizeram entrevistas com funcionário da escola para saber se eles já presenciaram algum tipo de bullying em sua época escolar.

Nas etapas seguintes, eles trabalham com textos sobre o bullying e começam a propor soluções para enfrentar esse problema. Nessa etapa, as crianças também elaboram textos informativos para conscientizar a comunidade escolar sobre o bullying.

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Segundo a educadora, as atividades desenvolvidas pela escola têm provocado reflexões e oferecido às crianças a oportunidade delas externalizarem seus sentimentos e de respeitar as diferentes opiniões.

"Conviver com o igual e o diferente será uma constante na sociedade em que vivemos. Ter uma reflexão mais empática e altruísta é relevante se quisermos combater o bullying. O respeito é o alicerce para uma convivência harmônica com tudo e todos que nos cercam", diz.

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Outro exemplo é o que foi desenvolvido pela Abrace - Programas Preventivos. Fundada em 2012, a instituição atua de forma privada com escolas, redes de ensino e demais instituições para oferecer a pais, professores e alunos as ferramentas necessárias para prevenir e combater o problema.

"A instituição criou o Programa Escola sem Bullying, desenvolvido a partir de pesquisas, que fornece subsídios teóricos e metodológicos de combate e prevenção ao bullying no ambiente escolar. Seu conteúdo está alinhado à lei federal de Combate à Intimidação Sistemática e sua metodologia e eficácia foi comprovada por meio de pesquisas realizadas durante anos em escolas que já aderiram e implementaram o programa", disse Benjamim Horta, diretor da Abrace – Programas Preventivos e criador do Programa Escola Sem Bullying.

Em entrevista à Agência Brasil, Horta explicou que a Abrace desenvolve livros paradidáticos e outros materiais do Programa Escola sem Bullying. Segundo ele, a ação inclui cursos de capacitação para educadores, palestras para as famílias, livros paradidáticos exclusivos para cada idade, planos de aula, políticas pedagógicas de prevenção, aplicativo para combater o bullying e cyberbullying e apoio na intervenção e mediação de casos de bullying.

"Durantes as palestras para pais e colaboradores, e também na aplicação do trabalho pedagógico realizado em sala junto aos estudantes, temas como inclusão e diversidade são abordados frequentemente", explica.

"O programa Escola Sem Bullying já atendeu milhares de estudantes, distribuídos em todo o país. Por meio de relatos dos públicos participantes, observamos como resultado uma maior abertura para tratar questões relacionadas ao tema bullying e também de problemas inerentes a esta prática como questões de raça, gênero e classe. Nota-se a partir da implementação que pais, estudantes e educadores se comunicam com mais liberdade e clareza, utilizando esta abertura e ênfase promovida pelo programa para trazer à tona problemas de bullying até então omitidos. Professores relataram um aumento perceptível da empatia e respeito entre estudantes, e uma mudança clara e positiva no clima escolar", conclui.

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Na Universidade Federal do Paraná também foi desenvolvido um projeto bem-sucedido sobre o tema. O curso de aperfeiçoamento Aprendendo a Conviver oferece capacitação a professores para que reconheçam e adotem estratégias para o monitoramento e atendimento das múltiplas formas de violência, preconceito e discriminação no ambiente escolar, com foco no bullying.

Segundo Josafá da Cunha, professor na Universidade Federal do Paraná, o projeto vem sendo realizado há mais de cinco anos em escolas do estado. "Começamos com o projeto Aprendendo a Conviver. Em seus primeiros os, no projeto-piloto, ele era feito com dez escolas municipais da rede municipal de Curitiba. Depois tivemos apoio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI) do Ministério da Educação e aí oferecemos para pouco mais de 100 escolas, por meio de formação continuada para professores, sobre estratégias para repensar e melhorar as relações no ambiente da escola. E também fizemos uma avaliação de como estava a situação de convivência no ambiente escolar", explica.

Além da formação continuada e da avaliação, equipes de tutores do projeto visitaram as escolas para fazer uma consultoria e ajudá-las a desenvolver estratégias para melhorar a convivência. "Foi um projeto muito exitoso e até hoje mantemos contato com várias escolas que participaram".

Em 2018, o Aprendendo a Conviver ou a receber apoio da Fundação Templeton para o desenvolvimento do programa  Dialogue, Ignore, Ganhe distância e Ache Ajuda (DIGA). O programa é uma adaptação brasileira do WITS, desenvolvido há mais de 20 anos no Canadá, e que hoje é adotado em escolas no Canadá e nos Estados Unidos. O programa tem uma perspectiva preventiva.

"É muito mais eficaz prevenir, ter uma abordagem para a prevenção, pensar em como criar ambientes escolares que sejam resistentes e onde as pessoas saibam lidar com os conflitos de forma pacífica. E, mesmo quando esse conflito já está em uma situação um pouco pior, quando os estudantes já estão agredindo outros, você teria professores e os próprios colegas já conhecendo estratégias para lidar com essa situação", explica Josafá.

Os idealizadores esperam receber apoio para que as ações sejam implementadas em outros locais do Brasil.

"Quando pensamos na função do ambiente educacional, de um ambiente formativo, estamos educando quem serão os futuros cidadãos de nossa sociedade, tanto em uma perspectiva de promoção de cidadãos que respeitam os direitos do outro quanto naqueles que conhecem as regras da vida pacífica em uma sociedade. Por isso, me parece urgente fortalecer a perspectiva de uma educação comprometida com a promoção de direitos humanos", defende.

Apesar desses bons exemplos, Zeyne lembra que o combate ao bullying não é e não deveria ser uma tarefa exclusiva das escolas. "Os governos têm a prerrogativa de criar políticas públicas emergenciais e permanentes que visem conter a propagação do fenômeno e encontrar soluções que reduzam sua incidência e minimizem seus efeitos", defende.

Nesta semana, após episódios de ataques a creches e escolas em todo o país, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que vai propor um grupo interministerial que será responsável por criar e desenvolver estratégias de combate à violência nas escolas.